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O
ensinamento de Jesus, que nossas palavras refletem o coração pessoal, vale
também para as atitudes. Todos vemos a mesma situação, mas o filtro do olhar
encontra-se no coração. Um coração raivoso, considerará a crise com raiva e
transformará sua vida em reclamações, possivelmente, contaminando outras
pessoas. Um coração resignado, aceitará a crise e, talvez dirá que é vontade de
Deus; fica na sua resignação e não toma atitude. O Coração manso e humilde de
Jesus vê a crise com os olhos de Deus e toma atitude: louva o Pai e se aproxima
do povo para partilhar o cansaço e a fadiga na travessia da crise. Toma atitude
de assumir o sofrimento do irmão e da irmã oferecendo a ele o seu jugo e seu
fardo. Atitude de quem se faz próximo por ter o coração repleto de amor. No
dizer do salmista:
“te
cerca de carinho e compaixão”. Na travessia da crise serve o carinho, a
compaixão, a proximidade... jugos suaves. O contrário disso — raiva,
reclamações, agressões — são pesos que tornam a crise ainda mais pesada.
As
virtudes da mansidão e da humildade são apresentadas por Jesus em forma de
revelação a quem se encontra na condição evangélica de "pequeno" .
Não é uma aquisição intelectual, é uma revelação, fruto da intimidade com Deus.
É a intimidade com o Pai, portanto, que Jesus oferece aos discípulos e
discípulas como um jugo suave e um fardo leve a quem vive cansado e oprimido. O
encontro com a paz interior não passa pelo esforço das conquistas mundanas,
como o poder, a riqueza, a fama... mas pelo acolhimento do fardo e do jugo do
Evangelho. Tem seu peso — é um fardo, é um jugo — mas não produz a fadiga que
deprime, ao contrário, produz descanso fortalecedor .
A
revelação divina aos pequenos é a manifestação do segredo da paz interior na
vida pessoal e na vida da comunidade. Não se encontra a paz interior no esforço
do bom êxito em relacionamentos sociais, mas pela mansidão e humildade
presentes no amor do Coração divino. É uma realidade que contradiz com o modo
de pensar do mundo e por isso só pode ser percebida pela revelação divina ,
cuja condição, repetindo e insistindo, consiste em ser “pequeno” e acolher o
jugo e o fardo do Evangelho .