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quinta-feira, janeiro 01, 2015

SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS E DIA MUNDIAL DA PAZ 2015


Neste dia, a liturgia coloca-nos diante de evocações diversas, ainda que todas importantes.
Celebra-se, em primeiro lugar, a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: somos convidados a contemplar a figura de Maria, aquela mulher que, 
com o seu “sim” ao projeto de Deus, nos ofereceu Jesus, o nosso libertador.
Celebra-se, em segundo lugar, o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI propôs aos homens de boa vontade que, neste dia, se rezasse pela paz no mundo.
Celebra-se, finalmente, o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nos ama, que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude.

Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
Do ponto de vista Bíblico, bênção equivale a invocar a proteção divina sobre uma pessoa ou sobre o povo, como na Bênção de Aarão(1ª leitura) e, da parte do abençoado, a consciência de ser propriedade exclusiva e amada de Deus. Deus, portanto, estende sua proteção e o torna participante de sua santidade. 
Na bênção de Aarão, o povo acabara de celebrar os ritos da Aliança no Sinai, onde experimentou a presença próxima de Deus, e esta presença o acompanhará no caminho em busca da Terra Prometida; é a bênção. Desde modo, a bênção marca a conclusão de uma etapa do caminho libertador e dá início a outra caminhada, sempre com a garantia da bênção divina, a garantia da presença e da proteção divina neste novo caminho.
É uma bênção com três invocações: a invocação da proteção divina, para que nenhum mal possa atingir e prejudicar o povo, a invocação da promessa do brilho da face divina, indicativa da presença luminosa da vontade de Deus na vida do povo e, a súplica para que Deus se compadeça do povo, como garantia de que poderá ser encontrado nas situações dificultosas (1ª leitura). 
O centro da bênção, portanto, resume a teologia da presença divina, que acontecerá plenamente em Jesus, cujo nome significa “Deus salva” (Evangelho). A bênção (presença da Salvação divina) torna-se, desde então, uma necessidade não só para o povo, mas para toda terra (salmo responsorial).
A proteção da bênção divina, que se manifesta como presença divina no meio da humanidade, acontece plenamente em Jesus Cristo. Na descrição evangélica de Lucas — que pela beleza literária, se assemelha a uma pintura — é possível visualizar o êxtase de José e Maria diante do Mistério divino, presente no filho recém-nascido (Evangelho). 

Uma cena silenciosa, porque as explicações são incapazes de explicar a presença divina naquele bebê. É o estado orante e contemplativo da Mãe que silenciosamente conserva e medita tudo em seu coração (Evangelho). Ela está diante do mistério, do inexplicável, por isso, respeitosa e adorante silencia diante da manifestação do divino que se formou em seu seio durante os nove meses de gestação.
Como dito, é no significado do seu nome — Jesus — que encontramos a chave para entender o Mistério. Jesus (que significa Deus Salva) é um nome escolhido por Deus para demonstrar que tudo que acontece naquele Menino é obra e iniciativa divina.
Maria e José, o casal silencioso do Presépio, representam a humanidade que acredita e acolhe na fé o Mistério divino (Evangelho). O nascimento de Jesus, portanto, é a manifestação maior da bênção divina e a garantia de que, por meio daquela bênção, Deus acompanha a humanidade até os final dos tempos. Por isso, Lucas faz questão de ressaltar a imposição do nome no final do texto evangélico como indicativo da realização da promessa divina; como garantia de sua presença abençoadora na terra.
Os efeitos da presença divina na vida humana estão descrita por Paulo, na 2ª leitura. No primeiro momento, Paulo diz que Jesus nasceu para nos libertar da escravidão da Lei. Não somos salvos por causa de uma lei ou de normas religiosas, mas pelo seguimento do Evangelho, a Boa Nova da Salvação. E, em segundo lugar, Paulo afirma que a bênção divina, no nascimento de Jesus, oferece a possibilidade de sermos herdeiros da filiação divina; de participar da vida divina (2ª leitura). 
Somos, pois, constituídos filhos no Filho por obra do Espírito Santo e por vontade do Pai (2ª leitura). Ele, o fruto bendito da Virgem Maria, a Mãe de Deus (Evangelho), é o grande fruto da bênção divina que permanece e sempre nos acompanha (1ª leitura). cf liturgia.pro

*Sedúlio (Sedulius) Poeta cristão do século V cuja principal obra foi um poema em cinco livros intitulado Carmen paschale (Poema pascal). O primeiro livro é um sumário do Antigo Testamento e os outros quatro se ocupam do Novo Testamento.
Alguns de seus versos são usados como antífonas no ritual da Santa Missa.
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