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segunda-feira, julho 13, 2020

XV DOMINGO DO TEMPO COMUM

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A maior parte de nós não tem experiência da neve. Sim, quase todos já vimos fotos e vídeos com paisagens de neve ou assistimos uma nevasca em algum filme. Todos temos experiência com a chuva que cai e penetra na terra. Poetas dizem que a chuva lava o chão e penetra no coração da terra. Esta é a finalidade da profecia do Isaias para explicar o efeito da Palavra de Deus na vida humana. No Evangelho, Jesus diz que nem todos os terrenos são penetráveis; alguns são pedregosos, impermeáveis ao projeto proposto na Palavra. É uma Palavra que cai na terra como chuva e volta para Deus contaminada pela vida humana. Contaminada com nossas angustias, com nossos sofrimentos, com nossas alegrias, com nossas esperanças... Acolhemos a Palavra e a devolvemos em forma de orações contaminadas com nossas vidas. A Palavra vem e volta; é a dinâmica do diálogo que existe em toda a Palavra.

O semeador da parábola de Jesus é um tanto quanto descuidado. Normalmente, os semeadores preparam o terreno antes de lançar a semente. Este semeador de Jesus, sai e vai jogando a semente em toda parte, sem se preocupar com o terreno. É a imagem do testemunho cristão. Um testemunho que interroga a vida de alguns, provoca admiração em outros, desinteresse ou indiferença em muitos... Mesmo assim, não deixa de semear; não deixa de viver o Evangelho porque alguns o criticam. A semente sempre é portadora de vida, por isso não se discute a qualidade da semente. A questão está no terreno, como bem sabemos. Hoje, em nossos dias, a parábola volta a interrogar nosso coração, nossa qualidade de vida e, principalmente, o modo como entramos em contato com a Palavra de Deus, particularmente com o Evangelho.

 Na segunda parte do Evangelho, Jesus explica a parábola. Se na narrativa da parábola o foco está na atitude do semeador e o terreno, na segunda parte o foco vai para o ouvido. É o órgão humano do acolhimento da Palavra: ouvir; escutar a Palavra. Na linguagem Bíblica ouvir e obedecer tem o mesmo significado. Ouvir provoca uma atitude de obediência ou de desobediência. São os dois polos da escuta: acolhe-se a Palavra para obedecê-la ou simplesmente, não se ouve a Palavra e esta não penetra e não pode produzir algum resultado. Colocando o foco no ouvido, Jesus coloca um questionamento oculto: como ouvimos a Palavra? Sim, porque podemos estar aqui, sentados e ouvindo, mas sem nenhum compromisso de obedecer, sem nenhum compromisso de viver a Palavra ouvida. Diante de tal questionamento, coloquemo-nos diante da Palavra de Deus para perceber a sua dinâmica em nossas vidas. Se é ouvida e não produz frutos ou, se nosso coração é um terreno fecundado pela chuva que produz muitos frutos. Amém!