Comprometidos com Deus
A 1ª leitura traz um tema central e, por isso, importantíssimo para nossa fé: quem é nosso Deus? A pergunta pode parecer um pouco fora de propósito. Afinal, desde crianças, desde a catequese infantil aprendemos que Deus é o Pai de Jesus Cristo e nosso Pai. Cremos também que Deus é o criador de todas as coisas e que Deus é nosso Pai e nosso Senhor. Os judeus, presentes na 1ª leitura, também acreditavam que Deus os libertou do Egito os protege em todos os caminhos. Mesmo assim, e apesar de termos respostas razoáveis sobre quem é Deus, nossa conduta, nosso modo de viver não coincide com a proposta divina, com o projeto divino. Cremos em Deus, mas vivemos como se Deus não existisse. Cremos em Deus, mas prestamos culto a outros deuses, que chamamos de ídolos. Por isso, hoje, a mesma questão de Josué é colocada diante de nós interrogando-nos se de fato cremos em Deus ou se cremos em ídolos e, por isso, abandonamos o projeto divino.
Crer para viver
A questão da fé em Deus, mas uma fé que não fique somente na cabeça; é necessário que seja uma fé que se torne atitude de vida, compromisso de vida. É pela fé, cantava o salmista, que o justo vive e que, mesmo sendo perseguido e agredido, conta com a proteção divina. A fé faz viver e produz vida porque se ampara no Senhor. Ao contrário disso está a malícia do pecador, como diz a última estrofe do salmo responsorial. O salmista está falando de pecado e mostrando que a consequência do pecado é a morte. Não que o pecador vá morrer de uma hora para o outro. O pecador convive com a morte, lida com cheiro de morte dentro de si, vive sem paz, não é capaz de sentir-se confortável consigo mesmo. Quem vive no pecado vive angustiado porque é continuamente beliscado pela morte. Vive sem a proteção divina.
Nossas preocupações
Nem sempre é fácil crer em Deus. Pode ser que ouvindo a 1ª leitura, muitos de nós nos prontifiquemos a ficar do lado da família de Josué para servir unicamente ao Senhor. Mas isso nem sempre é fácil no dia a dia, principalmente diante do grande ídolo que se chama dinheiro. Quem escolhemos para nossa vida? Quem escolhemos para garantir a proteção de nossa vida? Deus ou o dinheiro? Quando se fala em dinheiro Deus é colocado em segundo plano e, não poucos, infelizmente, se deixam arrastar pelo dinheiro e acabam naquilo que assistimos ano passado: sendo corrompidos e corrompendo. É o pecado da corrupção que não considera nada mais, nem Deus, nem o outro e nem toda a nação. Quem vive para o dinheiro torna-se extremamente esganado. Nada e nunca se tem o suficiente. Gente assim não vive em paz. Por isso, Jesus pede que tiremos as preocupações com o ter de nossas vidas, porque o Pai que está no Céu cuida de cada um de nós. Quem vive preocupado com muita coisa tem mais chance de pecar porque torna-se extremamente ansioso e inseguro.
Serviço e disponibilidade
Dá para viver sem dinheiro? Não, não dá para viver sem dinheiro. Dá para viver sem preocupações? Sim! Para isso, é preciso converter-se ao modo de Jesus pensar. Neste ano de 2017, nós celebramos o Ano Jubilar Mariano pelos 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ela, com toda certeza tinha suas preocupações, mas acima das preocupações sabia colocar sua segurança em Deus e não trocava Deus por coisas, por dinheiro ou por pessoas que prometem seguranças. Ela é exemplo de como crer, como ter fé confiando no Senhor. Ela vivia na simplicidade da vida e na disposição para servir. Também deste modo ela é nosso exemplo de fé. Quando mais nos convertermos para sermos disponíveis e nos colocar a serviço do outro, mais nos afastamos do pecado e nos aproximamos do caminho do Evangelho. Por isso, nossa exame de consciência, nesta Quaresma de 2017, considera a espiritualidade mariana na simplicidade, a disponibilidade e o serviço como proposta de conversão para se viver unicamente em Deus e para Deus, na fraternidade. Amém!
Visita da Imagem Peregrina
de Nossa Senhora
Aparecida
06 de abril de 2017
Paróquia São Conrado
