“NO ESPÍRITO SANTO DE CRISTO, TENDES A VIDA DO SENHOR NO PÃO E NO VINHO, PRESENÇA REAL DO CRISTO MORTO E RESSUSCITADO! NA POTÊNCIA DO SEU ESPÍRITO, CONTINUA AGINDO EM NÓS E ENTRE NÓS. FELIZ PÁSCOA! JESUS CRISTO RESSUSCITOU VERDADEIRAMENTE, ALELUIA!” Cardeal Orani João Tempesta
Como transmitir a fé hoje?
por Carlos Moioli (ArqRio)
Na noite de Quinta-feira Santa, 2 de abril, ao presidir a missa da Ceia do Senhor e a cerimônia do Lava-pés, na Catedral de São Sebastião, no Centro, o Cardeal Orani João Tempesta deu início, em âmbito arquidiocesano, às celebrações do Tríduo Pascal, quando se recorda a paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus.
“Cristo é o verdadeiro e único sacerdote, que se ofereceu como vítima de salvação”, disse Dom Orani ao acolher os fiéis no início da celebração. “Na Ceia Pascal, o Senhor Jesus instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue – a Eucaristia – confiando à Igreja, aos seus sacerdotes, o ministério de celebrar em cada Santa Missa o memorial da sua morte e ressurreição”.
Entre os sacerdotes concelebrantes, o cura da Catedral, monsenhor Joel Portella Amado, o reitor do Seminário Arquidiocesao de São José, cônego Leando de Souza Câmara, e diversos padres do Caminho Neocatecumenal.
Transmissão da fé
Na homilia, o arcebispo perguntou: “Como transmitir a fé aos filhos, aos netos, às novas gerações”? E acrescentou: “Como contar hoje, na grande cidade, as maravilhas de Deus? Como falar de nossas escravidões, de nossos pecados?
Ao mesmo tempo, como falar de um coração que arde de alegria e de vida nova, que experimenta a libertação e a salvação”?
Deu dois exemplos. A partir da primeira leitura, a tradição do Antigo Testamento de celebrar a Páscoa, a libertação da escravidão do Egito, pela mão forte e poderosa de Deus, rumo à terra prometida. Uma festa memorável, perpétua, repleta de sinais a ser celebrada pelas gerações, em família, entre os filhos de Israel.
O segundo exemplo teve por base as palavras de São Paulo, quando escreve aos cristãos de Corinto: ‘O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti’. Mesmo não sendo testemunha ocular, foi fiel ao Evangelho, de acordo com os ensinamentos dos apóstolos, a Tradição da Igreja.
“Será que o ‘sentar-se à mesa’ ou ‘transmitir o que recebeu’ são suficientes?”, questionou o cardeal. “Hoje, o mundo é plural, em transformação, com muitas influências. Não podemos nos acomodar, achando que o contexto transmite valores, tradições. Sem impor, precisamos encontrar novas maneiras de transmitir e testemunhar a fé, de partilhar a experiência de ser libertados no Senhor”, acrescentou.
“Mais que um mês, mais que sinais, mais que uma refeição, temos Jesus Cristo”, frisou o arcebispo. “Aquele que havia sido prometido não morreu para um povo especifico, mas veio para que todos tenham vida em abundância. Somos chamados a testemunhar em quem e como cremos, a contagiar as pessoas através da partilha da experiência de libertação, da vivência dos valores do Evangelho, do seguimento de Jesus Cristo”, pontuou.
Ao recordar o Ano da Esperança, incentivando a todos para trabalharem mais pela evangelização, chegou a dizer: “É impossível não ter ou ser uma arquidiocese missionária”.
“A missão brota de uma experiência de Deus, quando as pessoas se reúnem para partilhar aquilo que seus olhos viram, os ouvidos ouviram, as mãos apalparam, o coração experimentou na sua própria vida”.
Serviço - Após a homilia, teve início a cerimônia do Lava-pés, recordando o gesto de serviço e humildade de Jesus, ajudando os apóstolos e, por conseguinte, os cristãos de todos os tempos, a compreenderem a importância do mandamento do amor. De acordo com o cura da Catedral, monsenhor Joel Portella Amado, os doze apóstolos foram representados por homens consagrados em virtude do Ano da Vida Consagrada. A tradição era com moradores de rua.
“A beleza da cerimônia deste ano foi revelar a diversidade, a variedade de vida consagrada na Arquidiocese do Rio de Janeiro. Havia padres e leigos, celibatários e casados. Em todas as situações, uma característica muito interessante. Todos os carismas, ainda que vividos de maneira diferente, se dedicam de alguma forma em amenizar as diversas situações de sofrimento e de dor dos irmãos”.
São eles: Alexandre Bastos da Cunha (Pequeno Rebanho), Antônio José Conrado (Bom Pastor), Frederico Pereira de Araújo (capuchinho), Eli (Toca de Assis), Izaías de Souza Carneiro (Coração Novo), José Carlos Gomes da Cruz (Shalom), Nazareno José Luddke (franciscano), Paulo Batista (Fraternidade São Francisco na Providência de Deus), Ricardo Ferraz (Canção Nova), Ricardo Torri de Araújo (jesuíta), Roberto Lopes (beneditino) e Tarcísio Matias (Filhos e Filhas da Preciosa Vida)
“Os religiosos, assim como todos os cristãos, são chamados a ser sinais, a dar testemunho de que ‘ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus irmãos’. Nem sempre é possível, porque o homem velho sempre vem à tona, querendo retribuir o mal com o mal. Mas sabemos que o melhor é andar nos caminhos do Senhor. O novo mandamento de Jesus – o amor - é a revolução que transforma a sociedade”, destacou Dom Orani.
Adoração
Depois da celebração da santa missa, enquanto o altar era desnudado, em respeito e silêncio pela paixão e morte de Jesus, o Santíssimo Sacramento foi conduzido por Dom Orani, em procissão, para um altar lateral, no interior da própria Catedral, onde permaneceu para adoração dos fiéis.
Na Sexta-Feira da Paixão do Senhor, o Solene Ofício da Paixão e Morte, foi presidido pelo Arcebispo Cardeal do Rio e em seguida aconteceu a procissão do Senhor Morto pelas ruas do Centro da cidade. No Sábado Santo o Arcebispo do Rio presidiu a Missa Solene da Vigília Pascal na Catedral do Rio de Janeiro e no Domingo da Páscoa o Arcebispo celebrou na Catedral e em seguida almoçou com a população de rua. Confraternização pascal que acontece todos os anos.
ARQUIDIOCESE DE SÃO SEBASTIÃO
DO RIO DE JANEIRO
Arcebispo Cardeal: Dom Orani João Tempesta
Direção e Jornalismo: Carlos Moioli Testemunho de Fé
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