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terça-feira, outubro 30, 2018

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM


1 – Esperança e iluminação
Minha reflexão destacará duas palavras: esperança e iluminação. A esperança está descrita na 1ª leitura, na bela profecia de Jeremias, conclamando o povo que vivia exilado e prisioneiro a se alegrar porque um novo tempo estava despontando. Novo tempo não pelas promessas de políticos — como temos ouvido muito nestes últimos dias —, mas graças a Palavra de Deus, que é libertadora e realiza o que promete. Quanto à iluminação, esta se encontra no Evangelho, na cura do cego Bartimeu. Um Evangelho, no qual Jesus é apresentado como o iluminador, aquele que tira nossas cegueiras para iluminar nossas vidas com a sua luz divina. Quem se aproxima de Jesus e se deixar tocar por ele, torna-se um iluminado pela sua luz, capaz de tirar todo tipo de cegueira presente em nossas vidas.

2 – Um povo esperançoso
Minha primeira palavra é esperança. Ela se encontra em todo o relato da profecia de Jeremias, proclamada na 1ª leitura. Trata-se de uma convocação para deixar a terra do exílio, deixar atitudes escravizadoras para iniciar um caminho de retorno à liberdade. O convite de Jeremias é dirigido a pessoas quase incapazes de assumir uma viagem de retorno: cegos, aleijados, grávidas, parturientes. Mas, é neles que a Palavra de Deus planta sua semente de esperança rumo à liberdade. Eles representam todos nós, especialmente aqueles que entre nós se sentem impossibilitados de mudança, que se dizem incapazes de iniciar um novo modo de viver e preferem ficar presos em seus pecados ou em suas manias. Aqueles que dizem que “eu nasci assim”, “eu sou desse jeito”. São frases e pensamentos de pessoas que se impedem de caminhar para viver de outro modo, viver de modo libertado. A profecia da 1ª leitura diz: você pode mudar, basta ter esperança na palavra transformadora de Deus.

3 – Iluminação e discipulado
Depois da esperança, minha segunda palavra é iluminação. Palavra que resume o Evangelho, relatando a cura do cego Bartimeu. O evangelista Marcos diz que Bartimeu vivia sentado à beira da estrada. Marcos está dizendo que Bartimeu estava imobilizado pela sua cegueira. É a imagem de todos aqueles que vivem cegos na vida, vivem imobilizados à beira da estrada. Assim que Bartimeu ouviu o chamado de Jesus, ele se comportou como alguém que enxergava: jogou o manto e correu na direção de Jesus. Ouvir a voz de Jesus, ouvir seu Evangelho, torna-se motivo e, mais que isso, torna-se incentivo para deixar a imobilidade e ir na direção de Jesus. O resultado disso está no final do Evangelho: Bartimeu passou a seguir Jesus, ingressou no caminho do discipulado. Cada um de nós, especialmente aqueles que vivem cegos para muita coisa na vida, pode ser como Bartimeu: uma vez iluminados pela luz de Jesus, entremos em sua estrada para segui-lo como seus discípulos e suas discípulas. Amém!