Teresa nasceu em Ávila, Espanha, no ano de 1515. Aos 20 anos, entrou no Convento Carmelita de Encarnação. Viveu 67 anos (morreu em 4 de outubro de 1582), dos quais 20 de intensa atividade como fundadora, escritora, contemplativa e andarilha de Deus pelas terras da Espanha do século XVI.
Santa Teresa se preocupou com a dignidade da pessoa
humana, e em sua experiência com Deus foi capaz de dar luz ao mistério mais
profundo e desconhecido da interioridade do ser humano. Não foi uma mulher de
teorias, mas de vida provada
Foi canonizada no dia 27 de setembro de 1970, pelo
Papa Paulo VI, que lhe conferiu o título de Doutora da Igreja, e sua festa é
comemorada no dia 15 de outubro.
Teresa foi uma feminista avant la lettre, numa época
em que, na Europa, mulheres eram relegadas ao analfabetismo e, as místicas,
atiradas à fogueira da Inquisição como bruxas.
Leitora compulsiva, reformou a
Ordem das carmelitas, indignada com os conventos transformados em depósitos de
mulheres cujos maridos vinham explorar as riquezas do Novo Mundo.
Teresa rompe com o Carmelo convencional, e também com
a mediação do clero entre a pessoa e Deus. Peregrina incansável, funda
comunidades de mulheres vocacionadas à exclusividade do amor divino.
O representante do papa na Espanha, indignado, a acusa
de “mulher irrequieta e andarilha, desobediente contumaz, que a título de
devoção inventa má doutrina, andando fora da clausura, contra a ordem do
Concílio de Trento e dos bispos, ensinando como mestra, à revelia do preceito
de São Paulo de que as mulheres não devem ensinar.”
Salvou-a da condenação como herética e maluca a
intervenção de seus confessores e teólogos, que se tornaram seus discípulos. Em
1970, o papa Paulo VI concedeu-lhe o título de Doutora da Igreja.
Seu principal discípulo e cooperador não foi uma
mulher, e sim um homem, João da Cruz, patrono dos poetas espanhóis.
A dupla
reformou a vida carmelita e introduziu entre os católicos o saudável exercício
da meditação – embora esta palavra não apareça em seus escritos e a Igreja
Católica, ainda hoje, nutra injustificável preconceito em relação à sua
prática, o que arrefece, entre os fiéis, a contemplação.
Com exceção de Francisco de Assis, nenhum outro santo
atrai tanto a atenção de artistas, intelectuais e psicoterapeutas quanto
Teresa. Nela se realizou, em plenitude, a promessa de Jesus:“Se alguém me ama,
guardará a minha Palavra, e o meu Pai o amará, e viremos a Ele e Nele faremos a
nossa morada” (João 14, 23).
Teresa transvivenciou aos 67 anos, em 1582. Suas obras
completas, encontráveis em qualquer livraria católica, nos ensinam a beber do
próprio poço.
Santa Teresa de Ávila é uma das maiores personalidades
da mística católica de todos os tempos, sendo considerada como um dos maiores
gênios que a humanidade já produziu. Ateus e livres-pensadores se veem
obrigados a enaltecer sua viva e penetrante inteligência; reconhecem a força
persuasiva de seus argumentos, bem como seu estilo vivo e atraente, além de seu
profundo bom senso.
O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de
Ligório, tinha Santa Teresa em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a
ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus
escritos. (JSG)
Imagens: ArqRio.org
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