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sexta-feira, setembro 13, 2013

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

 VINDE FIEIS! ADOREMOS O MADEIRO QUE DÁ A VIDA, NO QUAL, CRISTO, O REI DA GLORIA, ESTENDEU VOLUNTARIAMENTE SEUS BRAÇOS, RESTAURANDO EM NÓS A FELICIDADE PRIMITIVA; NÓS QUE, DOMINADOS PELO MAL E PELAS PAIXÕES ESTÁVAMOS AFASTADOS DE DEUS. VINDE, ADOREMOS A CRUZ, QUE NOS DÁ A VITÓRIA SOBRE O MAL. VINDE, POVOS DA TERRA, HONREMOS COM HINOS A CRUZ DO SENHOR PORQUE EM TI, TODA A IGREJA SE ALEGRA!

Hoje, a Cruz é exaltada e o mundo se liberta do erro.
Hoje, renova-se a ressurreição de Cristo; regozijam-se os confins da terra, e, com hinos e salmos, como outrora Davi, exclamam: Realizaste hoje, a salvação do mundo, passando pela Cruz e a Ressurreição, pelas quais nos libertaste, Senhor Nosso Deus! Ó Tu, que amas a humanidade, Senhor, Gloria a Ti!

Esta festa nasceu em Jerusalém e difundiu-se por todo o Médio Oriente, onde ainda hoje é celebrada, em paralelo com a Páscoa. A 13 de Setembro foi consagrada a Basílica da Ressurreição, em Jerusalém mandada construir por Santa Helena e Constantino. No dia seguinte, foi explicado ao povo o significado profundo da igreja, mostrando-lhe o que restava da Cruz do Salvador. No século VI esta festa em honra da Santa Cruz já era conhecida em Roma. Em meados do século VII, começou a ser celebrada no dia 14 de Setembro, quando se expunham à veneração dos fiéis as relíquias da Santa Cruz.


Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
A CRUZ É A MARCA DE FERRETE QUE DEUS IMPRIMIU NESTE MUNDO, PARA MOSTRAR A TODOS OS SERES HUMANOS QUE O AMOR DE DEUS VENCE TODO ÓDIO, QUE A FORÇA DE DEUS É MAIS FORTE DO QUE TODO PODER HUMANO QUE TEM CONSTANTEMENTE A PRETENSÃO DE SER A AUTORIDADE ÚLTIMA.


A cruz abre uma brecha num  mundo fechado, que se basta a si mesmo. A cruz lembra que, na encarnação e na morte e ressurreição de Jesus, este mundo foi aberto para Deus e que Deus toca todas as áreas deste mundo. Nesse contexto, a cruz é as duas coisas: o sinal do amor incondicional de Deus, que nos alcança em todo tempo e todo lugar, mas também o sinal do juízo que se abaterá sobre este mundo se ele continuar a se fechar em si mesmo. 

Este mundo terá fim. Ele não é estabelecido para sempre, mas está nas mãos de Deus. Quando Jesus morreu na cruz, rasgou a cortina do Templo que nos obstruía a visão de Deus. A cruz é a imagem da certeza de que este mundo já não pode obstruir a visão de Deus, porque ele foi aberto e marcado pelo amor de Deus. A cruz é a marca de ferrete que Deus imprimiu neste mundo, para mostrar a todos os seres humanos que o amor de Deus vence todo ódio, que a força de Deus é mais forte do que todo poder humano que tem constantemente a pretensão de ser a autoridade última.


A necessidade humana de colocar cruzes em muitos lugares importantes, nos cumes das montanhas, em encruzilhadas, nas torres de igrejas, nas casas e em locais de acidentes ao longo das rodovias e estradas não é sempre uma expressão de religiosidade eclesial. Parece que há por trás disso um anseio mais profundo de lembrar-se em todo tempo e todo lugar de Deus, a quem pertence este mundo e que é o único que o torna humano. 

Quando o mundo fica abandonado a si mesmo , ele tem a tendência de comportar-se como se fosse absoluto, de tornar-se brutal e cruel. A cruz quer nos lembrar que a presença amorosa e sanadora de Deus nos cerca por todas as partes, que não estamos abandonados e entregues a nós mesmos e a pessoas que querem exercer seu poder sobre nós, mas que podemos experimentar em meio ao mundo secularizado o amor de Deus. 
Onde Deus está próximo, a proximidade muitas vezes agressiva de seres humanos não pode nos determinar. A cruz é simultaneamente um símbolo de que os demônios, os poderes deste mundo, já não podem nos prejudicar, de que estamos sob a proteção de Cristo, que despedaçou o poder dos demônios. 

E a cruz é um sinal de benção. Com a cruz benzemos e abençoamos pessoas e objetos. A cruz nos mostra que nós mesmos estamos sob a proteção de Deus, que Deus coloca sobre nós suas mãos que abençoam e que dão vida.


“CRISTO FEZ DE DOIS POVOS UM SÓ. NA SUA CARNE DERRUBOU O MURO DA SEPARAÇÃO: O ÓDIO. ABOLIU A LEI DOS MANDAMENTOS E PRECEITOS. ELE QUIS, A PARTIR DO JUDEU E DO PAGÃO, CRIAR EM SIM MESMO UM HOMEM NOVO, ESTABELECENDO A PAZ. QUIS RECONCILIÁ-LOS COM DEUS NUM SÓ CORPO, POR MEIO DA CRUZ” (EFÉSIO 2,14-16)




Cf  A Cruz , a imagem do ser humano redimido ; Anseln Grun , Paulus , 2009.




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