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segunda-feira, janeiro 09, 2017

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR



Contemplando os astros, podemos perceber a manifestação da luz divina através da natureza. Pela beleza da natureza, podemos nos encontrar com a grandeza da luz divina. Isto é admirável. Uma beleza que contrasta com outros sinais, que mostram o estrago feito pela humanidade quando, de tantos modos, apaga a luz da vida na terra devido à violência, guerras, desrespeito para com a vida humana, exploração da natureza, a nossa casa comum, como aconteceu no desastre de Mariana.

Escurecimento do povo

Este meu primeiro pensamento tem a ver com a profecia de Isaias, que ouvimos na 1ª leitura. Isaias está diante de um povo sem luz, sem brilho; um povo apagado, sem vida, porque a vida não brilhava mais dentro de seus corações. O povo havia passado anos e anos no exílio e agora retornava para sua pátria; mas retornava enfraquecido, como é natural depois de tanto tempo sendo explorado. Debilidade que provocava medo de povos estrangeiros e, como sempre acontece com quem tem a autoestima baixa, medo de não ser capaz de reerguer-se como povo. Em contextos diferentes, podemos avaliar o sofrimento daquele povo pelo sofrimento e pela desconfiança que vivemos no ano passado: desemprego de 12 milhões de pessoas, dívidas que não podem ser saldadas, ameaça de aumento de impostos... Tudo em decorrência de uma economia totalmente desumana, que em vez de iluminar nossas vidas, as escurece com a capa do medo de perder o emprego, com a desconfiança de não poder pagar a dívida e assim por diante. Sintomas de um povo que sofre porque não tem uma luz capaz de iluminar sua vida. 

Iluminar a cidade com a luz divina

O que fez Isaias? Foi a uma rede social para se queixar? Chamou os meios de comunicação para analisar a situação e criticar os políticos corruptos que colocaram o seu povo nesta situação? Quando Isaias percebeu o escurecimento do povo e o risco do povo se fechar em si mesmo, então ele profetizou a luz. Em vez de apagar a cidade, iluminá-la com uma luz tão forte capaz de ser vista por todos os povos da terra. Quando se entra na escuridão se perde a criatividade da vida e a vida começa a perder sentido. Por isso, diante da escuridão social que vivemos, hoje, a profecia de Isaias é repetida com a mesma intensidade: não se deixar vencer pelas trevas, mas acender luzes que iluminem novos caminhos, para que a vida não seja engolida pela raiva, pela tristeza, pela violência que destrói e mata. Esta luz é a presença de Jesus Cristo entre nós. O Evangelho de Jesus é a luz do mundo, aquela luz capaz de iluminar um novo tempo e uma nova sociedade. O próprio Jesus se apresenta como “luz do mundo”. Se nos deixamos iluminar pela luz do Evangelho, a luz de Jesus brilhará em nossas vidas e em nossa comunidade. Epifania é a manifestação da luz divina aqui na terra.

Ir ao encontro do Rei

Quando os Reis Magos viram a estrela brilhando no Oriente entenderam que um novo Rei tinha nascido. Um Rei diferente, capaz de motivar três reis a irem ao encontro dele, sendo guiados pela luz de uma estrela. Chegaram na cidade de Jerusalém e depois até o Menino. A estrela indica um primeiro modo de ir ao encontro de Jesus. É um sinal, como existem tantos sinais que podem nos aproximar de Jesus, ou indicar caminhos que nos conduzam ao encontro de Jesus. A estrela, em nosso hoje, poderá ser uma pessoa amiga, um livro ou até mesmo uma mensagem ou uma canção; também uma doença pode ser uma estrela cadente formando uma trilha que favorece o encontro com Jesus. Os sinais acontecem em nossas vidas, mas precisamos fazer como os Reis Magos: colocar-nos a caminho para nos encontrar com Jesus. O Evangelho apresenta ainda um segundo sinal: a Palavra. Quando os Reis Magos chegaram e perguntaram onde estava o Rei que nascera, os mestres da Lei citaram a Palavra: “o Messias deverá nascer em Belém”. O encontro com Jesus não acontece somente por sinais misteriosos ou grandiosos, mas pelo cultivo da Palavra; pela vivência do Evangelho. Quanto mais conhecermos o Evangelho, mais ele abrirá caminhos para nos encontrar com Jesus e iluminar nossas vidas e a vida de nossa sociedade. Amém!












PROCLAMAÇÃO DAS SOLENIDADES MÓVEIS EM 2017 


P. Irmãos caríssimos, a glória do Senhor manifestou-se. T. Ela sempre haverá de se manifestar no meio de nós até a sua vinda no fim dos tempos. P. Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo, recordamos e vivemos os mistérios da salvação. O centro de todo o ano litúrgico é o Tríduo do Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado, que culminará no Domingo de Páscoa, este ano a 16 de abril. T. Em cada Domingo, Páscoa semanal, a Santa Igreja torna presente este grande acontecimento, no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte. P. Da celebração da Páscoa do Senhor, derivam todas as celebrações do Ano Litúrgico: as Cinzas, início da Quaresma, a 1o de março; a Ascensão do Senhor, a 28 de maio; Pentecostes, a 4 de junho; e o primeiro domingo do Advento a 3 de dezembro. Também nas festas da Santa Mãe de Deus, dos Apóstolos, dos Santos e na Comemoração dos Fiéis Defuntos, a Igreja peregrina sobre a terra proclama a Páscoa do Senhor. T. A Cristo, que era, que é e que há de vir, Senhor do tempo e da história, louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém!