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sábado, novembro 28, 2015

PAPA EM CAMPALA, UGANDA



Campala (RV) – O ponto alto das atividades do Papa Francisco em Campala, na manhã deste sábado (28/11), foi a celebração Eucarística em memória dos Mártires de Uganda no Santuário católico de Namugongo.

Antes da Santa Missa, o Papa visitou o Santuário Anglicano dos Mártires construído no lugar da morte dos 25 mártires de Uganda, católicos e anglicanos (1884-1887), cujas relíquias são veneradas em uma Capela vizinha.

Acolhido pelo Arcebispo Anglicano local, na presença de outros 40 Bispos anglicanos, o Bispo de Roma inaugurou uma placa comemorativa e visitou o lugar onde os 25 mártires foram condenados, torturados e assassinados.

Após alguns momentos de oração silenciosa, Francisco se transferiu de papamóvel ao Santuário Católico dos Mártires ugandenses, a cerca de 3 km.

O Santuário Nacional católico de Namugongo surge no grande parque natural. Sob o altar-mor encontra-se o lugar onde São Carlos Lwanga foi queimado vivo, em 3 de junho de 1886, junto com seus Companheiros mártires, durante as perseguições anticristãs em Uganda.

Neste Santuário Nacional, o Santo Padre celebrou a Missa votiva de São Carlos Lwanga e Companheiros Mártires por ocasião do seu 50° aniversário de Canonização. Participaram da celebração, além dos milhares de fiéis, também o Chefe de Estado e o descendente da dinastia dos Soberanos de Buganda, reiRonald Muwenda Mutebi XI.

Homilia

Na homilia que pronunciou em italiano e traduzida em inglês, o Papa partiu do trecho dos Atos dos Apóstolos (1,8): «Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo».

Desde a Idade Apostólica até aos nossos dias, disse o Pontífice, surgiu um grande número de testemunhas que proclamaram Jesus e manifestaram a força do Espírito Santo:

“Hoje recordamos, com gratidão, o sacrifício dos mártires ugandeses, cujo testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja chegou, justamente, até «aos confins do mundo». Recordamos também os mártires anglicanos, cuja morte por Cristo testemunha o ecumenismo de sangue. Todas estas testemunhas cultivaram o dom do Espírito Santo na sua vida e, livremente, deram testemunho da sua fé em Jesus Cristo, a ponto de pagar com a própria vida, muitos em idade ainda jovem”.


Como estes santos, o Papa frisou que “também nós recebemos o dom do Espírito para sermos filhos e filhas de Deus e dar testemunho de Jesus, tornando-o conhecido e amado em todos os lugares. Não recebemos o dom do Espírito só para nós, mas para edificarmos uns aos outros na fé, na esperança e no amor".

“Penso nos Santos José Mkasa e Carlos Lwanga que, sendo instruídos na fé, quiseram transmitir aos outros o dom que receberam e o fizeram em tempos perigosos: não estava ameaçada só a vida deles, mas também a dos mais novos, confiados aos seus cuidados. Dado que tinham cultivado a fé e crescido no amor a Deus, não tiveram medo de levar Cristo aos outros até dar a própria vida. A fé deles tornou-se testemunho e o seu exemplo continua a inspirar muitas pessoas no mundo”.

Se reavivarmos o dom do Espírito, ponderou o Papa, seremos discípulos-missionários de Cristo em nossas famílias, entre os amigos e os que não conhecemos e até os que nos são hostis. A abertura aos outros começa na família e nos lares, onde aprendemos a caridade, o perdão, a misericórdia e o amor de Deus.

Os mártires de Uganda, concluiu o Santo Padre, nos apontam o caminho para sermos discípulos-missionários mediante a fidelidade a Jesus, que significa misericórdia e pureza de coração, humildade e pobreza de espírito, sede de justiça e de esperança.

O testemunho dos mártires ugandenses nos ajuda a ir ao encontro dos necessitados, a cooperar com os outros em prol do bem comum e a construir uma sociedade mais justa, que promova a dignidade humana, sem excluir ninguém; que defenda a vida, dom de Deus, e proteja as maravilhas da natureza, a criação, a nossa casa comum. Por fim o Papa advertiu:

“Queridos irmãos e irmãs, esta é a herança que receberam dos mártires ugandeses. Não devemos conservar a sua herança como uma peça preciosa de museu. Mas levemos seu testemunho aos nossos lares, vizinhanças, trabalho e sociedade civil e até aos cantos mais remotos do mundo. ‘Omukama Abawe Omukisa’: Deus os abençoe”!





“Estou feliz de estar em Uganda. A minha visita tem como objetivo principal comemorar o cinquentenário da canonização dos Mártires de Uganda feita pelo meu predecessor, o Beato Papa Paulo VI. Espero que a minha presença seja vista também como um sinal de amizade, estima e encorajamento para todos os habitantes desta grande nação”, disse Francisco.


Fonte: http://br.radiovaticana.va/