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domingo, junho 02, 2013

O NÚCLEO DA VERDADEIRA FÉ É A HUMILDADE - IX DOMINGO DO TEMPO COMUM

NÃO SE PODE VIVER COM PROFUNDIDADE PERANTE DEUS, A NÃO SER EM ATITUDE SIMPLES E HUMILDE. COMO PODE VIVER UMA PESSOA QUE, DE ALGUMA MANEIRA, EXPERIMENTOU A DEUS, A NÃO SER COM HUMILDADE?

O núcleo da verdadeira fé é a humildade. É esta a nossa experiência diária.
Deus é luz, mas, ao mesmo tempo, nos é demasiado obscuro. Está próximo, mas está oculto. Ele nos fala, mas temos que suportar seu silêncio. É paz, mas uma paz que gera intranquilidade e inquietude.

Por isso, quem se aproxima de Deus com sinceridade o faz como aquele centurião romano que se aproximou de Jesus com estas palavras: "Eu não sou digno de que entres em minha casa". Quem pronuncia estas palavras a partir do fundo de seu ser está se aproximando de Deus com verdade e dignidade.
Quanto mais a pessoa penetra no fundo do seu coração, melhor descobre que o caminho para encontrar-se com Deus é o da humildade, da verdade e da transparência.
O ser humano não é "deus". E o melhor que podemos fazer é reconhecer isso. Talvez a própria cultura moderna já nos esteja convidando a renunciar a um poder "divino", para encontrar nossa verdadeira dignidade no reconhecimento de um Deus que não é nosso "inimigo", mas quem melhor nos pode ajudar a viver com sentido, responsabilidade e esperança.

Como aquele centurião de Cafarnaum que , embora consciente de seu poder e autoridade, não duvidou em reconhecer sua limitação para acolher Jesus com fé e receber dele aquilo que não podia obter com suas próprias forças.

O EXEMPLO DO CENTURIÃO
 Põe em relevo algo simples, cuja imensa eficácia muitas vezes passa despercebida aos nossos olhos: a oração cheia de fé. Sua força impetratória é tal que nos faz participar da própria onipotência divina, como afirma Jesus: “Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o recebereis” (Mt 21, 22).

Portanto, devemos nos compenetrar da necessidade de nos dirigirmos a Nosso Senhor em nossas dificuldades — tanto espirituais, quanto temporais —, com a certeza de que nossa fé moverá sua infinita misericórdia a nos atender. E assim como a gentilidade não foi motivo para o centurião recear ser ouvido por Cristo, nossa confiança em sua ação deve passar por cima das nossas próprias insuficiências, certos de que diante d’Ele não é preciso merecer, mas apenas pedir com fé.
PADRE MARCOS BELIZÁRIO FERREIRA
Imortalizada pelo Evangelho e recolhida pela Liturgia da Igreja a fim de predispor convenientemente todos aqueles que vão receber a comunhão eucarística, a prece do centurião atravessou os séculos como modelo de perfeita atitude de alma de um fiel, ao encontrar-se diante do Salvador: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Entretanto, há uma substancial diferença entre a oração dirigida a Jesus em Cafarnaum e a que se eleva a Ele em todos os recantos do mundo, junto ao altar: nos lábios do centurião, expressava o desejo de uma alma que, crendo de modo extraordinário no poder d’Ele e julgando-se indigna de recebê-Lo, pedia-Lhe que não fosse à sua casa, curando seu servo à distância. Ao brotar de nosso coração católico, a mesma súplica também confessa a indignidade de receber a Cristo; não obstante, implora, ao mesmo tempo, que Ele venha à nossa alma e, nessa visita, nos diga uma palavra interior que cure nossas misérias e nos restaure inteiramente.

EM VERDADE EU VOS DIGO O QUE PEDIRDES EM ORAÇÃO, CREDE QUE O RECEBEREIS, E VOS SERÁ CONCEDIDO, DIZ O SENHOR. Mc 11, 23-24



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