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sexta-feira, dezembro 28, 2012

SANTOS INOCENTES


Sem saber com segurança a idade correta do Salvador, Herodes designou a execução dos garotos com menos de dois anos de idade na cidade de Belém, onde o nascimento estava previsto. E assim “Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem”. (Jer 31,15).

Para relembrar esse acontecimento, o Papa Pio V iniciou, no século IV, a celebração dos Santos Inocentes, primeiros mártires por Jesus. Realizada sempre dentro da Oitava de Natal, no dia 28 de dezembro, a solenidade convida a Igreja a refletir sobre a situação de milhões de crianças vítimas da violência e da morte precoce em todo o mundo, entre as quais, os fetos abortados.

A VIDA RESPEITADA
“A vida deve ser acolhida como dom e compromisso, mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. Há uma enorme diferença ética, moral e espiritual entre a morte natural e a morte provocada. Aplica-se aqui, o mandamento: “Não matarás” (Ex 20,13).”

“Todos têm direito à vida. Nenhuma legislação jamais poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito. Portanto, diante da ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não se pode aceitar exceções. Os fetos anencefálicos não são descartáveis. O aborto de feto com anencefalia é uma pena de morte decretada contra um ser humano frágil e indefeso.
“A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe. O Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção”.
CNBB em nota “lamenta profundamente” a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar a interrupção da gravidez em casos de feto com anencefalia.


A Igreja, seguindo a lei natural e fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10), insistentemente, pede, que a vida seja respeitada e que se promovam políticas públicas voltadas para a eficaz prevenção dos males relativos à anencefalia e se dê o devido apoio às famílias que convivem com esta realidade.
Com toda convicção reafirmamos que a vida humana é sagrada e possui dignidade inviolável. 

A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida.

CULTURA DE VIDA E ABORTO
Antes mesmo de te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei (Jr 1,5). Meus ossos não te foram escondidos quando eu era feito, em segredo, tecido na terra mais profunda (Sl 139,15).

PRECEITOS MORAIS E ABORTO
Deus, senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservar a vida, para ser exercido de maneira condigna ao homem. Por isso a vida deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto e o infanticídio são crimes nefandos diagnóstico pré-natal é moralmente licito "se respeitar a vida e a integridade do embrião e do feto humano, e se está orientado para sua salvaguarda ou sua cura individual... Está gravemente em oposição com a lei moral quando prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto. Um diagnóstico não deve ser o equivalente de uma sentença de morte".
"Devem ser consideradas lícitas as intervenções sobre o embrião humano quando respeitam a vida e a integridade do embrião e não acar­retam para ele riscos desproporcionados, mas visam à sua cura, à melhora de suas condições de saúde ou à sua sobrevivência individual. Catecismo da Igreja Católica

AO ENCONTRO DOS INOCENTES
Comunidade SANTOS INOCENTES
A cultura pós-moderna valoriza a escolha e a liberdade como bens supremos, mas não dá importância àquilo que dá suporte a esses bens: a vida. Nesse ínterim, há um novo massacre de crianças – mais silencioso e sombrio – desencadeado ainda antes do nascimento. É o que afirma Tânia Regina, fundadora da Comunidade Católica Santos Inocentes.

Em 2002, Tânia recebeu um chamado para fundar a comunidade e trabalhar com mulheres e respectivos familiares que têm o desejo de abortar os filhos por diversas razões, como financeiras, psicológicas e, até mesmo, por vaidade. “Deus nos mostrou que devíamos ser a mão amiga das mulheres grávidas, evangelizando-as para não abortarem”, conta Tânia.

Com sede na cidade de Samambaia, a 35 km de Brasília, o grupo é formado por missionários e recebe 39 crianças diariamente, em regime de creche, dando a elas e às famílias atendimento humano e espiritual.
A Comunidade Santos Inocentes chega até essas mulheres por meio de ligações e distribuição de folhetos nos mais variados locais de missão: ruas, feiras, eventos católicos. Quando uma mulher é encontrada no limiar da escolha entre a continuidade ou não da gravidez, os missionários da comunidade dão início à Operação Resgate, que procura conscientizar sobre as consequências do aborto, o valor da vida humana e o amor de Deus. Se a mulher decide por continuar a gravidez, os missionários providenciam, por meio de doações, o enxoval completo do bebê.

De acordo com Tânia, as mulheres atendidas, em geral, têm mais de 22 anos de idade, baixa escolaridade, são casadas ou possuem uma relação estável e, muitas vezes, são pressionadas pelo companheiro a praticarem o aborto. O acompanhamento é árduo e depende da abertura da gestante, mas os resultados são positivos. “Em mais de 90% dos casos que atendemos, a mãe escolhe pela vida da criança”, relata. Mesmo nos casos em que a mulher opta pelo aborto, a comunidade tenta prosseguir o acompanhamento.


ENXUGANDO AS LÁGRIMAS DE RAQUEL
Criado nos Estados Unidos em 1984, o Projeto Raquel funciona como um ministério de cura para a mãe que praticou o aborto e para as pessoas próximas a ela. A rede de voluntários do projeto é composta por leigos, padres, diáconos, religiosos, psicólogos e profissionais da área médica especialmente treinados, que têm a tarefa de se unirem a estas pessoas no processo de arrependimento, luto, confissão e amizade com Cristo.

No Brasil, o Projeto Raquel chegou em 2011, a pedido de Dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. As arquidioceses de São Paulo e Salvador foram as primeiras a receberem o projeto. 

Neste ano foi a vez de Brasília e Rio de Janeiro.
“Por meio da fé, compaixão e perdão, esse projeto ajuda as mulheres a superarem o trauma do aborto que carregam por anos a fio”, afirma Sônia Ragonha, coordenadora nacional do Projeto Raquel. Assim como acontece na Comunidade Santos Inocentes, as mulheres são ouvidas e acompanhadas.
Feito de forma sigilosa, os atendimentos são realizados, em boa parte, a senhoras na faixa entre 45 e 60 anos de idade, casadas e com filhos. Entre os casos se destaca o de uma senhora de 72 anos, que carregou a culpa do aborto durante muito tempo, mas obteve a cura com o acompanhamento. “Além da culpa, elas trazem sentimentos de ansiedade e depressão. Também têm dificuldade de relacionamento e medo de ter outro filho. Mas com o acompanhamento psicológico e espiritual elas conseguem superar o trauma, e tomam um posicionamento em respeito a vida em todos os sentidos”

Contatos:
Comunidade SANTOS INOCENTES: (61) 3359-2867 / 3652 - www.santosinocentes.org.br/
Projeto Raquel: (11) 2578-4175

ORAÇÃO
Senhor Jesus, que por nós Te fizeste homem, que por nós morreste e ressuscitaste, Tu és o nosso único advogado junto do Pai quando pecamos e nos afastamos de Ti. Muitas vezes quebramos a Aliança contigo, e outras tantas a restabeleceste, sem Te cansar, manifestando a riqueza da tua bondade e do teu perdão. Não deixes de ser o nosso defensor. Sê também o defensor da nossa humanidade que massacra tantos inocentes, crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres.
Tu, que experimentaste a situação dos refugiados, tem compaixão dos milhões de homens e mulheres que, ainda nos nossos dias, têm que abandonar as suas terras, os seus países, para escaparam às diferentes formas de perseguição, às guerras, aos massacres, aos genocídios.
Pela tua Incarnação, pela tua Morte e Ressurreição, concede ao nosso mundo a graça de encontrar o caminho da justiça e da paz. Amém