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sexta-feira, março 08, 2013

VIA SACRA NO SANTUÁRIO DE SCHOENSTATT

A VIA SACRA É UMA VIA TRAÇADA PELO ESPÍRITO SANTO, FOGO DIVINO QUE ARDIA NO PEITO DE CRISTO E O IMPELIU RUMO AO CALVÁRIO, E É UMA VIA AMADA PELA IGREJA, QUE CONSERVOU A MEMÓRIA VIVA DAS PALAVRAS E DOS ACONTECIMENTOS DOS ÚLTIMOS DIAS DO SEU ESPOSO E SENHOR.

1ª Estação: JESUS É CONDENADO A MORTE. AO MORRER CRUCIFICADO, TEU JESUS É CONDENADO POR TEUS CRIMES, PECADOR.
A ameaça é clara. Pilatos, intuindo o perigo, cede definitivamente e profere a sentença, acompanhada do gesto teatral de lavar-se as mãos: "Estou inocente do sangue deste justo. Isso é convosco" (Mt 27, 24). E assim Jesus, o Filho de Deus vivo, o Redentor do mundo, foi condenado à morte de cruz.
Ao longo dos séculos, a negação da verdade gerou sofrimento e morte. São os inocentes que pagam o preço da hipocrisia humana.
As meias-medidas não são suficientes. Nem basta lavar as mãos. A responsabilidade pelo sangue do justo permanece.
Foi por isso que Jesus rezou, tão ardentemente, pelos seus discípulos de todos os tempos: "Pai, santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade" (Jo 17, 17).
2ª Estação: JESUS CARREGA A CRUZ. COM A CRUZ É CARREGADO E DO PESO ACABRUNHADO, VAI MORRER POR TEU AMOR.
A cruz. Instrumento de morte infame.
Não era lícito condenar um cidadão romano à morte de cruz: era humilhante demais. 
No momento em que Jesus de Nazaré pegou na cruz para levá-la ao Calvário, a história da cruz conheceu uma inversão do seu valor: De sinal de morte infame e reservada à classe inferior dos homens, a cruz passa a ser uma chave; doravante, com a ajuda desta chave, o homem abrirá a porta das profundezas do mistério de Deus.
Por obra de Cristo, que aceita a cruz como instrumento do seu despojamento, os homens saberão que Deus é amor.
Amor sem limites: "Amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único, para que todo o que n'Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16).
3ª Estação: JESUS CAI POR TERRA PELA PRIMEIRA VEZ. SOB O PESO DESMEDIDO, CAI JESUS DESFALECIDO, PELA TUA SALVAÇÃO.

"Deus carregou sobre Ele os pecados de todos nós" (cf. Is 53, 6).
"Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um seguia o seu caminho; o Senhor carregou sobre Ele a iniquidade de todos nós" (Is 53, 6).
Jesus cai sob a cruz. Acontecerá o mesmo por três vezes ao longo do caminho, relativamente breve, da "via dolorosa".
Cai exausto. O corpo sangrando pela flagelação, a cabeça coroada de espinhos. Tudo isso faz com que Lhe faltem as forças. Por isso cai, e a cruz com o seu peso esmaga-O contra o chão. Jesus cai e levanta-Se.
Deste modo, o Redentor do mundo fala, sem palavras, a todos aqueles que caem. Exorta-os a levantarem-se. "Ele suportou os nossos pecados no seu corpo, sobre o madeiro da cruz, a fim de que, mortos para o pecado, vivêssemos para a justiça: pelas suas chagas fomos curados" (cf. 1 Ped 2, 24).
4ª Estação: JESUS SE ENCONTRA COM A SUA MÃE. DE MARIA LACRIMOSA, SUA MÃE TÃO DOLOROSA, VÊ IMENSA COMPAIXÃO.

Maria, recorda a resposta que dera então depois de ter ouvido o anúncio do Anjo: "Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). Agora vê que aquela sua resposta se está realizando como palavra da cruz. Sendo mãe, Maria sofre profundamente.
 Todavia neste momento responde como o tinha feito então, na anunciação: "Faça-se em mim segundo a tua palavra". Deste modo, maternalmente, abraça a cruz juntamente com o divino Condenado. No caminho da cruz, Maria manifesta-se como Mãe do Redentor do mundo.
"Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vêde se existe dor semelhante à dor que me atormenta" (Lam 1, 12).
É a Mãe Dolorosa que fala, a Serva obediente até ao fim, a Mãe do Redentor do mundo.
5ª Estação: JESUS RECEBE A AJUDA DO CIRENEU
NO CAMINHO DO CALVÁRIO, UM AUXÍLIO É NECESSÁRIO. NÃO LHE NEGA O CIRENEU.

Simão recebe um presente. Tornou-se "digno" d'Ele.
Aquilo que, aos olhos da multidão, podia ofender a sua dignidade, 
na perspectiva da redenção conferiu-lhe, pelo contrário, uma nova dignidade. O Filho de Deus fê-lo participante, de modo singular, na sua obra salvífica.
Será que Simão sabe disto? O evangelista Marcos identifica Simão de Cirene como sendo "pai de Alexandre e Rufo" (15, 21). Se os filhos de Simão de Cirene eram conhecidos na primitiva comunidade cristã, pode-se pensar que também o pai, precisamente quando levava a cruz, tenha acreditado em Cristo. Passou livremente da imposição à disponibilidade, como se tivesse ouvido intimamente estas palavras: "Quem não Me segue com a sua cruz, não é digno de Mim".
Levando a cruz, foi iniciado no conhecimento do evangelho da cruz. Desde então, este evangelho tem falado a muita gente, a cireneus sem conta, chamados no decurso da história a levar a cruz juntamente com Jesus.
6ª Estação: JESUS TEM O ROSTO ENXUGADO POR VERÔNICA. O SEU ROSTO ENSANGUENTANDO, POR VERÔNICA, ENXUGADO, EIS, NO PANO APARECEU.

O véu, onde fica impresso o rosto de Cristo, torna-se uma mensagem para nós. De certo modo, diz: Eis como toda a boa obra, todo o gesto de amor para com o próximo reforça, em quem o pratica, a semelhança com o Redentor do mundo. Os atos de amor não passam. Cada gesto de bondade, de compreensão, de serviço deixa no coração do homem um sinal indelével, que o torna cada vez mais semelhante Àquele que "Se despojou a Si mesmo, tomando a condição de servo" (Fil 2, 7).
Assim se forma a identidade, o verdadeiro nome da pessoa.
7ª Estação: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ.
OUTRA VEZ DESFALECIDO, PELAS DORES ABATIDO, CAI POR TERRA O SALVADOR.

Cristo que leva a cruz e cai sob ela.
Cristo por sua vez, no caminho do Calvário, encontra todo o homem e, embora caindo sob o peso da cruz, não cessa de anunciar a boa nova. 
Há dois mil anos que o evangelho da cruz fala ao homem. 
Vinte séculos são passados com Cristo a levantar-Se da queda para Se encontrar com o homem que cai. Ao longo destes dois milênios, muitos experimentaram que cair não significa o fim do caminho. Encontrando o Salvador, ouviram-No encorajar-lhes: "Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que a minha força se revela totalmente" (2 Cor 12, 9). Revigorados, levantaram-se e transmitiram ao mundo a palavra da esperança que brota da cruz.  No limiar do novo milênio, somos chamados a aprofundar o conteúdo deste encontro. É necessário que a nossa geração transmita aos séculos futuros a boa nova de que podemos levantar-nos em Cristo.
8ª Estação: JESUS ADVERTE AS MULHERES DE JERUSALÉM. DAS MULHERES QUE CHORAVAM, QUE FIÉIS O ACOMPANHAVAM, É JESUS CONSOLADOR.

"Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos, pois dias virão em que se dirá: "Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram". Hão-de então dizer aos montes: "Caí sobre nós", e às colinas: "Cobri-nos". Porque se tratam assim a madeira verde, o que acontecerá à seca?" (Lc 23, 28-31).
São as palavras de Jesus às mulheres de Jerusalém que, compadecidas, choravam pelo Condenado. "Não choreis por Mim, mas por vós mesmas e pelos vossos filhos". Por certo, naquele momento era difícil compreender o sentido destas palavras. Continham uma profecia, que bem depressa se tornaria realidade. Pouco tempo antes, Jesus tinha chorado por Jerusalém, preanunciando a sorte horrível que haveria de lhe tocar.
Parece que Ele agora Se refere àquela previsão, quando diz: "Chorai pelos vossos filhos..." Chorai por eles, porque serão precisamente eles as testemunhas e vítimas da destruição de Jerusalém, daquela Jerusalém que "não soube reconhecer o tempo em que foi visitada" (cf. Lc 19, 44).
9ª Estação: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ.
CAI TERCEIRA VEZ PROSTRADO, PELO PESOS REDOBRADO, DOS PECADOS  E DA CRUZ.

De novo vemos Cristo tombado por terra, sob o peso da cruz. A multidão observa, curiosa, se ainda terá forças para Se levantar.
S. Paulo escreve: "Ele que era de condição divina não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus. Mas despojou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo, tornando-Se semelhante aos homens. Tido pelo aspecto como homem, humilhou-Se a Si mesmo, feito obediente até à morte e morte de cruz" (Fil 2, 6-8). Parece que a terceira queda exprime precisamente isto: o despojamento, a kenosis do Filho de Deus, a humilhação sob a cruz. Aos discípulos, Jesus tinha dito que não viera para ser servido, mas para servir (cf. Mt 20, 28). No Cenáculo, quando Se ajoelhara por terra e lavou-lhes os pés, Ele quis de algum modo habituá-los a esta sua humilhação. Caindo a terceira vez por terra no caminho da cruz, grita-nos também em voz alta o seu mistério.
Ouçamos a sua voz!
Este Condenado no chão, sob o peso da cruz, já perto do lugar do suplício, diz-nos: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6). "Quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8, 12). 
Não nos confunda o fato de ver um Condenado que cai por terra, exausto, sob a cruz. Este sinal visível da morte, que se vai aproximando, esconde em si a luz da vida.
10ª Estação: JESUS É DESPIDO DE SUAS VESTES. E DÃO-LHE A BEBER VINAGRE E FEL.
DE SUAS VESTES DESPOJADO, POR CARRASCOS MALTRATADO, EU VOS VEJO, MEU JESUS.

"Mas, provando-o, não quis beber" (Mt 27, 34).
Não quis calmantes, que Lhe teriam obnubilado a consciência durante a agonia. Queria estar consciente enquanto agonizava na cruz, cumprindo a missão recebida do Pai. 
Isto ia contra os métodos usados pelos soldados encarregados da execução. Tendo eles de cravar o condenado na cruz, procuravam aturdir-lhe a sensibilidade e a consciência.
No caso de Cristo, não podia ser assim. Jesus sabe que a sua morte na cruz deve ser um sacrifício de expiação. Por isso quer conservar a consciência desperta até ao fim. Privado dela, não poderia abraçar, de forma completamente livre e na sua medida plena, o sofrimento. Sim, Ele deve subir à cruz, para oferecer o sacrifício da Nova Aliança. Jesus é sacerdote. Deverá entrar com o próprio sangue nas moradas eternas, depois de ter efetuado a redenção do mundo (cf. Heb 9, 12). Consciência e liberdade: são atributos imprescindíveis para um agir plenamente humano. O mundo conhece muitos meios para debilitar a vontade e ofuscar a consciência. É preciso defendê-las zelosamente de todas as violências. Mesmo o esforço, legítimo, de aturdir a dor há-de ser realizado sempre no respeito da dignidade humana.
É necessário compreender profundamente o sacrifício de Cristo,
é preciso unir-se a este sacrifício para não ceder,
para não permitir que a vida e a morte percam o seu valor.
11ª Estação: JESUS É PREGADO NA CRUZ.
SOIS POR MIM NA CRUZ PREGADO, INSULTADO, BLASFEMADO, COM CEGUEIRA E COM FUROR.

"Trespassaram as minhas mãos e os meus pés; posso contar todos os meus ossos" (Sal 21/22, 17-18). Cumprem-se as palavras do profeta. Tem início a execução.
As marteladas dos algozes esmagam contra o madeiro da cruz as mãos e os pés do Condenado. No carpo das mãos, são espetados os pregos com prepotência.
Aqueles pregos terão o condenado suspenso durante os tormentos inexprimíveis da agonia. 
No seu corpo e na sua alma sensibilíssima, Cristo sofre indizivelmente.

Juntamente com Ele, são crucificados dois verdadeiros malfeitores, um à sua direita e o outro à sua
 esquerda. Cumpre-se a profecia: "Foi contado entre os pecadores" (Is 53, 12).
Quando os algozes levantarem a cruz, começará uma agonia que há-de durar três horas. É preciso que se cumpra também esta palavra: "Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim" (Jo12, 32).
Multidões de homens e mulheres que, ao longo dos séculos, viveram e deram a vida com os olhos fixos naquele sinal?
A partir da cruz, Cristo atrai com a força do amor,
daquele Amor divino que não se esquivou ao dom total de Si mesmo; 
daquele Amor infinito, que levantou da terra sobre a árvore da cruz o peso do corpo de Cristo, para compensar o peso da culpa antiga; daquele Amor ilimitado, que colmou toda a ausência de amor e permitiu que o homem encontrasse novamente refúgio nos braços do Pai misericordioso. Que Cristo, elevado na cruz, nos atraia também a nós, homens e mulheres!
À sombra da cruz, "caminhemos na caridade, porque Cristo também nos amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se a Deus como sacrifício de agradável odor" (cf. Ef 5, 2).
12ª Estação: JESUS MORRE NA CRUZ.
MEU JESUS, POR NÓS MORRESTES. POR NÓS TODOS PADECESTES.
OH, QUE GRANDE A NOSSA DOR!

"Perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34).
No auge da Paixão, Cristo não esquece o homem, especialmente não esquece aqueles que são a causa direta do seu sofrimento. Ele sabe que, mais do que qualquer outra coisa, o homem precisa de amor; precisa da misericórdia que naquele momento se está derramando sobre o mundo. 
"Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23, 43). Jesus responde assim ao pedido que Lhe fez o malfeitor crucificado à sua direita: "Jesus, lembra-Te de mim quando estiveres no teu reino" (Lc 23, 42).
A promessa duma nova vida: eis o primeiro fruto da paixão e morte iminente de Cristo. Uma palavra de esperança para o homem.
Ao pé da cruz, estava a Mãe e, junto dela, o discípulo, João evangelista. Jesus diz: "Mulher, eis aí o teu filho"; e ao discípulo: "Eis aí a tua mãe" (Jo 19, 26-27).
"E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-A em sua casa" (Jo 19, 27). É o testamento para as pessoas que o coração d'Ele mais estima. O testamento para a Igreja. 
Quando está para morrer, Jesus quer que o amor materno de Maria abrace a todos aqueles por quem Ele oferece a vida, ou seja, a humanidade inteira. Logo em seguida, Jesus exclama: "Tenho sede" (Jo 19, 28). Frase que traduz a secura terrível que abrasa todo o seu corpo.
É a única palavra que fala diretamente do seu sofrimento físico.
Depois Jesus acrescenta: "Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?" (Mt 27, 46; cf. Sal 21/22, 2). Ele está rezando com as palavras do Salmo. A frase, não obstante o seu teor, mostra a sua profunda união com o Pai.
Nos últimos momentos da sua vida sobre a terra, Jesus dirige o pensamento para o Pai. Doravante o diálogo desenrolar-se-á apenas entre o Filho que morre e o Pai que aceita o seu sacrifício de amor.
Ao chegar a hora nona, Jesus exclama: "Tudo está consumado" (Jo 19, 30).
A obra da redenção foi levada a termo. A missão, que O trouxe à terra, atingiu o seu objetivo. 
O resto pertence ao Pai: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23, 46). Dito isto, expirou. "O véu do templo rasgou-se em dois..." (Mt 27, 51).
O "Santo dos Santos" no templo de Jerusalém abre-se no momento em que entra lá o Sacerdote da Nova e Eterna Aliança.
13ª Estação: JESUS É DESCIDO DA CRUZ. DO MADEIRO VOS TIRARAM E À MÃE VOS ENTREGARAM, COM QUE DOR E COMPAIXÃO.

Repuseram nas mãos da Mãe o corpo sem vida do Filho. Os Evangelhos não falam do que Ela sentiu naquele momento.
Parece até que os Evangelhos, com o seu silêncio, quiseram respeitar a sua dor, os seus sentimentos, as suas recordações. Ou, simplesmente, não se consideraram capazes de os exprimir.
Apenas a devoção plurissecular nos conservou a imagem da "Pietà", gravando assim na memória do povo cristão a expressão mais dolorosa daquele inefável vínculo de amor que desabrochou no coração da Mãe no dia da anunciação
e foi amadurecendo enquanto esperava o nascimento do divino Filho.

Aquele amor manifestou-se na gruta de Belém, foi posto à prova já durante a apresentação no Templo, ganhou profundidade com os sucessivos acontecimentos, guardados e meditados no seu coração (cf. Lc 2, 51).
Agora, este vínculo íntimo de amor deve transformar-se numa união que supera os confins da vida e da morte. 
E assim será até ao fim dos séculos: as pessoas detêm-se diante da "Pietà" de Miguel Ângelo,
ajoelham em frente da imagem da Benfeitora Aflita (Sm_tna Dobrodziejka), na igreja dos franciscanos de Cracóvia,
diante da Mãe das Sete Dores, Padroeira da Eslováquia,
veneram Nossa Senhora das Dores em tantos santuários do mundo.
Eles aprendem assim aquele amor difícil que não foge diante do sofrimento, mas abandona-se confiadamente à ternura de Deus, para Quem nada é impossível (cf. Lc 1, 37).
 14ª Estação: JESUS É COLOCADO NO SEPULCRO.
NO SEPULCRO VOS PUSERAM, MAS OS HOMENS TUDO ESPERAM DO MISTÉRIO DA PAIXÃO.

"Foi crucificado, morto e sepultado, (...) ao terceiro dia ressuscitou dos mortos".
Com a deposição do corpo sem vida de Jesus no sepulcro, aos pés do Gólgota, a Igreja começa a vigília de Sábado Santo.
Maria guarda no fundo do seu coração e medita a paixão do Filho;
as mulheres põem-se de acordo para, na manhã a seguir do sábado, irem ungir com aromas o corpo de Cristo; os discípulos recolhem-se, no esconderijo do Cenáculo, até que passe o sábado.

Esta vigília terminará com o encontro no sepulcro, o sepulcro vazio do Salvador. Então o sepulcro, testemunha muda da ressurreição, falará. A pedra rolada, o interior vazio, as ligaduras por terra,
eis o que verá João, quando chegar ao sepulcro juntamente com Pedro: "Viu e acreditou" (Jo 20, 8). E com ele acreditou a Igreja, que, desde então, não se cansa de transmitir ao mundo esta verdade fundamental da sua fé: "Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram" (1 Cor 15, 20).
O sepulcro vazio é sinal da vitória definitiva da verdade sobre a mentira, do bem sobre o mal, da misericórdia sobre o pecado, da vida sobre a morte. O sepulcro vazio é sinal da esperança que "não nos deixa confundidos" (Rom 5, 5).
"A nossa esperança está cheia de imortalidade" (cf. Sab 3, 4).
15ª Estação: JESUS RESSUSCITA PARA A VIDA ETERNA. A ressurreição é o desejo de Deus para todo ser humano. Jesus nos mostrou que Deus não é o Senhor da morte. ELE É O SENHOR DA VIDA

Senhor Jesus Cristo,
que o Pai conduziu, pela força do Espírito Santo,
das trevas da morte
à luz duma vida nova na glória,
fazei que o sinal do sepulcro vazio
nos fale a nós e às gerações futuras
e se torne fonte de fé viva,
de caridade generosa
e de esperança inabalável.
Jesus, presença escondida e vitoriosa na história do mundo, a Vós honra e glória para sempre.
 Amém.



FONTE: VIA-SACRA

MEDITAÇÕES E ORAÇÕES
DO SANTO PADRE
JOÃO PAULO II
21 de Abril de 2000