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quinta-feira, janeiro 02, 2020

SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS












1 – Entendendo o 1º de janeiro

Enquanto toda a sociedade celebra o início de um novo ano, estamos aqui celebrando a Oitava do Natal e a Solenidade da maternidade divina no seio da Virgem Maria. Não é uma Liturgia que, apenas, proclama Maria como Mãe de Deus. É uma Liturgia que coloca no centro a maternidade da mulher para contemplarmos o jeito divino de entrar no nosso tempo humano. Hoje, neste 1º de janeiro, no qual se comemora o início do ano solar, compreendemos que o seio virginal da Mãe de Deus gerou entre nós o Sol da justiça, Jesus Cristo, que entra no nosso tempo pela maternidade da mulher. Esta é a grande bênção que ouvimos na 1ª leitura e no salmo responsorial. A bênção da presença divina no nosso tempo histórico, que neste 1º de janeiro inicia-se uma nova etapa. 


2 – Acolher o Espírito divino que fecunda a vida

A maternidade divina, realizada no seio da Virgem Mãe, diz que o Espírito Santo de Deus fecundou o corpo de Maria com a vida divina. Antes de experimentar a gravidez do Filho de Deus, Maria foi fecundada espiritualmente pelo Espírito Santo. São Paulo, na 2ª leitura, dizia que graças ao Espírito Santo de Deus, que fecunda nossas vidas, nos tornamos filhos e filhas de Deus. O mesmo Espírito Santo que fecundou o corpo de Maria fecunda nossas vidas e nos diviniza, nos santifica. Olhando para o exemplo da Virgem Mãe, podemos compreender que, no início deste novo ano, o Espírito Santo de Deus é sempre gerador da vida divina. Se somos fecundados pelo Espírito de Deus, então podemos nos comprometer em gerar vida divina onde estivermos vivendo. Um compromisso digno de um novo tempo, de um novo ano.



3 – Atitude de Maria

Quem entende bem de gerar vida divina, fecundada pelo Espírito Santo, no meio do mundo, é Maria, a Mãe de Jesus. Por isso, vou propor quatro características que poderão sugerir o caminho do nosso crescimento espiritual em 2020. Quando os pastores chegam no presépio, encontram Maria ocupada com sua criança. Esta é a primeira característica: ocupar-se com aquilo que faz parte da nossa vida, viver no momento presente atento com a vida. A segunda característica é percebida por São Lucas: os pastores falam, as pessoas comentam, os fatos acontecem e, Lucas percebe que Maria fica silenciosa. É uma mulher silenciosa. O silêncio como modo de considerar os fatos; não reagir impulsivamente, mas silenciar para entender o que acontece. A partir do silêncio, Lucas destaca outra característica de Maria: ela meditava no seu coração. Diante dos acontecimentos, diante de frases enviesadas que ouvimos, não se apavorar jamais, mas silenciar e meditar. Por fim, a quarta característica está na luz que ajudava Maria a compreender os fatos no silêncio e na sua meditação: a luz é a Palavra de Deus. Que neste ano de 2020, iluminemos nossas vidas com a luz da Palavra de Deus para não reagirmos impulsivamente, mas silenciemos para ouvir o Espírito Santo de Deus que fala no silêncio e fecunda nossas vidas com a força divina. Feliz Ano Novo para todos!