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segunda-feira, maio 28, 2018

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE





Uma senhora é líder na sua comunidade. Numa reunião de um grupo, ela falou assim: “Faço questão de fazer o sinal da cruz bem feito. Não o faço a qualquer momento ou de qualquer jeito. Penso bem no sentido da cruz e das palavras que se pronunciam, referindo-nos a tão grande mistério da nossa fé. Eu o faço bem devagar, pensando bem nas palavras. Desse jeito, acho que já estou fazendo uma bela ação.”


Um senhor observou: “o padre nos explicou uma vez que ao fazer o sinal da cruz, lembramos a presença de Deus em nossa vida: tocando a testa, lembramos que Deus está na nossa mente; tocando no peito, lembramos que Deus está no nosso coração, e tocando nos ombros, queremos dizer que Ele deve estar presente em nossa ação”.


Foi aí que uma outra senhora , muito idosa e trêmula, que quase nunca falava na reunião, disse: “Quando eu me sinto muito só, faço o sinal da cruz bem devagar e assim eu sinto o Pai, o Filho e o Espírito Santo me abraçando, igual quando a gente carrega uma criancinha na hora de batizar!”


A Palavra de Deus na liturgia de hoje nos apresenta a Santíssima Trindade como a melhor comunidade. Pelo batismo, somos mergulhados no mistério do seu amor, e nos tornamos participantes da vida trinitária.


O mundo consumista de hoje fabrica deuses e facilmente nos submetemos a seus caprichos e seduções. Esses deuses favorecem a vida a uns poucos, gerando sofrimento e morte de muitos. O Único Deus verdadeiro é aquele que liberta para que todos tenham vida e vida em abundância (João 10,10). Esse Deus é nossa Mãe e Pai, nos dá o Reino em herança, adotando-nos como filhos e filhas, e elimina, pelo Espírito de Jesus, o medo que nos escraviza e aprisiona. Esse Deus se revela na prática cristã de nossas comunidades. Que vão refazendo os gestos de Jesus, até que o mundo seja transformado e tudo se torne posse da Santíssima Trindade.


O batismo, feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, significa: consagração, ser marcado pela Trindade a serviço da justiça, dedicação total e entrega a tudo o que Jesus ensinou.


Deus é nosso Pai comum. Nossa relação com Ele exprime o que há de mais íntimo e carinhoso. Podemos, pelo Espírito, chamá-Lo “Abba, meu Pai”, exatamente como Jesus o fez (cf. Marcos 14,36). Na condição de filhas e filhos, recebemos a herança do Pai, que nada reserva para si. Senhor e dono absoluto de todas as coisas, tudo nos dá. A síntese da herança é o Reino de Deus.


Somos convocados a ser sinal do carinho do Pai, cuidando da obra que Ele criou, defendendo as pessoas, filhos e filhas de Deus, trabalhando para a vida ficar do jeito que o Pai sempre quis.


ENCERRAMENTO DO MÊS DE MAIO COM A 

COROAÇÃO DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA.