Carta aos Hebreus
Muitas vezes e de muitos modos falou
Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele
nos falou por meio do Filho, a quem ele
constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo
qual também ele criou o universo. Este é o
esplendor da glória do Pai, a expressão do
seu ser. Ele sustenta o universo com o poder
de sua palavra. Tendo feito a purificação dos
pecados, ele sentou-se à direita da majestade
divina, nas alturas. Ele foi colocado
tanto acima dos anjos quanto o nome que
ele herdou supera o nome deles. De fato,
a qual dos anjos Deus disse alguma vez:
“Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei?” Ou
ainda: “Eu serei para ele um Pai e ele será
para mim um filho?” Mas, quando faz
entrar o Primogênito no mundo, Deus diz:
“Todos os anjos devem adorá-lo!”
A vida como presépio vivo
Para que isso aconteça, para que a alegria do Natal transforme nossas vidas, fortalecendo-nos a cada dia, para que a alegria seja uma força transformadora em nós, uma coisa é necessária: abrir-se para deixar Jesus nascer e transformar nossas vidas. Ele não pede um coração que seja um palácio, uma casa que se pareça com a mansão de algum ricaço e nem mesmo exige um templo esplendoroso. Não coloca tais exigências. Pode ser um presépio, pode ter o cheiro forte dos animais, o desconforto de uma manjedoura. Seu coração pode ser assim: um tanto desconfortável para o nascimento do Menino, mas se ele for receptivo, então ali a luz do Natal brilhará e os anjos cantarão de alegria no teu coração. Nossa vida deveria ser como um berço sempre pronto e preparado para acolher uma vida nova. Um berço que está sempre pronto para acolher o recém-nascido que vem de alto, e deixar que ele embale seu sonho no aconchego e na segurança que todo berço oferece. Assim deveríamos ser. Como um berço acolhedor para que o nascimento de Jesus acenda uma luz nova e nos encha com a alegria divina.
João 1,1-18
NO PRINCÍPIO era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim.” De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. Palavra da Salvação.
A vida como berço que embala os sonhos divinos
Minha vida, um berço para que Deus possa nascer. É uma poesia, mas uma poesia concreta, que se concretiza porque, da mesma forma que um berço escuta os sonhos de quem nele dorme e, por isso, se torna confidente destes sonhos, somos convidados a escutar os sonhos de Jesus em nossas vidas. Isso quer dizer que no Natal precisamos fazer silêncio para escutar e conhecer os sonhos de Jesus, sonhados no berço de nossas vidas. Sonho de viver de modo mais fraterno, mais solidário, mais iluminado pela luz divina e, principalmente, mais alegre. Jesus sonha, neste natal, mas somos nós que vamos realizar seus sonhos se o acordarmos em nossas vidas. Chegou a hora de acordar os sonhos de Deus que vivem dentro de nós. Acordar os sonhos do Menino Jesus, que nasce nesse Natal, para que possamos ter uma vida mais alegre e mais iluminada. Feliz Natal. E que Deus acorde dentro de você a sua luz e a sua alegria. Feliz Natal!
Missa do dia de Natal, 10 horas