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segunda-feira, outubro 30, 2017

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM



Para os contemporâneos de Jesus não era fácil ter um clara visão do que constituía o núcleo de sua religião . As pessoas se sentiam perdidas. Os escribas falavam de 613 mandamentos contidos na Lei. Como orientar-se numa rede tão complicada de preceitos e proibições? Em algum momento, esta questão chegou Jesus : O que é o mais importante e decisivo ? Qual é mandamento principal, aquele que pode dar sentido aos demais? 


Jesus não pensou duas vezes e respondeu lembrando palavras que todos os judeus homens repetiam diariamente no começo e no final do dia: “Escuta Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, com toda a tua alma e com todo o teu ser”. Ele mesmo havia pronunciado estas palavras naquela manhã. Elas o ajudavam a viver entrado em Deus. Para Ele, isto era o principal. 


Em seguida, acrescentou algo que ninguém lhe havia perguntado: “O segundo mandamento é : amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Não há nada mais importante do que estes dois mandamentos que , para Jesus , são inseparáveis . Não se pode amar a Deus e desentender-se com o próximo. 


Sobre isto, muitas perguntas nos ocorrem: O que é amar a Deus ? Como se pode amar a alguém que nem sequer se pode ver? Ao falar do amor a Deus, os hebreus não pensavam nos sentimentos que podem nascer em nosso coração. A fé em Deus não consiste num “estado de ânimo”. Amar a Deus é simplesmente centrar a vida nele para viver tudo segundo a sua vontade. 


Por isso Jesus acrescenta o segundo mandamento. Não é possível amar a Deus e viver esquecido das pessoas que sofrem e as quais Deus ama tanto. Não há um “espaço sagrado” no qual possamos “entender-nos “a sós com Deus, de costas para os outros. Um amor a Deus que esquece seus filhos e filhas é uma grande mentira. 


Para muitas pessoas, a religião cristã lhes parece complicada e difícil de entender. Provavelmente estamos precisando na Igreja de um processo de concentração no essencial , para desprender-nos de acréscimos secundários e permanecer com o que é importante: amar a Deus com todas as minhas forças e amar os outros como amo a mim mesmo.