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segunda-feira, junho 25, 2018

SOLENIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA




1 – Celebração do nascimento de João Batista


A Liturgia da Igreja celebra três nascimentos: o nascimento de Nossa Senhora, no dia 8 de setembro, o nascimento de João Batista, no dia 24 de junho, e o nascimento de Jesus, no dia 25 de dezembro. Outras festas e memórias, de santos e de santas, são celebradas no dia de sua morte, que a Igreja denomina de “Dies natalis”, o dia que nascem para o céu. A Solenidade de São João Batista, sempre que cai num Domingo, é celebrada como Missa dominical porque a vida e a missão de Precursor participam plenamente do Mistério Pascal de Jesus Cristo. Em João realiza-se a bela profecia de Isaias: "desde o ventre da minha mãe, Deus tinha na mente o meu nome." O salmo responsorial confirma a escolha divina de João Batista, profetizando que Deus o formou no seio de sua mãe. João Batista, portanto, é um privilegiado, alguém formado por Deus para uma missão: a missão de ser Precursor, de preparar o povo para acolher o Messias.


2 – Viver fazendo a vontade Deus

Peço sua atenção para a 2ª leitura, na qual Paulo fala de três pessoas que viveram fazendo a vontade de Deus. Davi, Jesus e João Batista. Davi foi um rei formado segundo o coração divino para governar o povo fazendo a vontade de Deus. Quanto a Jesus, ele mesmo diz que veio ao mundo para fazer a vontade de Deus (Jo 6,38). Depois, a 2ª leitura menciona João Batista. Paulo o coloca junto a Davi e Jesus para mostrar que sua missão consiste em fazer a vontade de Deus. O que isso significa para a vida de João Batista? Basicamente, em não se colocar no lugar de Jesus e ser aquele que apresenta Jesus como o Messias, como o salvador da humanidade. Nisso, João torna-se modelo para nosso modo de viver como discípulos e discípulas de Jesus. Colocar-me no meu lugar de padre, de pai e de mãe de família, de profissional, de estudante... e ali, no lugar da minha vida fazer a vontade de Deus, pois assim nós apresentamos, pelo testemunho de nossas vidas, a presença de Jesus em nossa história.


3 – A vontade de Deus o temor a Deus

Vou concluir chamando atenção para duas virtudes: a fé e o temor a Deus. O nascimento de João Batista demonstra que a Deus nada é impossível. Ele pode gerar a vida até mesmo no seio da velhice, como fez com Zacarias e Isabel, um casal de velhos. O velho Zacarias, tão logo realiza a vontade divina, sua boca se abre e ele volta a falar, glorificando a Deus. A mudez da sua falta de fé, descrita em Lc 1,20, transforma-se em canto de louvor. Fazer a vontade de Deus como resposta de fé nos tira da mudez e da vergonha de falar de Deus. A segunda virtude é o temor a Deus. Ouvimos que o Evangelho falava do “medo” dos vizinhos. Temos medo daquilo que pode nos agredir, por isso, muitas traduções Bíblicas não falam de medo, mas de “temor”. É a virtude do “temor a Deus”. É aquele temor que nasce da impossibilidade de compreender o mistério divino, diante do qual nos calamos, aceitamos e louvamos a Deus pelas maravilhas que ele realiza em nosso favor. Amém!

Padre Marcos concelebra missa na Solenidade de São João Batista com os monges da Comunidade Fraternidade de Jerusalém em St Gervais , Paris.