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segunda-feira, setembro 02, 2019

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM





O Evangelho de hoje inicia-se com um jogo de olhares: os fariseus estão de olho em Jesus e Jesus olha de modo atento — observa — a atitude daqueles que ocupam os primeiros lugares para serem vistos e admirados. Para nossa reflexão, o interesse está no que Jesus faz com o seu olhar. Ele olha e daquilo que Jesus vê, tira um ensinamento para a vida. O simples ato de escolher lugares na mesa para Jesus comunica uma lição de vida. Ouvir a Palavra e meditá-la para assimilarmos a sabedoria divina; olhar para as coisas simples da vida para aprender um ensinamento que favoreça uma existência mais livre e feliz, como é o caso de não escolher os primeiros lugares para ser visto e ser admirado.

O olhar humilde de Jesus. «Naquele tempo, Jesus entrou, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam.»
Quando Jesus entrou em casa de um dos principais dos fariseus, para tomar uma refeição para a qual tinha sido convidado, todos estavam a observá-los. Encontramos aqui diversas espécies de olhares, como podem ser os nossos:
O olhar de Jesus é cheio de bondade e de amor, e exprime um desejo divino de ajudar a todos os presentes. Assim era quando olhava os doentes e aflitos que Lhe apareciam nos caminhos da Terra Santa.
Aproveita o momento para dar a todos uma lição prática de humildade muito apropriada ao momento que estão vivendo.
O olhar de alguns presentes era cheio de orgulho e de importância, com um falso complexo de superioridade, como se não houvesse no mundo honras e homenagens capazes de os deixar contentes.
Não é difícil, infelizmente, encontrar pessoas que pensam que ninguém as merece e tratam os outros com altivez, como se fossem inferiores.
Alguns eram simples curiosos. Tinham ouvido contar muitas maravilhas acerca de Jesus e estavam na esperança de poderem testemunhar alguma delas.
Finalmente, outros olhavam Jesus com uma atitude inquisitorial, à procura de O surpreenderem em alguma coisa que servisse de pretexto para o condenar.
Jesus convida-nos a imitá-l’O, não na realização de milagres, mas na humildade: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis alívio para as vossas almas, pois o meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.» (Mt 11, 29-30).
Que espécie de olhar é o nosso para as pessoas que vivem conosco ou com elas nos encontramos em qualquer circunstância? De curiosidade? Olhar crítico, à procura de motivos para nos escandalizarmos e as podermos condenar? Ou é um olhar cheio de humildade que nos faz aprender sempre com o que vemos e movidos por um desejo sincero de ajudar as pessoas?
As pessoas humildes encontram sempre motivos para se edificarem com os outros e alimentam um desejo grande de as ajudar. 

Atuar com o olhar em Deus. «Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.»
A presença de certas pessoas junto de nós leva-nos a modificar muitas coisas: evitamos falar delas e procuramos ser amáveis e simpáticos.
Lembremo-nos de que vivemos continuamente na presença de Deus. Se nos lembrarmos desta verdade, como seremos diferentes em muitas ocasiões, nas palavras e nas atitudes!
Sobretudo, lembremo-nos de que Ele nos contempla com amor infinito em cada instante e deseja ajudar-nos. Nunca estamos sós, nunca estamos sem Alguém que se interesse por nós sinceramente.
Desta lembrança de que estamos sempre na presença de Deus, há-de nascer muitos e bons frutos de humildade:
Reta intenção. Procuremos ter retidão em tudo, porque Deus vê-nos onde quer que estejamos. Conhece as nossas intenções, os nossos desejos, a verdade das nossas afirmações, e há-de julgar-nos por isso.
Alegria interior. Muitas vezes, as nossas tristezas e aborrecimentos têm origem na nossa soberba, no nosso orgulho ferido. Por isso, o Senhor convida-nos, como o melhor dos amigos, para nos ajudar: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.»
Desprendimento. Não perderemos tempo atrás dos louvores humanos, nem ficaremos tristes quando eles não vierem. Basta-nos que o Senhor esteja contente conosco, que nos sorria: D’Ele nos vem a verdadeira recompensa.