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segunda-feira, agosto 05, 2019

XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM






A linha de compreensão da palavra "vaidade", expresso na conhecida passagem da 1ª leitura, na espiritualidade, serviu para diferenciar o material do espiritual. A palavra "vaidade" — “hebel”, em hebraico, — refere-se a alguma coisa leve, superficial, sem condições e nem estrutura para servir como fundamento de algo sólido e firme. É como se fosse uma fumaça, que não pode servir de apoio, de fundamento para nada.

O texto da 1ª leitura serve como um princípio filosófico e até mesmo psicológico, no sentido de chamar atenção para os fundamentos da existência da vida pessoal. É um texto que contém um questionamento escondido sobre o sentido da vida, sobre o sentido que se dá a tudo aquilo que nos mantém vivos: trabalho, riqueza, inteligência... O sábio autor chama atenção e nos coloca em estado de vigilância sobre o fundamento no qual construímos nossas vidas para percebermos se tem consistência suficiente. O trabalho e os bens, por exemplo, podem ser necessários para o tempo de vida, mas desde que seja um trabalho capaz de tornar fecunda a vida humana (SR). A fecundidade da vida humana, no contexto Bíblico, tem a ver com a vida eterna, com a vida plena; vida em plenitude (Jo 10,10).

Ninguém pode decidir no lugar de outro. O próprio Jesus respeita a liberdade do homem, mas veio propor-lhe balizas para marcar o caminho sobre o qual tem escolhas a fazer. Põe-no de sobreaviso em relação às riquezas materiais que podem paralisar ou cegar. De fato, aquele que tem as mãos crispadas sobre os seus bens está impedido de partilhar, de fazer um gesto para com aquele que tem necessidade. E depois, o seu horizonte está fechado por todas as suas riquezas que o impedem de ver o irmão, e de se ver a si próprio na luz de Deus. Quando nos deixamos olhar por Deus, permitimos-Lhe olhar para onde estão as nossas verdadeiras riquezas; a oração ajuda-nos, então, a reconhecê-las para as desenvolver. 

Eis Jesus confrontado com um assunto de herança. Mas declara-Se incompetente para julgar o caso, pois não é juiz, nem notário, nem advogado. Mas é uma boa ocasião para Ele, pois conhece bem o coração de Deus e o coração dos homens! Sabe que o coração do homem anda muitas vezes bem longe do coração de Deus, que o porta-moedas é parte sensível do homem, enquanto Deus não tem nada disso! Aproveita a ocasião para dar atenção ao sentido sobre as riquezas humanas. Jesus não é contra a riqueza, nem contra o progresso, nem contra o crescimento do nível de vida. Mas ser rico para si mesmo, é deixar-se aprisionar pelo dinheiro. A vida do homem não depende das suas riquezas. Hoje, o que diria Jesus aos grandes poderosos do mundo, “ricos de podre”, que não têm pejo em lançar para o desemprego milhares de pessoas sem saber qual o seu destino de vida? São pecados graves! Pode dizer-se que se trata de política. Mas trata-se primeiro do Evangelho! Cabe aos cristãos serem testemunhas pela própria vida, pelo próprio exemplo! E lutar contra este estado de coisas!