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segunda-feira, fevereiro 17, 2020

VI DOMINGO DO TEMPO COMUM

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Na liturgia deste Domingo continua a leitura do chamdo “Sermão da Montanha” de Jesus, que ocupa os capítulos 5,6 e 7 de São Mateus. Depois das “Bem-aventuranças”, que são o seu programa de vida, Jesus proclama a nova Lei , a sua Torá, como o chamam nossos irmãos judeus. Com efeito, com a sua vinda o Messias devia trazer também a Revelação definitiva da Lei, e é precisamente isto que Jesus declara: “Não julgueis que vim abolir a Lei ou os Profetas. Não vim para abolir, mas sim para os levar à perfeição”. E, dirigindo-se aos seus discípulos , acrescenta: “Se a vossa justiça não for maior que as dos escribas e fariseus . não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,17-20) . Em que consiste esta “plenitude” da Lei de Cristo , esta justiça “superior” que Ele exige ?

Jesus explica-o mediante uma série de antíteses entre os Mandamentos antigos e o seu modo de os repropor. Cada vez começa: “Ouvistes o que foi dito aos antigos...”, e então afirma: “mas Eu vos digo..”. Por exemplo: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal’; mas Eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes”(Mt 5,21-22) . E assim por seis vezes. Este modo de falar causava grande impressão no povo, que permanecia assustado, porque aquele “Eu vos digo” equivalia a reivindicar para si a mesmo autoridade de Deus , fonte da Lei . A novidade de Jesus consiste , essencialmente , no fato de que Ele mesmo “completa” os Mandamentos com o Amor de Deus, com a força do Espírito Santo que habita Nele. E nós, através da fé em Cristo, podemos abrir-nos à obra do Espírito Santo, que nos torna capazes de viver o amor divino. Por isso, cada preceito se torna verdadeiro, como exigência de amor , e todos convergem num único Mandamento: amar a Deus com todo o coração, e ao teu próximo como a ti mesmo. “A caridade é o pleno cumprimento da lei”, escreve São Paulo (Rm 13,10). Diante desta exigência, o piedoso caso dos meninos mortos no CT do Flamengo a um ano passado, impõe que nos perguntemos se uma sociedade mais solidária e fraterna, mair coerente no amor , ou seja mais cristã, não teria podido evitar trágico fim. E esta pergunta vale para muitos outros acontecimentos dolorosos, mais ou menos conhecidos que se verificam diariamente nas nossas cidades.

Caros irmãos, talvez não seja ocasional , que a primeira grande pregação de Jesus se chame “Sermão da Montanha”! Moisés subiu ao monte Sinai para receber a Lei de Deus e levá-la ao Povo Eleito. Jesus é o Filho de Deus que desceu do Céu para nos levar ao Céu, à altura de Deus. Pelo caminho do amor. Aliás, Ele mesmo é este caminho: só devemos segui-lo , para cumprir a Vontade de Deus e entrar em seu Reino, na vida eterna.