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sexta-feira, setembro 26, 2014

SÃO COSME E SÃO DAMIÃO, MÁRTIRES


A origem do culto de São Cosme e São Damião localiza-se em Ciro, cidade da Síria do Norte. Teodoreto, que foi bispo daquela cidade, no século V, fala de São Cosme e da basílica dos dois santos irmãos.

Cosme e Damião eram irmãos, descendentes de nobre família da Arábia. A mãe, teodata, deu aos filhos uma educação muito boa, e fez com que os belos talentos se lhes pudessem desenvolver sob a direção de sábios mestres. Fazendo os estudos na Síria, especializaram-se em medicina.
Relicários de São Cosme e Damião: Na Igreja de
São Miguel, em Munique, Alemanha
Pelo preparo científico e não menos pela pureza de costumes, mereceram a estima e admiração de todos, até dos próprios pagãos. Aproveitando-se desta última circunstância, de preferência procuraram exercer a profissão de médico entre as famílias pagãs, para deste modo terem ocasião de ganhá-las para o Catolicismo. Deus abençoou-os de tal maneira, que não parecia haver doença que resistisse à sua medicação. Era visível esta proteção sobrenatural.

A admiração dos pagãos, crescia ainda mais vendo que os médicos cristãos não aceitavam a mínima gratificação. Eram outras riquezas que os atraíam. A conversão das almas, que viviam nas trevas do paganismo, era objetivo principal de toda sua atividade. Realmente conseguiram deitar a semente da doutrina cristã em muitos corações, e numerosas foram as conversões de pagãos ao cristianismo.
Relicário pertencente a um Monastério em Kosovo
Assim viveram alguns anos, como médicos missionários em Egra, na Cilícia. Essa atividade havia de chamar a atenção das autoridades, como de fato chamou. Tendo recebido ordens do governo imperial de Dioclesiano com referência à religião cristã e seus adeptos, uma das primeiras medidas corcitivas do governador Lísias, quando apareceu em Egra, foi ordenar a prisão dos dois médicos, que lhe foram indicados como inimigos acérrimos das divindades pagãs.
Citados perante o tribunal de Lísias, este os interpelou sobre sua pátria e profissão. Deram as informações exigidas, declarando que eram naturais da Arábia, e exerciam gratuitamente a ciência médica. Protestaram contra a denúncia de se entregarem às práticas da feitiçaria.
- Curamos doenças - disseram ao governador - mais em nome de Jesus Cristo, do que pelo valor da nossa ciência.
Lísias bradou: - É preciso que adoreis aos deuses, sob pena de cruel tortura!
-Teus deuses nenhum poder têm; adoramos o Criador do céu e da terra.
Basílica de Cosme e Damião no Forum de Roma
Para fazê-los mudar de convicção, Lísias mandou aplicar-lhes tormentos bárbaros. Vendo, porém, que eram inúteis esses processos, deu ordem para que fossem decapitados. Cosme e Damião morreram mártires em 303. Os corpos foram transportados para Cira, na Síria, e depositados numa igreja que lhes recebeu o nome. O mesmo imperador, Justiniano I, vendo_se favorecido em grave doença, construiu em Constantinopla uma igreja em honra destes padroeiros. 
Interior da Basílica de S.Cosme e Damião em Roma
Parte das relíquias chegaram no século VI a Roma e a Munique (Baviera), onde repousam no altar mor da igreja de São Miguel. Deus glorificou com muitos milagres o nome de seus dois servos.
Os Santos Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e da Faculdade de Medicina.
Os nomes de são Cosme e são Damião, entretanto, são pronunciados infinitas vezes, todos os dias, no mundo inteiro, porque, a partir do século VI, eles foram incluídos no cânone da missa, fechando o elenco dos mártires citados.

No dia da festa de São Cosme e Damião, é costume distribuir balas e doces para as crianças, no Brasil, principalmente os devotos que alcançaram alguma graça e fizeram a promessa de realizar esse ato.
  
São Gregório de Tours assim se refere aos dois (In gloria mart., XCVIII): "Dois gêmeos, Cosme e Damião, médicos, tornaram-se cristãos, e pelo mérito das virtudes e intervenção das orações, expulsavam as enfermidades dos doentes. Depois de diversos suplícios, reuniram-se no céu e fazem milagres pelos compatriotas. Se um doente for à tumba dos dois santos e orar com fé, imediatamente obterá remédio para os males que o afligem. Diz-se que eles apareciam em sonho aos enfermos e que lhes indicavam o que fazer. Uma vez despertos e executadas as ordens, curavam-se prontamente".

Procópio assevera-nos que Justiniano, no século VI, construira em Ciro um grande templo, que dedicou aos dois santos. Teodósio, o peregrino, em 530, observa que, in Quiro São Cosme e São Damião foram supliciados.

O resumo do martirológio diz:
Em Egéia, a morte dos santos mártires Cosme e Damião, irmãos: durante a perseguição de Diocleciano, depois de terem sido carregados de ferros e encarcerados numa estreita prisão, foram atirados ao mar, depois do fogo, em seguida pregados na cruz, lapidados e trespassados de flechas, Tendo a tudo suplantando, foram, afinal, decapitados. Contam que com os dois também sofreram e morreram seus três irmãos, Ântimo, Leôncio e Euprébio.
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