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segunda-feira, julho 27, 2020

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM

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O primeiro contato é com as leituras e o salmo responsorial propondo um segredo existencial que merece atenção na Liturgia deste 17DTC-A: a importância de ter um coração capaz de ouvir a voz de Deus. Trata-se de uma condição indispensável para obter a sabedoria divina na vida humana.
Salomão, no início do reinado, ouve a proposta divina e coloca-se diante de Deus em oração. Não intercede aquilo que os reis julgavam imprescindível para um bom governo — riqueza e exército, por exemplo —; intercede sabedoria (1L). Salomão não nasceu sábio, mas entendeu que na sabedoria divina encontra-se o segredo para bem conduzir a vida, que "vale mais do que milhões em ouro e prata" (SR). Na sabedoria divina, encontra-se o segredo de Salomão na condução do povo (1L), encontra-se o segredo para conduzir a vida pessoal de qualquer pessoa, porque na escuta da Palavra do Senhor está a sabedoria dos simples (SR) e os simples conhecem os segredos da vida.
O ponto central da oração de Salomão está na frase: "um coração compreensivo" (1L). Na tradução de outras edições Bíblicas se lê: "um coração capaz de ouvir". Um coração capaz de se colocar em escuta da Palavra de Deus para discernir o que é melhor. Ouvindo a voz de Deus, presente na Palavra, nos tornamos predestinados a ser "conformes a imagem do seu Filho", chamados a viver na justiça divina (2L), e a procurar o tesouro do Reino dos Céus (E).
A fé não é dom recebido para proporcionar o conforto de uma estabilidade espiritual. A fé é um tesouro que precisa ser buscado e, para isso, a necessidade de colocar-se a caminho, na busca do tesouro escondido (E).  A fé não é uma crença que estaciona, é um sentimento que inquieta, que desafia a coragem de vender todas as seguranças em troca de um tesouro escondido e achado. A fé é a necessidade essencial, digamos assim, para encontrar o tesouro do Reino de Deus.
Além da fé como suporte para achar o tesouro do Reino de Deus, existe ainda duas outras qualidades propostas por Jesus. A primeira, é a alegria de encontrar um tesouro tão grande a ponto de se vender tudo que se tem (E). A alegria é uma atitude de coragem; o medo impede e impossibilita a alegria.
A segunda qualidade é a capacidade de avaliar entre um tesouro e outro. Isto é possível com os critérios da sabedoria divina (1L). A avaliação do valor do tesouro do Reino de Deus é feita com os critérios da fé, escutando a Palavra de Deus, fonte da sabedoria divina (SR). Para isso, a necessidade de avaliar os valores culturais, os valores pessoais... colocando-os em relação ao valor do Reino de Deus. Jesus diz que esta atitude de avaliação — comparação entre dois valores — é semelhante a um pai de família que faz uma limpeza no tesouro da sua vida: joga fora o imprestável para conservar somente aquilo que produz sentido para viver.