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sábado, outubro 10, 2015

SITUAÇÃO POLITICA BRASILEIRA- 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM (Sabedoria 7,7-11/Hebreus 4,12s/Marcos 10 17-30)




1 - Imoralidade e falta de ética


As leituras que acabamos de ouvir entram em nosso momento histórico com uma força que não pode ser desconsiderada. Todos sabemos e, mais que saber, estamos sentindo na pele a força violenta da crise que o nosso país atravessa. As crises não aparecem do nada, como um passe de mágica. As crises têm uma ou várias origens. Uma constatação que encontramos em qualquer livro de História, até mesmo naqueles nos quais nossos filhos e filhas e nós próprios estudamos na escola. O primeiro momento da crise não está na dificuldade econômica e muito menos em crises econômicas externas, como o atual governo brasileiro quer que acreditemos. O primeiro momento da crise está na falta de honestidade, no desrespeito moral e na ausência da ética. Quando estes valores não existiram em governos, diz a história, a crise se instala, seja no capitalismo como no marxismo. O início da crise que vivemos hoje no Brasil é ético; está na imoralidade de políticos e de empresários que se deixaram cegar pelo egoísmo e preferiram cultuar a idolatria do mercado levados pela força da ganância. 


2 - A sabedoria de Salomão


Esta gente que levou o Brasil para a crise — “nunca na história deste país” se viu uma crise tão grande — não agiu com a sabedoria dos governantes, como ouvimos na 1ª leitura. Salomão herdara de seu pai Davi um reino imenso e — como acontece nestes casos — uma balança de dois pratos foi colocada diante dele: num dos pratos o favorecimento de alguns amigos do governo para conseguir a governabilidade; os partidos aliados. No outro prato a prudência dos sábios, a capacidade de ouvir, a paciência do discernimento capaz de considerar as necessidades do povo. Salomão, que era bem mais sábio que nossos atuais governantes, escolheu a sabedoria, a capacidade de ouvir e o discernimento de poder ver as necessidades do povo. É o que rezamos em uma de nossas Orações Eucarísticas: “dai-nos olhos para ver as necessidades de nossos irmãos e irmãs”. Por causa de sua escolha, ele não foi indiciado em tribunais, mas trouxe prosperidade para o povo. O caminho da imoralidade, escolhido pelos egoístas gananciosos do Brasil, deu no que estamos vendo hoje, com a grande injustiça de jogar nas costas do povo o ônus da irresponsabilidade política. 


                               



3 - Palavra que penetra e divide

É claro que essa gente — refiro-me aos que aderiram à idolatria do poder e do mercado —, não levaram a sério a última frase do salmo responsorial que acabamos de cantar: “tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho”. Preferiram o assalto aos bens do povo para se enriquecerem. É claro que se fizeram surdos à Palavra de Deus, que penetra “até dividir a alma e o espírito”, como dizia a 2ª leitura. Em vez de se deixarem tocar pela Palavra, que dividi os impulsos da cobiça e da ganância, que vive no coração de todos nós, para cultivarem a capacidade do julgamento de pensamentos e intenções, aquela gente preferiu enganar o povo com promessas demagógicas e marketeiras para ganhar votos e conquistar o poder. Hoje, não se trata de ganhar ou perder eleição, mesmo porque a crise não mudaria se tivéssemos outro governo. A crise iria estourar, como estourou, porque nossos governantes e muitos empresários foram anti-éticos e imorais e irresponsáveis para com a vida do povo. Por isso, a questão não está em quem governa, mas na crise moral devido à roubalheira dos bens do povo. 



4 - Cuidado com o apego


Vou concluir com a mensagem do Evangelho que, no atual contexto, é proclamado com um alerta para nossas vidas. A crise que passamos é revoltante. Precisamos agradecer a Deus pelas pessoas de coragem que estão fazendo justiça para o bem do Brasil. Não estamos com uma crise econômica, mas com uma crise moral. A crise econômica é só conseqüência da imoralidade política. É neste quadro que podemos entender bem, com uma quase clarividência, eu diria, o desabafo de Jesus: “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no Reino de Deus”. Rico, de acordo com o pensamento bíblico, é aquele que despreza Deus por causa da ganância; por causa da idolatria do mercado. Esta gente que é capaz de roubar do povo, de deixar pessoas pobres morrendo na miséria, essa gente está longe do projeto divino, que Jesus chama de Reino de Deus. Por isso, diante dos fatos, entendemos que existe mais possibilidade de um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico compreender o projeto divino, que sempre favorece a vida e jamais a prejudica ou a condena à morte. Não entendam, portanto, minha homilia como uma crítica política, mas como uma reflexão da situação atual à luz da Palavra de Deus que, como conclui a 2ª leitura, “não há criatura que possa esconder-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela (a Palavra de Deus) que devemos prestar contas”. É, portanto, com a luz da Palavra de Deus que entendemos como os caminhos do mal, dedicados à idolatria do mercado, machucam nossas vidas, empobrecem os mais pobres e até mesmo mata os mais debilitados. Como conclui a 2ª leitura: é diante desta Palavra que seremos julgados. Amém





Texto retirado: http://www.liturgia.pro.br/site/




                                   




Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil
Livrai-nos de tudo o que possa ofender-Vos e ao Vosso Santíssimo Filho Jesus.
Nossa Senhora Aparecida, preservai-nos de todos os perigos da alma e do corpo,
Dirigi-nos em todos os assuntos espirituais e temporais,
Livrai-nos da tentação do demônio,
Para que, trilhando o caminho da virtude,
Possamos um dia ver-Vos e amar-Vos na eterna glória.
Nossa Senhora Aparecida rogai por nós.
Nossa Senhora Aparecida intercedei por nós.
Nossa Senhora Aparecida fazei-nos dignos das promessas do Teu Filho.
Amém.