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sábado, junho 07, 2014

NOITE DA UNIDADE - SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS

Dentro das Comemorações dos 100 anos da Igreja de São Conrado, na Semana de Oração pela Unidade do Cristãos, tivemos a visita e Oração Ecumênica com a Reverenda Pastora da Igreja Luterana no Brasil, Lusmarina Campos Garcia, e presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (CONIC-Rio).

"Mesmo crendo na presença condutora do Espírito Santo, existem muitas divisões e contrariedades dentro da comunidade eclesial.
 Muitas delas promoveram divisões que duram até nossos dias. Foram momentos históricos, nos quais prevaleceram a teimosia humana e não o silencioso sopro divino do Espírito. É fato comprovado, também este, que quando as vozes humanas gritam alto demais e se fecham à fraternidade, torna-se incapaz de ouvir o sopro divino. Hoje, a Igreja de Cristo (que reúne todas as Igrejas cristãs) é um “corpo dividido”, necessitado de um novo Pentecostes para aprender a silenciar e reunir os filhos de Deus dispersos. Diversidade de opiniões é normal entre nós, seres humanos, mas a divisão da Igreja é algo anormal, porque reflete o rompimento da fraternidade. As divisões históricas de nossas Igrejas, hoje, servem como sinal de alerta para todos, desde nossas comunidades de base (paróquias) até as mais altas esferas". Padre Marcos
“Promover a restauração da unidade entre todos os cristãos é um dos principais propósitos do sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II. Pois Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja.
Suspenso na cruz e glorificado, o Senhor Jesus derramou o Espírito prometido. Por Ele chamou e congregou na unidade da fé, esperança e caridade o Povo da nova Aliança, que é a Igreja, como atesta o Apóstolo: "Só há um corpo e um espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação. Só há um Senhor, uma fé, um Batismo" (Ef. 4, 45).
O Espírito Santo habita nos crentes, enche e rege toda a Igreja, realiza aquela maravilhosa comunhão dos fiéis e une a todos tão intimamente em Cristo, que é princípio da unidade da Igreja. Ele faz a distribuição das graças e dos ofícios, enriquecendo a Igreja de Jesus Cristo com múltiplos dons, "a fim de aperfeiçoar os santos para a obra do ministério, na edificação do corpo de Cristo" (Ef. 4,12).

Para estabelecer esta Sua Igreja santa em todo mundo até à consumação dos séculos, Cristo outorgou ao colégio dos doze o ofício de ensinar, governar e santificar. Dentre eles, escolheu Pedro, sobre quem, após a profissão de fé, decidiu edificar a Sua Igreja. A ele prometeu as chaves do reino dos céus e, depois da profissão do seu amor, confiou-lhe a tarefa de confirmar todas as ovelhas na fé e de apascentá-las em perfeita unidade, permanecendo eternamente o próprio Cristo Jesus como pedra angular fundamental e pastor de nossas almas.
Hoje, em muitas partes do mundo, mediante o sopro da graça do Espírito Santo, empreendem-se, pela oração, pela palavra e pela ação, muitas tentativas de aproximação daquela plenitude de unidade que Jesus Cristo quis. Este sagrado Concilio, portanto, exorta todos os fiéis a que, reconhecendo os sinais dos tempos, solicitamente participem do trabalho ecumênico.

Por “movimento ecumênico” entendem-se as atividades e iniciativas, que são suscitadas e ordenadas, segundo as várias necessidades da Igreja e oportunidades dos tempos, no sentido de favorecer a unidade dos cristãos. 
Tais são: primeiro, todos os esforços para eliminar palavras, juízos e ações que, segundo a equidade e a verdade, não correspondem à condição dos irmãos separados e, por isso, tornam mais difíceis as relações com eles; depois, o «diálogo» estabelecido entre peritos competentes, em reuniões de cristãos das diversas Igrejas em Comunidades, organizadas em espírito religioso, em que cada qual explica mais profundamente a doutrina da sua Comunhão e apresenta com clareza as suas características. 
Com este diálogo, todos adquirem um conhecimento mais verdadeiro e um apreço mais justo da doutrina e da vida de cada Comunhão. 

Então estas Comunhões conseguem também uma mais ampla colaboração em certas obrigações que a consciência cristã exige em vista do bem comum. E onde for possível, reúnem-se em oração unânime. 
Enfim, todos examinam a sua fidelidade à vontade de Cristo acerca da Igreja e, na medida da necessidade, levam vigorosamente por diante o trabalho de renovação e de reforma.


Desde que os fiéis da Igreja católica prudente e pacientemente trabalhem sob a vigilância dos pastores, tudo isto contribuirá para promover a equidade e a verdade, a concórdia e a colaboração, o espírito fraterno e a união. 
Assim, palmilhando este caminho, superando pouco a pouco os obstáculos que impedem a perfeita comunhão eclesiástica, todos os cristãos se congreguem numa única celebração da Eucaristia e na unidade de uma única Igreja. Esta unidade, desde o início Cristo a concedeu à Sua Igreja. Nós cremos que esta unidade subsiste indefectivelmente na Igreja católica e esperamos que cresça de dia para dia e até à consumação dos séculos.
Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior. É que os anseios de unidade nascem e amadurecem a partir da renovação da mente (24), da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da caridade. Por isso, devemos implorar do Espírito divino a graça da sincera abnegação, humildade e mansidão em servir, e da fraterna generosidade para com os outros.
Lembrem-se todos os cristãos de que tanto melhor promoverão e até realizarão a união dos cristãos quanto mais se esforçarem por levar uma vida mais pura, de acordo com o Evangelho. Porque, quanto mais unidos estiverem em comunhão estreita com o Pai, o Verbo e o Espírito, tanto mais íntima e facilmente conseguirão aumentar a fraternidade mútua".

UNITATIS REDINTEGRATIO SOBRE O ECUMENISMO
Vaticano, 21 de Novembro de 1964.
PAPA PAULO VI


Que a reflexão desta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos nos anime a confiar, sempre mais, na transformação possível e no convívio fraternal. Que sejamos fortalecidos na fé que brota da certeza que vem da vitória do Ressuscitado.