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domingo, abril 26, 2015

DOMINGO DO BOM PASTOR - IV DOMINGO DA PÁSCOA 2015

ELE CONTINUA A OFERECER-SE PELA HUMANIDADE, E JUNTO DE VÓS É NOSSO ETERNO INTERCESSOR. IMOLADO, JÁ NÃO MORRE; E, MORTO, VIVE ETERNAMENTE.

No Quarto Domingo da Páscoa, Jesus se apresenta como o Bom Pastor: 'Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas' (Jo 10, 11). Jesus, o Bom Pastor, conhece e ama, com profunda misericórdia, cada uma de suas ovelhas desde toda a eternidade: 'Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas' (Jo 10, 14 - 15). A missão do Bom Pastor é universal, porque o rebanho é universal e só um verdadeiramente é o Bom Pastor, que não abandona nunca as suas ovelhas: 'Haverá um só rebanho e um só pastor' (Jo 10, 16).
Homilia de Padre Marcos Belizário
O que mais chama atenção, na 1ª leitura, é o milagre realizado por Pedro curando o paralítico. Não podemos negar que se trata de um feito maravilhoso. Curar um paralítico é algo estupendo, um acontecimento que provoca admiração e questionamentos. Lucas, o autor dos Atos dos Apóstolos, coloca ainda outros dois elementos que gostaria de chamar atenção. 
Primeiro, a reação dos chefes religiosos daquele tempo. Gente de coração endurecido, modelados pela intransigência das leis e sem alguma sensibilidade para o bem que se faz a uma pessoa. Viver a religião de modo intransigente é fanatismo; é próprio de quem fica cego até mesmo vendo evidências. O outro elemento, ao qual chamo atenção na 1ª leitura, é o discurso de Pedro.
 Um discurso corajoso porque ele — diz o texto — estava cheio do Espírito Santo. Estar cheio do Espírito Santo de Deus é a condição primária para se testemunhar publica e corajosamente que a Salvação da vida está unicamente em Jesus Cristo, e em Jesus ressuscitado.
O que se entende por Salvação? Já tive a oportunidade de formular esta pergunta em outras ocasiões, mas é sempre bom voltar a este questionamento para entendermos cada vez melhor e mais profundamente o conceito de Salvação. Hoje, a luz para compreender o significado de Salvação vem da 1ª carta de João, que lemos na 2ª leitura. Neste pequeno texto, a Salvação é entendida como participação na vida divina. Mas não é uma participação superficial, feita de modo abstrato e distante. Trata-se de uma participação profunda, própria de quem é filho e filha de Deus. 
Salvar-se, portanto, é tornar-se filho e filha de Deus. São João conclui dizendo que, aqui na terra, essa filiação acontece nos limites de nossa humanidade, mas um dia nós a viveremos plenamente, quando seremos semelhantes a Jesus ressuscitado. O que isso diz para nós, que vivemos num mundo altamente tecnológico, mergulhado na busca de entretenimento de todo tipo, com promessas de realizações da vida unicamente do ponto de vista econômico? O que significa ser filho de Deus? O que significa ser filha de Deus? 
 É uma questão que deixo em aberto, para que possamos pensar, refletir e assumir um modo de viver coerente com quem é filho e filha de Deus.
João dizia que o mundo não conhece os filhos e filhas de Deus porque não conhece o Pai. Depois, o mesmo João, mas desta vez no Evangelho, aponta outro caminho para se tomar consciência do que significa ser filho e filha de Deus, através da imagem do Bom Pastor. Jesus é o Bom Pastor, aquele que dá a vida por suas ovelhas. 
O filho e filha de Deus é aquele que recebe em si a vida divina, dada pelo Bom Pastor. O filho e a filha de Deus é aquele que conhece Deus, conhece o Pai e, por isso, ouve a voz do Pai, ouve a voz do Bom Pastor e direciona suas vidas nos caminhos indicados pelo Bom Pastor. Cada um de nós precisa, no dia de hoje, se perguntar sinceramente se a nossa vida é dirigida pela voz do Bom Pastor. Jesus lembra que existem pessoas que se passam por pastores, mas que são mercenários; não dão a vida e até roubam a vida das ovelhas. Corremos o risco de perder a vida divina em nós por seguir mercenários e não o Bom Pastor.
Jo 10,11-18
Naquele tempo, disse Jesus: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. É por isso que o Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. 
Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi do meu Pai.”


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