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domingo, setembro 15, 2013

"QUERO VOLTAR PARA CASA DE MEU PAI" - 24º DTC


Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
24º Domingo do Tempo Comum

O PAI BOM
Podemos identificar as personagens das parábolas da ovelha perdida, da moeda de prata extraviada e do pai misericordioso: o pastor que procura a ovelha, a mulher que varre a casa para encontrar a moeda, e o pai do filho que volta para casa, é o próprio Deus, que manifesta seu amor na prática de Jesus. A ovelha perdida, a moeda extraviada e o filho mais jovem são os pecadores, a riqueza de Deus. Ele os procura incansavelmente. Sem eles, Deus se sente vazio.
No entanto, em nenhuma outra parábola Jesus conseguiu penetrar tão profundamente no mistério de Deus e no mistério da condição humana. Nenhuma outra é tão atual para nós como esta do “pai bom”.

O filho mais moço diz ao pai: “Pai, dá-me a parte da herança que me cabe”. Ao reclamá-la, está de alguma forma pedindo a morte do pai. Quer ser livre, romper amarras. Não será feliz enquanto seu pai não desaparecer. O pai consente com seu desejo sem dizer nenhuma palavra: o filho deve escolher livremente seu caminho.
Não é esta a situação atual? Muitos querem hoje ver-se livres de Deus, ser felizes sem a presença de um Pai eterno em seu horizonte. Deus deve desaparecer da sociedade e das consciências. E, da mesma forma que na parábola, o Pai mantém silêncio. Deus não coage ninguém.

O filho parte para “um país distante”. Precisa viver longe de seu pai e de sua família, O pai vê partir, mas não o abandona; seu coração de pai o acompanha; cada manhã o estará esperando. A sociedade moderna se afasta sempre mais de Deus, de sua autoridade, de sua lembrança... Não está Deus nos acompanhando enquanto o vamos perdendo de vista?

Logo o filho se instala numa “vida desordenada'. O termo original não sugere apenas uma desordem moral. Mas um existência insana, descontrolada, caótica. Em pouco tempo sua aventura começa a transformar-se em drama. Sobrevém uma “fome terrível' e ele só sobrevive cuidando de porcos, como escravo de um estranho. Suas palavras revelam sua tragédia:”Eu aqui morro de fome”.
O vazio interior e a fome de amor podem ser os primeiros sinais de nosso afastamento de Deus. Não é fácil o caminho da liberdade. O que nos falta? O que poderia encher o nosso coração? Temos quase tudo, então por que sentimos tanta fome?

O jovem “entrou em sim mesmo”e, aprofundando-se em seu próprio vazio, recordou o rosto de seu pai, associado à abundância de pão: na casa de meu pai eles “têm pão” e aqui “eu morro de fome”. Em seu interior desperta o desejo de uma liberdade nova junto a seu pai. Ele reconhece seu erro e toma uma decisão: “Pôr-me-ei a caminho e irei procurar meu pai”.
Pôr-nos-emos a caminho para Deus, nosso Pai? Muitos o fariam se conhecessem este Deus que, segundo a parábola de Jesus, “sai correndo ao encontro do filho, lança-se ao seu pescoço e põe-se a beijá-lo efusivamente”. Estes abraços falam de seu amor melhor que todos os livros de teologia. Junto a ele sempre poderemos encontrar uma liberdade mais digna e feliz.
cf. José Antonio Pagola, O Caminho aberto por Jesus, Vozes , página 258-259 .

 SENHORA DAS DORES,

Ó Mãe de Jesus e nossa mãe, Senhora das Dores, nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz, tendo nos braços o corpo sem vida do vosso Filho. Uma espada de dor transpassou vossa alma como predissera o velho Simeão. Vós sois a Mãe das dores. E continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária. Recolhei em vossas mãos os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz, sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente. E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa sociedade. Permanecei conosco e dai-nos o vosso auxílio, para que possamos converter as lutas em vitórias e as dores em alegrias. Rogai por nós, ó Mãe, porque não sois apenas a Mãe das dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém !




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