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domingo, março 30, 2014

"ELE É JESUS. ELE É UM PROFETA. ELE É UM HOMEM DE DEUS. ELE É O FILHO DE DEUS!" - IV DOMINGO DA QUARESMA - ANO A


Este recebe de Cristo primeiro a visão ocular, e depois a luz da fé. O batismo-cristão, sacramento da fé, é iluminação de toda a pessoa: espírito e coração, sentimentos e conduta. 
Por isso o iluminado por Cristo, isto é, o cristão, deve andar na vida como filho da luz. É atitude conseguente de quem foi escolhido, vocacionado e ungido pelo Espírito, como os profetas, reis e sacerdotes da antiga Aliança; assim também Davi.
O fato e sua intenção: A devolução da vista ao cego é um sinal que manifesta Jesus como Luz do mundo, conforme suas próprias palavras: “Eu sou a luz do mundo”. 
A expressão “EU SOU” nos lábios de Jesus é um eco e equiparação do “Javé” do Antigo Testamento. 
É uma fórmula bíblica de auto-revelação personalizante à base de imagens: Eu sou a luz do mundo; a ressurreição e a vida; o caminho, a verdade e a vida; o pão da vida etc.  Diferente da maioria dos milagres evangélicos, no caso do cego a cura não está precedida de um pedido que suponha uma fé sequer inicial, mas há uma oferta espontânea e compassiva de Jesus.
Verificação e interpretação do acontecimento pelos fariseus. 
É a parte mais ampla da narrativa, à base de interrogatórios. Auto-revelação de Jesus – Então Cristo torna-se acessível e se auto-revela ao vidente: Aqui chega ao auge o itinerário que aquele mendigo e cego de nascimento percorreu até a plena luz da fé: 
“Creio, Senhor, e se prostrou diante dele”. Até alcançar esta confirmação de fé cristológica o cego viveu todo um processo ascendente de maturação pessoal e de conhecimento de Jesus como no caso da Samaritana. Isso se percebe no ritmo progressivo dos termos e títulos com que vai-se referindo a Ele. 
Primeiro diz: esse homem que se chama Jesus; logo o chama de profeta; depois como vindo de Deus; e finalmente o confessa como Filho do homem, título messiânico e de claro sabor judeu-cristão com que Jesus se revela a ele. A obstinação e condenação final dos fariseus por Jesus como supostamente enxergando. 
“É para um julgamento que vim a este mundo, conclui Cristo; para que os que não vêem, vejam, e os que vêem, se tornem cegos”.
Há uma antiga oração da Igreja que pede a Deus que as nossas ações sejam precedidas, ajudadas e terminadas com o auxilio divino mostrando, dessa maneira, a nossa dependência total do Senhor. Seria terrível se algum dia nos invadisse uma espécie de autossuficiência espiritual. Seria o momento no qual Jesus nos diria, como outrora aos fariseus, que a nossa pretensão é o que nos cega (cfr. Jo 9,41).
Também nós fomos iluminados pelo Cristo no Batismo. Para nós valem as palavras de São Paulo: “Outrora éreis treva, mas agora sois luz no Senhor! Vivei  como filhos da luz! Não vos associeis às obras das trevas!”
Eis, caros irmãos: iluminados por Cristo não podemos pensar como o mundo, sentir como o mundo, agir como o mundo! Devemos viver na luz e ser luz para o mundo! Mas, não é fácil; não basta querer! Sem a graça do Senhor, nada conseguiremos, a não ser sermos infiéis! 

Por isso a necessidade dos exercícios quaresmais; por isso a oração, a penitência e a  caridade fraterna, por isso a necessidade da confissão de nossos pecados!

cf.Caballero, Basilio  Nas Fontes da Palavra , Leitura , Meditação e Anúncio Ano A , Editora Santuário ,1992
cf. Presbíteros.com

*Agradecimentos a
José Ribeiro e Adelaide
pelas imagens e carinho