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sexta-feira, novembro 24, 2017

PRIMEIRO DIA DO TRÍDUO PREPARATÓRIO PARA A FESTA DE SÃO CONRADO


Ao contrário de Marcos, que insiste na incredulidade do povo diante da pessoa e da mensagem de Jesus, Lucas, nesta página, acentua a sua lamentação e o seu choro sobre Jerusalém, estabelecendo um claro contraste com as aclamações e louvores que, pouco antes, lhe tinham sido dirigidos (cf. Lc 19, 38). O choro de Jesus revela-nos a sua humanidade autêntica e, ao mesmo tempo, a sua total participação no drama de uma humanidade que resiste a entrar no projeto salvífico de Deus. Jesus salva-nos com o seu poder divino; mas também com a sua fragilidade humana.
A lamentação de Jesus encerra um juízo e oferece uma motivação. O juízo está nas palavras: «Mas agora isto está oculto (por Deus) aos teus olhos» (v. 42). Estas palavras atribuem a Deus o que na realidade depende da livre opção humana. A motivação encontra-se nas palavras: «Se neste dia também tu tivesses conhecido» (v. 42). Estas palavras correspondem a uma afirmação: Tu não conheceste nem queres conhecer. Mas o mais urgente é revelar dois elementos positivos que caracterizam a lamentação de Jesus: a paz e o tempo da visita.
A paz é o dom messiânico por excelência. Jesus veio proclamá-la e oferecê-la a todos. Mas é preciso acolhê-la para caminhar com Jesus até ao termo do seu itinerário. O tempo de que fala Jesus é o “tempo providencial” (kairós) em que Deus visita o seu o povo para o libertar e introduzir no Reino. São dois acenos que iluminam o seu martírio que está próximo.