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sexta-feira, janeiro 09, 2015

HAITI, CINCO ANOS DEPOIS DO TERREMOTO


Uma delegação de 12 pessoas partiu do Haiti em 7 de janeiro, para Roma, onde participará do encontro que se realizará no Vaticano no sábado, 10 de janeiro, no quinto aniversário do terremoto que devastou a nação em 12 de janeiro de 2010. 

Foi o que anunciou o Presidente da Conferência Episcopal do Haiti (CEH), Card. Chibly Langlois, Bispo de Les Cayes, que guia a delegação “A comunhão da Igreja: Memória e esperança para o Haiti, cinco anos depois do terremoto” é o tema sobre o qual refletirão cerca de 200 pessoas: além da delegação do Haiti, de fato, foram convidados os representantes dos Dicastérios vaticanos, de algumas Conferências Episcopais, de organizações de ajuda e cooperação, os superiores gerais de congregações religiosas e os embaixadores junto à Santa Sé. 
A iniciativa, segundo a nota enviada a Fides pelo Haiti, fortemente encorajada pelo Papa Francisco, é organizada pelo Pontifício Conselho "Cor Unum" e pela Pontifícia Comissão para a América Latina. "Será – segundo as palavras do Cardeal – a oportunidade de recordar o desastre que causou mais de 230.000 mortos, 300.000 feridos e 1,2 milhões de desabrigados". Entre os mortos estão a médica pediatra e sanitarista Dra. Zilda Arns, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, 18 militares brasileiros, além do vice-representante especial do secretário-geral da ONU, Luiz Carlos da Costa. 
Nesse ano de 2015 a CNBB vai dar início ao processo para solicitar ao Vaticano a beatificação da missionária Zilda Arns. O início do processo terá que esperar por dois anos, pois uma solicitação de beatificação e canonização só pode ser apresentada após cinco anos da morte do candidato, informou a CNBB. O Pedido de beatificação da médica tem mais de 130 mil assinaturas em janeiro de 2015.
Em vida, dra Zilda recebeu diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz três vezes seguidas e recebeu 19 prêmios entre 1988 e 2002, entre eles a menção especial pela Unicef-Brasil como personalidade brasileira de destaque no trabalho em prol da saúde da criança; o Prêmio Internacional da Organização Pan-americana de Saúde, em Administração Sanitária, em 1994, e o título de Heroína da Saúde Pública das Américas, em 2002.
Dra Zilda fazia uma palestra à comunidade religiosa haitiana sobre o combate à desnutrição infantil, quando irrompeu  o forte terremoto em Porto Príncipe. Pouco antes de terminar seu discurso, a igreja desabou.
A Pastoral da Criança mobilizou e capacitou mais de 240 mil voluntários, que já atuaram em 40.853 mil comunidades em 4.016 municípios. A entidade acompanha hoje quase 95 mil gestantes e mais de 1, 6 milhão de crianças pobres menores de seis anos. Zilda Arns promovia a capacitação dos voluntários e sua transformação em agentes sanitários, trabalhando nas comunidades onde moram. Em 2004, Zilda Arns recebeu da CNBB outra missão semelhante, fundar, organizar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de 129 mil idosos são acompanhados todos os meses por 14 mil voluntários.

O Brasil passou a ser um dos principais colaboradores dos trabalhos coordenado pela Organização das Nações Unidas no processo de reconstrução e capacitação profissional do Haiti e para redução da tragédia humanitária no país. 
A reorganização do Haiti ainda está em andamento e conta com o apoio de uma ação coordenada pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional. A campanha “Alimente a Esperança, Ajude o Haiti”,  criada a pedido do cardeal arcebispo Dom Orani João Tempesta como gesto concreto por ocasião da comemoração de um ano da JMJ e da celebração do Ano Arquidiocesano da Caridade.

Em dezembro de 2014, representantes da Arquidiocese do Rio de Janeiro estiveram no Haiti para a distribuição dos alimentos, arrecadados na campanha “Alimente a esperança, ajude o Haiti”, cerca de 100 toneladas foram entregues aos moradores da capital, Porto Príncipe, um dos locais mais afetados pelo terremoto em 2010. Fizeram parte da comitiva o coordenador do Conselho Missionário Arquidiocesano (Comidi), padre Ludendorff (Licinho) Cohen Couto, juntamente com o reitor do Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos, padre Leandro Lênin, e o fundador da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, em Nova Iguaçu, padre Renato Chiera.
A comissão se reuniu com diversas frentes missionárias que atuam na assistência aos haitianos. Foram realizados encontros com os religiosos da Associação São Francisco de Assis na Providência de Deus, com as Irmãs Apóstolas no Coração de Jesus, as religiosas do Grupo Intercongregacional coordenado pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e outros grupos de religiosos brasileiros. Foi realizada também visita ao bispo de Porto Príncipe, Dom Guire Poulard e ao comando do Exército brasileiro que serve no país.

PORT-AU-PRINCE HAITI PÓS-TERREMOTO
O cardeal Chibly Langlois recorda na circunstância que um número de projetos pós-terremoto já foi completado, e que atualmente a Igreja Católica tem ainda cerca de 200 projetos a realizar. Os que estão em andamento dizem respeito a 70 igrejas, capelas ou escolas reconstruídas, e outros edifícios que abrigam atividades de serviço administradas pela Igreja Católica. Esses 70 projetos em execução exigiram um custo de 58 milhões de dólares, dos quais somente 32 eram precedentemente disponíveis, segundo o que afirma Stephan Destin, o engenheiro responsável pela Unidade operativa para a reconstrução.
 O Estado haitiano até agora não reconstruiu nenhum dos edifícios públicos destruídos pelo terremoto. A Igreja, a propósito, aguarda ainda a ajuda estatal para a reconstrução efetuada ou iniciada dos edifícios que oferecem um serviço público, como escolas e centros de saúde.
"Esperamos reforçar a comunhão eclesial com a Igrejas-irmãs”, conclui o Card. Chibly Langlois, que auspicia também a nomeação, em cada diocese haitiana, de uma pessoa competente e qualificada, encarregada de acompanhar a reconstrução e a gestão das ajudas.

HOMENAGEM À ZILDA ARNS EM CURITIBA
A Arena da Baixada, em Curitiba, vai receber uma homenagem à Dra Zilda Arns, neste sábado (10). O evento, que vai das 19h às 22h, pretende lembrar a vida da fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. Durante a celebração será entregue à administração da Arquidiocese de Curitiba uma moção que solicita o pedido de abertura do processo de beatificação de Zilda Arns. O documento conta com mais de 130 mil assinaturas. Os líderes vêm em caravanas de todos os estados do Brasil e durante o sábado poderão também conhecer o Museu da Vida e visitar o túmulo da homenageada no Cemitério Água Verde.
A Celebração Eucarística contará com a presença de Dom Geraldo Majella Agnelo, Dom Raymundo Damasceno Assis, Dom Aldo di Cillo Pagotto e Padre Reginaldo Manzotti.

O ingresso para a cerimônia pode ser retirado na sede do Museu da Vida, na Rua Jacarezinho, 1.691, Mercês ou na portaria da Arena da Baixada, que fica na Rua Buenos Aires, 1.260, Água Verde. A abertura dos portões está marcada para as 17h e a celebração deve começar às 19h.

MUSEU DA VIDA
O Museu da Vida foi inaugurado em dezembro de 2014 e abriga exposições que contam a trajetória do projeto da Dra. Zilda Arns em erradicar a mortalidade infantil. O espaço possui ambientes de aprendizagem e acervos, além de ser considerado fonte de cultura, pesquisa e disseminação de conhecimento. O Museu está localizado junto à sede da entidade, na Rua Jacarezinho, 1.691, Mercês. O local fica aberto das 8h às 19h, todos os dias da semana, e a entrada é gratuita.

Agencia EFE - Agência Fides - Pontificias Obras Missionárias  (POM) – Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro - Testemunho de Fé - Pastoral da Criança - Pastoral da Pessoa Idosa - G1

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