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segunda-feira, novembro 05, 2018

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

RELIQUIA DE SÃO CONRADO DE KONSTANS


1 – Santidade: dificuldade no conceito

Com o passar do tempo, o conceito de santidade ficou empobrecido. Falar de santidade, em nossos dias, é tratar de uma espécie de heroicidade de pessoas excepcionais. Outro conceito de santidade é compreendido como veneração: veneramos santos e santas e, assim, os distanciamos de nossas vidas concretas. E tem ainda um terceiro conceito: a santidade não é para mim. Os três conceitos, de certo modo, estão corretos. Ser santo, no passado, hoje e no futuro, exige heroísmo, porque o santo e a santa pensam e vivem de modo diferente do mundo. Por isso, muita gente, especialmente os mais fracos, considera que a santidade não é para eles. Quero convidá-los a entender que a santidade é o espaço, no qual Deus nos ama. Se eu acolher o amor divino, Deus vem morar em minha vida e, porque Deus é Santo, eu começo a viver na santidade divina.


2 – Uma multidão vive a santidade

Alguém é capaz de viver a vida de Deus na sua própria vida? A resposta está na Palavra que acabamos de ouvir. São João, no texto do Apocalipse, dizia que existe uma multidão, incapaz de ser contada, que viveu, em sua vida pessoal, a vida divina. São pessoas, como nós, que receberam um selo, quer dizer, receberam uma marca de pertença a Deus; são propriedade, são protegidos por Deus. Aqui temos outra descrição de santidade: o santo, a santa, é propriedade de Deus. Sua vida pertence a Deus. São João, na 2ª leitura, diz que esta pertença é tão intensa e tão profunda a ponto de nos tornar filhos e filhas de Deus. Quer dizer, a santidade é possível porque nascemos de Deus. Isto aconteceu no dia de nosso Batismo. Não nascemos para Deus, mas nascemos de Deus, fomos assinalados com o selo da Cruz de Cristo, o selo da Salvação e, por isso, o DNA da santidade divina está em nosso DNA humano.


3 – Libertar assumindo a sabedoria divina

Os grandes mestres de espiritualidade cristã ensinam que a condição para se viver a santidade consiste em libertar-se daquilo que o mundo considera riqueza. Por quê? Porque a riqueza do Evangelho é muitas vezes mais superior às riquezas do mundo. Isto está provado nas bem-aventuranças. Para você ter a riqueza do mundo, por exemplo, você precisa ser um competidor. Sendo competidor, o outro é ter adversário ou teu inimigo, um concorrente para que você não tenha êxito. Isso provoca ansiedade, cansaço, ciúme, invejas, e por ai afora. As bem-aventuranças santificam porque ensinam a ter um espírito de pobre e não se apegar às riquezas. Propõem cultivar a misericórdia em vez da vingança. Incentivam a promover a paz em vez da violência. Fortalecer-se com a esperança quando se é criticado. A santidade de vida, em resumo, é a felicidade pura, que não se deixa enganar pelas aparências propostas pelo mundo. Os santos e as santas são homens e mulheres que aprenderam a olhar a vida com os olhos divinos e vivem a felicidade plena que habita nos corações dos mansos e dos pacificadores, dos perseguidos e dos justos. Amém!