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segunda-feira, agosto 13, 2018

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM



1 – Deserto: local do encontro com Deus
Minha primeira palavra é “deserto”. A Palavra de Deus nos conduz ao deserto, juntamente com Elias, na 1ª leitura, e com Jesus, no Evangelho. Elias foge para o deserto porque estava com medo. Havia enfrentado os profetas de Baal e ficou com medo que a rainha Jezabel o matasse. Medo que produz um cansaço tão profundo a ponto de levá-lo a desejar a morte. Jesus, no Evangelho, leva seus discípulos ao deserto para descansar, para refazer as forças, para encontrar-se silenciosamente com Deus. É no deserto que o povo encontra Jesus; é no deserto, Jesus promete dar sua vida como alimento para nutrir o mundo. O deserto é local de encontro com o Deus alimentador.

2 – Fuga para a morte
A segunda palavra, de minha reflexão, insiste na "fuga". No capítulo precedente da 1ª leitura, Elias havia derrotado os profetas de Baal, cativou o povo, mas entrou em colapso emocional, foi invadido pelo medo e fugiu. Não fugiu para se esconder, mas para que a morte o livrasse do medo. Talvez você conheça pessoas que entram em depressão profunda e desejam a morte. É o medo, a fobia. Entendem que a morte é um caminho de libertação. É neste momento de ausência de vida, que Deus se apresenta de modo discreto, com um pão cozido e uma jarra de água. Uma palavra, uma presença pode para alimentar a esperança na vida e impedir o caminho de fuga para a morte.

3 – Não à murmuração
Minha terceira palavra é “murmuração”. Jesus não se incomoda com a incompreensão do povo, diante de uma proposta tão inusitada de se oferecer como alimento. O que Jesus não aceita é a murmuração. Na Bíblia, a murmuração é sintoma da ausência do Espírito de Deus na vida da pessoa. Quem não tem o Espírito de Deus torna-se murmurador, reclamador, alguém que vive na lamentação, como Paulo escreve na 2ª leitura: o murmurador vive amargurado. De onde a proposta para viver no amor. No amor está a doação da vida para alimentar a vida, como faz Jesus, oferecendo-se como pão vivo que sacia a fome de vida e tira de nós todo amargor e descontentamento.