No dia 20 de setembro a Paróquia São Conrado reuniu Coordenadores de Pastoral,
Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, Membros do Conselho, Catequistas,
leigos, auxiliares e responsáveis por movimentos e pastorais, para estudo e
reflexão do Documento 100 da CNBB “Comunidades de comunidades a conversão
pastoral da paróquia.”
Padre Marcos Belizário Ferreira, conduziu
a formação,
e o encontro foi marcado por momentos de oração, intensa participação da comunidade que tiveram a oportunidade de conhecer o Documento, que
trata da renovação paroquial.
Aprovado em maio deste ano pelos bispos do Brasil durante a 52ª Assembleia
Geral, o documento 100 propõe ações práticas para uma conversão pastoral da
paróquia e tem entre seus objetivos dinamizar a vida de comunidade.
É composto
por seis capítulos: Sinais dos Tempos e Conversão Pastoral, Palavra de Deus,
Vida, Missão nas Comunidades, Surgimento da Paróquia e sua Evolução, Comunidade
Paroquial, Sujeito e Tarefas da Conversão Paroquial.
As questões refletidas foram: qual é a situação de nossas paróquias hoje? Quais são as causas de certo esfriamento na comunidade cristã? O que é preciso perceber para que ocorra uma mudança? Que aspectos merecem revisão urgente? O que é possível propor e assumir na realidade brasileira?
A conversão pastoral da paróquia consiste em ampliar a formação de pequenas comunidades de discípulos convertidos pela Palavra de Deus e conscientes da urgência de viver em estado permanente de missão.
Isso implica em revisar a atuação dos ministros ordenados, consagrados e leigos, superando a acomodação e o desânimo. O discípulo de Jesus Cristo percebe que a urgência da missão supõe desinstalar-se e ir ao encontro dos irmãos. Há séculos a paróquia tem sido a presença pública da Igreja nos diferentes lugares.
Ela é referência para os batizados. Sua configuração
social, entretanto, tem sofrido profundas alterações nos últimos tempos. A
mudança de época da sociedade e o processo de secularização diminuíram a
influência da paróquia sobre o cotidiano das pessoas. Cresce o desafio de
renovar a paróquia em vista da sua missão.
De forma especial, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium1 propõe a
revisão da situação atual da paróquia que, apesar dos ventos contrários, “não é
uma estrutura caduca, precisamente porque possui uma grande plasticidade, pode
assumir formas muito diferentes que requerem a docilidade e a criatividade
missionária do pastor e da comunidade.”
Toda conversão supõe um processo de transformação permanente e integral,
o que implica o abandono de um caminho e a escolha de outro.
A conversão
pastoral sugere renovação missionária das comunidades, para passar de “uma
pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária.” Isso supõe mudança de estruturas e métodos
eclesiais, mas
principalmente, exige uma nova atitude dos pastores, dos agentes de pastoral e dos membros das associações de fiéis e movimentos eclesiais.
A expressão conversão pastoral remete acima de tudo a uma renovada
conversão a Jesus Cristo, que consiste no arrependimento dos pecados, no perdão
e na acolhida do dom de Deus (cf. At 2, 38ss.) Trata-se de uma conversão pessoal
e comunitária.
A conversão da comunidade está refletida no Concílio Vaticano II ao
afirmar que “a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente
santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência
e a renovação.” Essa postura é
necessária porque “a Igreja peregrina é chamada por Cristo a esta reforma
perene. Como instituição humana e terrena, a Igreja necessita perpetuamente
desta reforma.”
A mudança não é apenas prática, pois ela requer uma nova mentalidade:
‘pastoral’ nada mais é que o exercício da maternidade da Igreja. Ela gera,
amamenta, faz crescer, corrige, alimenta, conduz pela mão... por isso, faz
falta uma Igreja capaz de redescobrir as entranhas da misericórdia.
Sem a
misericórdia, poucas possibilidades temos hoje de inserir-nos em um mundo de
‘feridos’, que têm necessidade de compreensão, de perdão, de amor.”
A conversão pessoal e a pastoral andam juntas, pois se fundam na
experiência de Deus realizada por pessoas e comunidades.
“Temos consciência de que a transformação das estruturas é uma expressão externa da conversão interior.
Sabemos que esta conversão começa por nós mesmos. Sem o testemunho de
uma Igreja convertida, vãs seriam nossas palavras de pastores.” Só assim será
possível ultrapassar uma pastoral de mera conservação ou manutenção, para
assumir uma pastoral decididamente missionária.
É urgente uma revitalização da comunidade paroquial para que nela
resplandeça cada vez mais a comunidade acolhedora, samaritana, orante e
eucarística. A participação na Eucaristia não se reduz ao fato de todos
cantarem e rezarem juntos. É preciso formar o Corpo Místico de Cristo, onde
todos se integram como membros que vivem na unidade.
A Conversão e a revisão das estruturas não se realizam para modernizar a Igreja, mas para buscar maior fidelidade ao que Jesus quer da sua Comunidade.
É exigência da missão a renovação dos costumes, estilos, horários e
linguagem. Só assim toda a estrutura eclesial favorecerá mais à evangelização
do que à autopreservação da paróquia.
A renovação da paróquia tem fonte perene no encontro com Jesus Cristo, a
ser renovado
constantemente pelo anúncio do querigma. Por meio deste Documento,
que deverá ser estudado, refletido, assimilado e posto em prática, o
episcopado
brasileiro convoca a todos a darem sua contribuição responsável para apresentar
um rosto de Igreja renovado e fiel aos ensinamentos de Jesus.
CNBB - Diretrizes
Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2011 - 2015
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