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terça-feira, agosto 04, 2015

"OH! COMO É GRANDE O SACERDÓCIO!" - SÃO JOÃO MARIA VIANNEY, CURA D'ARS


O grande Papa São João XXIII, em uma de suas alocuções sobre o “Sacerdócio” nos diz que “o sacerdote é, antes de tudo, e sobretudo, “homem de Deus” – “vir Dei”. Assim pensa de vós e vos julga o povo cristão, assim vos quer o Senhor”.

Ao chamar o sacerdote de homem de Deus, Sua Santidade queria que dele fosse excluído tudo o que não é de Deus. Pois bem, numa época hedonista e ateísta em que vivemos, o sacerdote deve, por sua postura e modo de viver, evocar sempre Deus. 

O sacerdote, através da renovação diária do sacrifício de Cristo, deve, aos poucos, ir conformando sua mente, seus atos, seu modo de tratar as pessoas, ao modo de viver e pensar do próprio Cristo. O Divino Mestre seja seu único amigo e consolador, quer na vigília junto ao sacrário, quer no estudo das Sagradas Escrituras, quer no cuidado dos pobres e doentes ou no ministério da pregação.
Ao se falar sobre o sacerdote, lembramos a pessoa do Santo Cura d’Ars, proposto por São Pio X como modelo de pároco, em cuja vida deve se espelhar todo verdadeiro sacerdote, e principalmente depois  que o Papa Emérito Bento XVI propôs  a figura do ilustre e santo sacerdote como patrono de todo o clero.

E o Papa São João XXIII, continuando em sua já citada alocução, assim se refere ao Cura d’Ars: “Falar de São João Maria Vianney é evocar a figura de um sacerdote excepcionalmente mortificado que, por amor de Deus e pela conversão dos pecadores, privava-se de alimento e sono, impunha-se penitências e, sobretudo, levava a renúncia de si mesmo a um grau heróico. Se é certo que comumente não é pedido a todos os fiéis que sigam este caminho, a Divina Providência dispôs que nunca faltem almas, que, levados pelo Espírito Santo, não hesitem em caminhar-se por estas vias, porque tais homens operam com este exemplo o regresso de muitos, milagres de conversão ao bom caminho e à prática da vida cristã!”

Não vejo outro caminho a ser trilhado pelo sacerdote, a não ser ir copiando em sua vida todos os traços de Jesus Cristo, Sumo Sacerdote, que outra coisa não fez em sua vida, do que plantar nos corações o Deus vivo, seu e nosso Pai.
Hoje, os sacerdotes são chamados a muitas atividades salutares no cumprimento da missão evangelizadora da Igreja em nossa época. Entretanto, a missão do sacerdote no mundo de hoje, sua razão de ser,  é que ele seja sempre e em tudo, apesar de tudo, um homem de Deus, quer pela oração, quer pela vivência do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, quer pelo anúncio da Boa-nova, missão recebida do próprio Senhor: “Foi-me dado todo poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinai a todas as pessoas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar o que vos mandei. E eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28, 19-20).

O Papa Emérito Bento XVI, em uma das suas catequese, afirmou com propriedade que o sacerdote é instrumento de salvação e se entrega a Deus: “Neste Ano Sacerdotal (2009), recordamos que somente os sacerdotes, podem se identificar neste texto de João, tomando o lugar dos apóstolos, quando dizem: ‘Onde poderemos encontrar pão para toda esta gente?’ Lendo sobre aquele anônimo jovem (Jo 6) que tem cinco pães de cevada e dois peixes, também a nós vem espontâneo dizer: mas o que é isso para uma tal multidão? Em outras palavras: quem sou eu? Como posso, com os meus limites, ajudar Jesus na sua missão? E a resposta nos dá o Senhor: precisamente colocando em suas mãos ‘santas e veneráveis’ o pouco que Eles são, os sacerdotes tornam-se assim instrumentos de salvação para tantos, para todos!”

SÃO JOÃO MARIA VIANNEY, CURA D'ARS
João Maria Vianney nasceu no pequeno povoado de Dardilly, no dia 8 de Maio de 1786, de uma família de camponeses, pobre de bens materiais mas rica de humanidade e de fé. Nutria na sua alma o desejo de se tornar sacerdote, mas não lhe foi fácil secundá-lo. Com efeito, chegou à Ordenação presbiteral depois de não poucas peripécias e incompreensões, graças à ajuda de sacerdotes sábios, que não se detiveram a considerar os seus limites humanos, mas souberam olhar mais além, intuindo o horizonte de santidade que se delineava naquele jovem verdadeiramente singular.
O Santo Cura d'Ars manifestou sempre uma elevadíssima consideração pelo dom recebido. Afirmava: "oh! Como é grande o Sacerdócio! Não o compreenderemos bem, a não ser no Céu... Se o compreendêssemos na terra, morreríamos, não de susto, mas de amor!". Além disso, quando era criança confiara à mãe: "Se eu fosse sacerdote, gostaria de conquistar muitas almas".

 E assim foi. No serviço pastoral, tanto simples quanto extraordinariamente fecundo, este pároco anônimo de uma aldeia perdida do sul da França conseguiu identificar-se a tal ponto com o próprio ministério, que se tornou, também de maneira visível e universalmente reconhecível, alter Christus, imagem do Bom Pastor que, contrariamente ao mercenário, dá a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10, 11). Seguindo o exemplo do Bom Pastor, ele deu a vida nas décadas do seu serviço sacerdotal. A sua existência foi uma catequese viva, que adquiria uma eficácia extremamente singular quando as pessoas o viam celebrar a Missa, deter-se em adoração diante do tabernáculo ou transcorrer muitas horas no confessionário.

Portanto, o centro de toda a sua vida era a Eucaristia, que celebrava e adorava com devoção e respeito. Outra característica fundamental desta figura sacerdotal extraordinária era o ministério assíduo das confissões. Reconhecia na prática do sacramento da penitência o cumprimento lógico e natural do apostolado presbiterial, em obediência ao mandato de Cristo: "A quem perdoardes os pecados, serão perdoados, e a quem não os perdoardes, não serão perdoados" (cf. Jo 20, 23). Portanto, São João Maria Vianney distinguiu-se como confessor e mestre espiritual excelente e incansável. Passando, "com um só movimento interior, do altar ao confessionário", onde transcorria uma boa parte do dia, procurava de todos os modos, com a pregação e com o conselho persuasivo, fazer com que os paroquianos redescobrissem o significado e a beleza da penitência sacramental, indicando-a como uma exigência íntima da Presença eucarística.

CURA D'ARS COM FIDELIDADE E HUMILDADE CUMPRIU À MISSÃO À QUAL DEUS O TINHA CHAMADO; COM O ABANDONO CONSTANTE, CHEIO DE CONFIANÇA, NAS MÃOS DA PROVIDÊNCIA DIVINA.

Oremos a fim de que, por intercessão de São João Maria Vianney, Deus conceda à Igreja o dom de sacerdotes santos, e para que aumente nos fiéis o desejo de sustentar e coadjuvar o seu ministério.
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