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quarta-feira, janeiro 16, 2013

REDESCOBRIR O CAMINHO DA FÉ PARA FAZER BRILHAR


DESCOBRIR NOVAMENTE OS CONTEÚDOS DA FÉ PROFESSADA, CELEBRADA, VIVIDA E REZADA E REFLETIR SOBRE O PRÓPRIO ATO COM QUE SE CRÊ, É UM COMPROMISSO QUE CADA FIEL DEVE ASSUMIR, SOBRETUDO NO ANO DA FÉ.

16/01/2013 - Cidade do Vaticano (RV) – A Carta Apostólica Porta Fidei, com a qual Bento XVI proclama o Ano da Fé que a Igreja está vivendo até o dia 24 de novembro, será nosso guia nos próximos meses para percorrer um intenso itinerário que nos permita explorar alguns temas ligados à fé, “a nossa companheira de vida”, como a definiu o próprio Pontífice.

Publicada em 11 de outubro de 2011 sob forma de Motu Proprio, esta carta fala do motivo pelo qual Bento XVI decidiu proclamar este Ano da Fé. Eis alguns trechos:

Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida.

Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, afirma o Papa. E com este alimento, fazer brilhar esta Palavra com a sua vida. O Ano da Fé, portanto, é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor:

Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé.

A fé é uma descoberta diária do amor de Cristo. Ela cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. É acreditando que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.

Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada fiel deve assumir, sobretudo neste Ano.

O Pontífice traça um percurso para ajudar a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé, principalmente por meio do estudo. Mas adverte: o conhecimento desses conteúdos não é suficiente se o coração não estiver aberto. É o coração que permite ver em profundidade e compreender que o foi anunciado é a Palavra de Deus. Devemos aderir à fé com a inteligência e com a vontade.

Ao fazê-lo, o cristão entra numa segunda dimensão: a comunitária. Professar a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão jamais pode pensar que o crer seja um fato privado: exige assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita.

Eis então que este Ano da Fé é uma ocasião também para intensificar o testemunho da caridade: é através das obras que mostramos a nossa fé:

A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar o seu caminho. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado.

Esta carta de Bento XVI não se dirige todavia somente aos cristãos. No nosso contexto cultural, mesmo não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, muitas pessoas vivem uma busca sincera do sentido último. Esta busca é um verdadeiro preâmbulo da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus.

Hoje, mais do que nunca, a fé se vê sujeita a uma série de interrogativos. Existe a tendência de se reduzir o âmbito das certezas racionais somente ao das conquistas científicas e tecnológicas. Todavia, entre fé e ciência não existe qualquer conflito: ambas, embora por caminhos diferentes, tendem à verdade.
Bento XVI então exclama: Não nos tornemos indolentes na fé; ela é nossa companheira de vida, que nos permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós.

Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor.

(RV)