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sexta-feira, fevereiro 27, 2015

RECITAÇÃO DO TERÇO, MISSA E VIA SACRA COM A PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS DA CATEQUESE - SEXTA-FEIRA DIA 27/02/2015


Lembrai-vos Senhor de vossa Igreja, servidora da humanidade. Concedei-lhe paz e fortaleza em meio às angústias, vitórias e lidas da Sociedade de nosso tempo.
O modo como Jesus enfrenta o processo de sua prisão e condenação à morte revela-nos que Ele sempre foi fiel à vontade do Pai. Sua mansidão proclama que não é pela violência que se constrói a paz. O amor e o perdão geraram a nova Sociedade fraterna e solidária.
Pilatos lavou as mãos diante da multidão que gritava “seja crucificado!” dizendo: “Estou inocente desse sangue, a responsabilidade é vossa”. A isso todo o povo respondeu: “Que o seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”. Então, depois de mandar flagelar Jesus, Pilatos entregou-o para que fosse crucificado (cf. Mt 27, 23-26).
Uma Sociedade na qual milhões de pessoas são excluídas, impossibilitadas dos bens necessários à vida; uma sociedade que produz a cada dia novos pobres miseráveis e mata os inocentes torna-se também responsável pelo seu sangue. No Brasil, mata-se 50 mil pessoas em apenas um ano. A maior parte das vítimas é formada por jovens negros e pobres.
Jesus com o rosto no chão orava: “Pai, meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice de sofrimento! Porém, que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres” (cf. Mt 26,39). O ser humano sozinho não tem força para eliminar os males do mundo. Jesus nos ensina que, sem considerar o próximo como semelhante, como filho e filha de Deus, não haverá paz social nem respeito verdadeiro pelos autênticos valores humanos. Com a graça de Cristo é possível vencer as quedas no caminho da vida.
 “Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: ‘Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição - uma espada transpassará a tua alma! - e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações’” (Lc 2, 34-35). Na estrada da vida, encontramo-nos com pessoas que amamos e com gente que nos anima. Mãe e Filho encontram-se e caminham para a cruz, para a ressurreição, para o amor total.
“Então O levaram para crucificá-lo. Os soldados obrigaram alguém que passava, voltando do campo, Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar a cruz” (Mc 15, 20b-21).  Ao nascer da Virgem Maria, o Filho de Deus assumiu nossa condição humana. No caminho da vida e da conversão, não estamos sozinhos. No caminho do calvário e da ressurreição, Jesus nos revela que muitos necessitam de mãos servidoras e de ombros amigos para compartilhar o peso da cruz.
O amor a Deus e ao próximo é o primeiro e maior de todos os Mandamentos. Jesus se faz particularmente presente no rosto dos mais fracos, dos pobres e sofredores, no entanto nem todos conseguem perceber essa presença de Cristo. Nenhum discípulo de Jesus pode ficar surdo a este grito: “o espírito de pobreza e de caridade são a glória e o testemunho da Igreja de Cristo” (Gaudium et Spes, n. 88).
O Reino que Jesus anuncia e convida o ser humano a participar é o Reino do amor, da vida e da justiça, não o da corrupção, da exploração, do abuso do poder e da força. Quando não há respeito pela pessoa humana, e essa é tratada como mercadoria de lucro, a queda é inevitável. Existe pior queda do que essa? O caminho da cruz do cotidiano é duro e penoso - nem por isso a cruz de nossa missão deve ser abandonada.
Seguiam a Jesus mulheres que batiam no peito e choravam por Ele. Jesus, porém, voltou-se para elas e lhes disse: “Mulheres de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos... Porque se fazem assim quando a árvore está verde, o que acontecerá quando estiver seca?” (cf. Lc 23, 27-28). Em nosso tempo, a mulher conquistou influência, conquistou um alcance e poder jamais alcançados até agora; Jesus exorta as mulheres a não perderem o sentido de sua vocação, a não cederam ao projeto maléfico que as considera apenas objeto de prazer, de espoliação e domínio. As palavras e gestos de Jesus exprimem o respeito e a honra devidos à mulher (Mulieris Dignitatem, n. 13).
O caminho do calvário é longo, a cruz é pesada e os algozes são insensíveis: Jesus cai pela terceira vez. As organizações da Sociedade e as pastorais da Igreja podem ajudar a preservar e a melhorar as condições de vida nas sucessivas quedas da vida e a não se acomodar à margem do caminho.
Na fidelidade de Jesus ao projeto de amor do Pai, Ele suporta os piores ultrajes: sua dignidade é humilhada até o máximo; a túnica que cobre seu corpo é rasgada e se torna objeto de sorte. A desnudação de Jesus mostra o absurdo da violência e da maldade humana, que por vezes chega a encontrar prazer nos sofrimentos dos pobres e dos indefesos.
Crer em Jesus, que por nós foi crucificado, morreu, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, é assumir em nossa vida o projeto de Jesus: “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45), “para que tenham vida e tenham em abundância” (Jo 10,10). A cruz é a expressão do amor total, radical, de quem se doa até as últimas consequências, até a morte.
A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus. Ela é um sinal do amor e da presença do Filho de Deus no mundo e o instrumento da unidade dos seres humanos com Deus. Por esse motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada à humanidade e a sua história (cf. Gaudium et Spes, n.1). A Igreja é a razão pela qual Jesus se entrega e morre na cruz. Ela é sua esposa e Ele a ama dando sua vida por Ela. 
Por Cristo e em Cristo, ilumina-se o enigma da dor e da morte, que fora de seu Evangelho esmaga-nos. Cristo ressuscitou, com Sua morte destruiu a morte e nos concedeu a vida. O Espírito oferece-nos a todos a possibilidade de nos associarmos ao mistério pascal. A fé na ressurreição impele-nos a agirmos a favor da vida e do respeito à dignidade humana e à natureza, obras do amor de Deus Pai. 

ORAÇÃO 
Ó Pai e Senhor da vida, com a ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo abristes para nós as portas do vosso Reino. Concedei-nos que, celebrando o mistério pascal e renovados pelo Espírito da Verdade, ressuscitemos na luz da vida nova. Dai-nos esperança de vida e ressurreição diante de tantas situações humanas de conflitos e guerras. Isso vos pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor.
VIA SACRA - CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2015
"EU VIM PARA SERVIR"
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