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segunda-feira, agosto 31, 2020

CELEBRAÇÃO DO SACRAMENTO DA CRISMA

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A vida do crente é visitada por Deus. Ele habita no mais íntimo do coração de cada um. É, na verdade, o doce hóspede da alma. Como é possível viver distraídos, fora de si, com um tão grande hóspede na alma?

Mas o evangelho também nos leva ao realismo. O amor do cristão não paira nas nuvens. É um amor muito concreto: «Quem recebe os meus mandamentos e os observa esse é que me tem amor» (v. 21). O amor que Jesus espera de nós não se manifesta em palavras ou sentimentos vagos mas na vontade de amarmos a sua vontade. Assim foi o seu amor pelo Pai. Sem união de vontades não há verdadeiro amor. Quem ama a Jesus, ama cumprir a sua vontade. E quem ama a Jesus, cumprindo a sua vontade, é amado pelo Pai, que quer a glorificação do Filho.

«Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada». (Jo 14, 23). Quantas vezes, procuramos a Deus fora de nós ou acima de nós. Mas Deus está dentro de nós: «mais íntimo do que o meu íntimo…», como afirma Santo Agostinho (Confissões 3.6.11). Realiza-se deste modo a palavra de S. Paulo: «Cristo habite pela fé, nos vossos corações de sorte que, enraizados e fundados no amor, possais compreender… qual é a largura e o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer (fazer a experiência), enfim, o amor de Cristo que excede todo o conhecimento, para serdes repletos da plenitude de Deus» (Ef 3,17-19).

Experimentar o mistério de Cristo no mais íntimo de nós mesmos, no eu profundo, no “coração” entendido biblicamente”. O “coração” é o lugar teológico da verdadeira oração, do encontro de amor com Cristo.

 

 Palavras de São João Paulo II  em 1982 :

Grande Sacramento é a Santa Crisma, muito importante no quadro geral da vida cristã, iniciada no ato do Santo Batismo; é um sacramento muito rico por espiritual significado e virtude. Dizer dom do Espírito, de facto, significa dizer simultaneamente os dons do Espírito: os seus sete admiráveis dons que acompanham a graça divina, inundando a alma de luz, de força e de coragem. Recordais o que aprendestes no curso de catecismo? Sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza...: é, portanto, um dom que se multiplica e se ramifica em tantos dons, que fazem de quem os recebe um perfeito cristão. Como os Apóstolos que, depois de terem recebido o Espírito de verdade e de consolação a eles prometido por Jesus ao término da última Ceia (cf. Jo 14, 16-17.26; 16, 7-14), foram capazes de superar os limites da humana debilidade para se tornarem intrépidos anunciadores e pregadores do Evangelho no mundo, assim também vós, e sobretudo vós, queridos irmãos e irmãs, recebendo neste dia o mesmo Espírito, todos podemos e devemos ser perfeitos cristãos, dispostos sempre e em tudo, com a palavra e com as obras, a testemunhar Cristo na sociedade de hoje. 

 

Tornados filhos de Deus por força do Santo Baptismo, chegados por meio dele à luz da fé, em nós a efusão do Espírito recebida na Confirmação vem para iluminar mais amplamente este panorama, abrindo as nossas almas para uma visão mais clara e profunda: com a Crisma, numa palavra, além do aumento da graça santificante obtemos maior luz e somos chamados a maior responsabilidade. Por isso é comum dizer-se que ela nos faz perfeitos cristãos. Sermos perfeitos cristãos significa dar espaço à nossa fé, significa viver verdadeiramente o dia-a-dia da nossa existência, como filhos da luz. 

 

Precisamente este ideal do "crescimento" da fé como intensificação de luz, desejo hoje propor-vos. Na nossa época, mais que no passado, há maior necessidade de fé para sermos testemunhas de Cristo no mundo secularizado. Procedei portanto de modo que o estado de perfeitos cristãos em que vos constituí a Crisma, toque profundamente a vossa alma e nela encontre correspondência numa autêntica vida de fé; procedei de modo que à posição objetiva sacramental se alinhe, sem separações nem contradições, a posição subjetiva existencial de cada um de vós.

 

O dom do Espírito, como cada um dos Seus dons, não exime da resposta à vontade, nem do esforço necessário para fazer que todos frutifiquem: o Senhor não dispensa nunca o homem do esforço da correspondência e da colaboração. E se entre estes dons se distingue — como quis recordar-vos — o de uma efusão mais copiosa de luz sobrenatural, segue-se daí que mais decidida e mais firme deve ser, por parte do homem, a resposta pessoal.

 

Com este fim, para que isto se verifique em cada um de vós crismandos, desejo unir às minhas palavras de incitamento a certeza de uma especial oração. Para vós invoco eu o Espírito de Deus, para que se digne Ele mesmo confirmar do alto do seu templo na Jerusalém celeste (cf. Sl 68, 29) aquilo que está para realizar com a virtude do Seu sacramento. Assim seja.

































sexta-feira, agosto 28, 2020

10 SÁBIAS LIÇÕES DE SANTO AGOSTINHO

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10 SÁBIAS LIÇÕES DE SANTO AGOSTINHO

28 de agosto de 2020

 

Paróquia São Conrado




1. Procura que tua infância seja inocente, tua meninice respeitosa, tua adolescência paciente, tua juventude virtuosa, tua maturidade carregada de méritos e tua velhice sábia.

 

2. Se és ouro, a tribulação te purifica de tua escória. Se és palha, a tribulação te reduz a cinzas.

 

3. Não há lugar nesta mesa para quem gosta de criticar os outros (Inscrição no refeitório de Santo Agostinho).

 

4. A perversidade dos homens é tal que às vezes o mal se converte em norma de moralidade pública. Com isso, os mais fracos sentem vergonha de ser bons.

 

5. Deus precisou de apenas uma palavra para criar-nos, mas de seu sangue para redimir-nos. Se às vezes te sentes frustrado por tuas misérias, recorda quanto custaste.

 

6. É melhor andar mancando pelo caminho que correr fora dele.

 

7. Quando um marido presenteia a esposa com um anel, deseja que ela o ame no anel. Se a esposa ama o anel sem referência ao marido, seu amor torna-se adúltero. Assim também, quando Deus nos dá as coisas deste mundo quer que o amemos nelas. Mas se as amamos, se amamos o mundo sem referência a Deus, nosso amor se torna um amor adúltero.

 

8. As boas obras não se definem pela quantidade, mas pela qualidade. Não por seu peso, mas por sua delicadeza. Não por si mesmas, mas por suas motivações.

 

9. Ser cristão não é conquistar Cristo, mas deixar-se conquistar por Ele. Deixa que Ele conquiste em ti, que Ele conquiste para ti, que Ele te conquiste.

 

10. Quem são os verdadeiros pobres de espíritos? Os que, quando fazem alguma boa obra, dão graças a Deus e, quando agem mal, assumem a responsabilidade.

 

 

Fonte: CLÉOFAS


terça-feira, agosto 25, 2020

SANTOS VOCACIONADOS

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Nesse mês de agosto, celebramos as diversas vocações na Igreja: sacerdotais, matrimonial, vida consagrada e dos cristãos leigos, especialmente os catequistas. Dois santos admiráveis celebramos nessa semana, que englobam bem essas vocações: Santo Agostinho (dia 28), vocação de leigo consagrado, de religioso e, depois, de grande sacerdote e Bispo, e de sua mãe, Santa Mônica (dia 27), modelo de mãe e santa na sua vocação matrimonial.  

 

Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, na Região de Cartago, na África, filho de Patrício, pagão, e Mônica, cristã fervorosa. Segundo narra ele próprio, Agostinho bebeu o amor de Jesus com o leite de sua mãe. Infelizmente, porém, a influência do pai fez com que se retardasse o seu batismo, que só recebeu já adulto. Estudou literatura, filosofia, gramática e retórica, das quais foi professor. Afastou-se dos ensinamentos da mãe e, por causa de más companhias, entregou-se aos vícios. Viveu no pecado durante sua juventude, teve uma amante e um filho, e, pior, caiu na heresia gnóstica dos maniqueus, para quem traduziu livros.

 

Sua mãe, Santa Mônica, rezava e chorava por ele todos os dias. “Fica tranquila”, disse-lhe certa vez um bispo, “é impossível que pereça um filho de tantas lágrimas!” E foi sua oração e suas lágrimas que conseguiram a volta para Deus desse filho querido transviado.

 

Agostinho dizia-se um apaixonado pela verdade, que, de tanto buscar, acabou reencontrando na Igreja Católica: “ó beleza, sempre antiga e sempre nova, quão tarde eu te amei!”; “fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto, enquanto não descansa em Vós!”: são frases comoventes escritas por ele nas suas célebres “Confissões”, onde relata a sua vida de pecador arrependido. Transferiu-se com sua mãe para Milão, na Itália. Dotado de inteligência admirável, a retórica, da qual era professor, o fez se aproximar de Santo Ambrósio, Bispo de Milão, também mestre nessa disciplina. Levado pela mãe a ouvir os célebres sermões do santo bispo e nutrido com a leitura da Sagrada Escritura e da vida dos santos, Agostinho converteu-se realmente, recebeu o Batismo aos 33 anos e dedicou-se, como leigo, a uma vida de estudos e oração. Ordenado sacerdote e bispo, além de pastor dedicado e zeloso, foi intelectual brilhantíssimo, dos maiores gênios já produzidos em dois mil anos da História da Igreja. Escreveu numerosas obras de filosofia, teologia e espiritualidade, que ainda exercem enorme influência. Foi, por isso, proclamado Doutor da Igreja. De Santo Agostinho, disse o Papa Leão XIII: “É um gênio vigoroso que, dominando todas as ciências humanas e divinas, combateu todos os erros de seu tempo”. Sua vida demonstra o poder da graça de Deus que vence o pecado e sempre, como Pai, espera a volta do filho pródigo.

 

Sua mãe, Santa Mônica, é o exemplo da mulher forte, de oração poderosa, que rezou a vida toda pela conversão do seu filho, o que conseguiu de maneira admirável. E a vida de Santo Agostinho é uma lição para nunca desesperarmos da conversão de ninguém, por mais pecador que seja, e para sempre estarmos sinceramente à procura da verdade e do bem.

 

 

 

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan


segunda-feira, agosto 24, 2020

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM

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Quem é Jesus? O que é que "os homens" dizem de Jesus? Muitos dos nossos conterrâneos vêem em Jesus um homem bom, generoso, atento aos sofrimentos dos outros, que sonhou com um mundo diferente; outros vêem em Jesus um admirável "mestre" de moral, que tinha uma proposta de vida "interessante", mas que não conseguiu impor os seus valores; alguns vêem em Jesus um admirável condutor de massas, que acendeu a esperança nos corações das multidões carentes e órfãs, mas que passou de moda quando as multidões deixaram de se interessar pelo fenômeno; outros, ainda, vêem em Jesus um revolucionário, ingênuo e inconsequente, preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre, que procurou promover os pobres e os marginais e que foi eliminado pelos poderosos, preocupados em manter o "status quo". Estas visões apresentam Jesus como "um homem" - embora "um homem" excepcional, que marcou a história e deixou uma recordação indelével.

 

Para os discípulos, Jesus foi bem mais do que "um homem". Ele foi e é "o Messias, o Filho de Deus vivo". Defini-lo dessa forma significa reconhecer em Jesus o Deus que o Pai enviou ao mundo com uma proposta de salvação e de vida plena, destinada a todos os homens. A proposta que Ele apresentou não é apenas uma proposta de "um homem" bom, generoso, clarividente, que podemos admirar de longe e aceitar ou não; mas é uma proposta de Deus, destinada a tornar cada homem ou cada mulher uma pessoa nova, capaz de caminhar ao encontro de Deus e de chegar à vida plena da felicidade sem fim. A diferença entre o "homem bom" e o "Messias, Filho de Deus", é a diferença entre alguém a quem admiramos e que é igual a nós, e alguém que nos transforma, que nos renova e que nos encaminha para a vida eterna e verdadeira.

 

"E vós, quem dizeis que Eu sou?" É uma pergunta que deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão não significa papaguear lições de catequese ou tratados de teologia, mas sim interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa na nossa existência... Responder a esta questão obriga-nos a pensar no significado que Cristo tem na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, no esforço que fazemos ou que não fazemos para o seguir... Quem é Cristo para mim?

 

É sobre a fé dos discípulos (isto é, sobre a sua adesão ao Cristo libertador e salvador, que veio do Pai ao encontro dos homens com uma proposta de vida eterna e verdadeira) que se constrói a Igreja de Jesus. O que é a Igreja? O nosso texto responde de forma clara: é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como "o Messias, o Filho de Deus". Que lugar ocupa Jesus na nossa experiência de caminhada em Igreja? Porque é que estamos na Igreja: é por causa de Jesus Cristo, ou é por outras causas (tradição, inércia, promoção pessoal...)?

 

A Igreja de Jesus não existe, no entanto, para ficar olhando para o céu, numa contemplação estéril e inconsequente do "Messias, Filho de Deus"; mas existe para O testemunhar e para levar a cada homem e a cada mulher a proposta de salvação que Cristo veio oferecer.









sábado, agosto 22, 2020

NOSSA SENHORA RAINHA

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NOSSA SENHORA RAINHA

22 de agosto de 2020

 

Paróquia São Conrado





Cidade do Vaticano

 

A festa de Nossa Senhora Rainha tem suas raízes nos primeiros séculos da história cristã. O primeiro a chamá-la assim foi Santo Efrém no século IV. Mais tarde outros Padres da Igreja que reconheceram a sua dignidade de realeza como Mãe do Rei do Universo. No concílio de Éfeso do século V foi reconhecido, contra as teses de Nestório, que Maria era a Theotókos, a mãe de Deus. Depois disso começou a tradição da coroação de Nossa Senhora. Porém, a devoção a Nossa Senhora Rainha teve que esperar até o século XX para se concretizar em uma verdadeira festa.

 

 

A festa de Nossa Senhora Rainha

 

Em 1954, o Papa Pio XII com a Encíclica Ad Coeli Reginam, instituiu pela primeira vez a festa de Nossa Senhora Rainha do Universo, fixando-a para o dia 31 de maio e explicava:

 

“Não é verdade nova que propomos à crença do povo cristão porque o fundamento e as razões da dignidade régia de Maria encontram-se bem expressos em todas as idades, e constam dos documentos antigos da Igreja e dos livros da sagrada liturgia”

 

Pio XII evidenciou as referências: da Sagrada Escritura aos padres da Igreja, da liturgia à arte. Mais tarde, depois da reforma litúrgica, a data foi mudada por Paulo VI para o dia 22 de agosto, oito dias depois da Festa da Assunção de Nossa Senhora, para evidenciar a proximidade da sua glorificação corpórea. E – pode-se observar – foi o próprio Pio XII, em 1950, quem proclamou o dogma da Assunção da Virgem Santíssima ao Céu.

 

 

O movimento que levou à Festa

 

Foi no início do século XX que começaram os movimentos para a proclamação de Nossa Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época. Quem deu grande impulso foi Pio XI que, na conclusão do Ano Santo de 1925, proclamou a Festa de Cristo Rei. Mais tarde, foi uma mulher, Maria Desideri, que nos anos 1930 em Roma, que deu início ao movimento Pro regalitatae Mariae para recolher petições de todo o mundo em favor da instituição da festa. E foi justamente este percurso que levou à decisão de Pio XII de instituir a festa litúrgica. Um mês depois, ainda em 1954, Papa Pacelli pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha antes fazer uma comovedora oração e à coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi Romani”. Certamente Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial – evitou que Roma fosse alvo de uma batalha final entre alemães e aliados. Não foi por acaso que Pio XII proclamou 1953 Ano Mariano no qual inaugurou a tradição da homenagem a Maria por parte dos Papas no dia 8 de dezembro, e que permanece até hoje com grande devoção.

 

 

Os Papas e Nossa Senhora Rainha

 

São inesquecíveis as muitas orações e atos de consagração a Maria feitos por São João Paulo II no decorrer do seu pontificado. Bento XVI dedicou a Nossa Senhora Rainha a Audiência geral de 22 de agosto de 2012 explicando a sua realeza:

“Como exerce Maria esta realeza de serviço e amor? Velando sobre nós, seus filhos: os filhos que se dirigem a Ela na oração, para lhe agradecer ou para lhe pedir a sua tutela maternal e a sua ajuda celestial, talvez depois de se ter extraviado pelo caminho, oprimidos pela dor ou angústia, pelas vicissitudes tristes e difíceis da vida. Na serenidade ou na escuridão da existência, dirijamo-nos a Maria confiando-nos à sua intercessão continua, porque do Filho nos possa alcançar toda a graça e misericórdia necessárias para o nosso peregrinar ao longo das sendas do mundo”.

Enquanto que o Papa Francisco no ano passado, na videomensagem pelo 300º aniversário da coroação de Nossa Senhora de Częstochowa na Polônia disse: 

 

“Maria não é uma Rainha distante, sentada num trono, mas a Mãe que abraça o Filho e com Ele todos nós, seus filhos. É uma Mãe verdadeira, com o rosto marcado, uma Mãe que sofre porque se preocupa pelos problemas da nossa vida”

 

Portanto, a Igreja sempre quis evidenciar que a realeza de Maria é de serviço e de amor como a de Seu Filho.



Fonte:

https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-08/rainha-virgem-maria-nossa-senhora-memoria-liturgica.html


quinta-feira, agosto 20, 2020

A PANDEMIA NOS QUESTIONA

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A PANDEMIA NOS QUESTIONA

20 de agosto de 2020

  

Paróquia São Conrado







Átila, rei nos Hunos, pioneiro das incursões bárbaras que assolaram o Império Romano, invadiu a Europa com tanta mortandade que não era possível contar o número dos mortos, pilhando e devastando cidades, igrejas e mosteiros, e foi intitulado “o flagelo de Deus”, ou seja, o instrumento de Deus para punir os pecados dos homens.  Só parou às portas de Roma, quando foi ao seu encontro o Papa São Leão I, que o persuadiu a desistir de sua invasão da Itália.

 

Na Ladainha de Todos os Santos, pedimos a Deus que nos livre dos flagelos, da peste (pandemias), da fome e da guerra. Pode ser que, permitindo o flagelo, Deus espere a nossa conversão e reflexão sobre os desregramentos da humanidade.

 

Deus às vezes pode usar das doenças e calamidades, mesmo sem as querer, mas só permitir, para que delas possamos tirar algum bem. Não foi a doença que fez o centurião romano, pagão, se aproximar de Jesus para pedir a cura para alguém da sua casa? Na parábola do filho pródigo, não foi a desgraça que o fez voltar para o seu pai? Não foi o assalto e o roubo do judeu na parábola que suscitaram a caridade e a boa ação do samaritano?

 

Assim também, nessa pandemia atual, permitida por Deus, procuremos tirar todo o bem possível, pois é isso que Deus quer de nós. Ocasião para rezarmos mais, para amarmos mais nossa família e os irmãos, para exercermos a paciência especialmente em nossa vida familiar, praticando a caridade com o próximo. Muitas pessoas, com essa quarentena, aprenderam a rezar mais e melhor, especialmente com a família! Apreciamos todo o esforço dos poderes públicos mesmo insuficiente, a abnegação e o trabalho dedicado dos médicos, e profissionais da saúde em geral, dos policiais, bombeiros e sacerdotes.  Que Deus os abençoe e conforte a eles e suas famílias!

 

As causas dessa pandemia são ainda obscuras. Mas a falta de cuidado, os desvios de verbas públicas e os pecados acontecidos nesse tempo nos questionam. Mas não é hora de atribuirmos culpa a esse ou àquele. Devemos sim rezar por nós e por todos, como nos ensina a Igreja: “O Apóstolo exorta-nos a fazer súplicas e ações de graças pelos reis e por todos aqueles que exercem a autoridade, ‘a fim de que possamos ter uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e dignidade’ (1Tm 2,2)” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2240).

 

 “Peçamos a graça de saber rezar uns pelos outros. São Paulo exortava os cristãos a rezar por todos, mas em primeiro lugar por quem governa (cf. 1Tm 2,1-3). ‘Mas este governante é…’, e os adjetivos são muitos. Não os digo, porque este não é o momento nem o lugar para repetir os adjetivos que se ouvem contra os governantes. Deixemos que Deus os julgue! Nós rezemos pelos governantes. Rezemos… Precisam da nossa oração. É uma tarefa que o Senhor nos confia. Temo-la cumprido? Ou limitamo-nos a falar, a insultar? Quando rezamos, Deus espera que nos lembremos também de quem não pensa como nós...” (Papa Francisco, homilia da Solenidade de São Pedro e São Paulo, 29 de junho de 2020).

 


Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan


terça-feira, agosto 18, 2020

TERÇO DA MISERICÓRDIA: UMA ORAÇÃO PELA HUMANIDADE

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TERÇO DA MISERICÓRDIA

18 de agosto de 2020

 

Paróquia São Conrado



Terço da Misericórdia: uma oração pela humanidade

O Terço da Divina Misericórdia é uma tradicional devoção Católica, concebida a partir das iluminações de Santa Maria Faustina na década de 1930. O principal propósito dessa oração é fortalecer nossa confiança na misericórdia de Deus e reforçar em nós esse mesmo sentimento para com nossos irmãos e irmãs.

 

Para Santa Faustina, que viveu em uma Europa marcada pela instabilidade do entreguerras, a oração do Terço da Misericórdia trata-se de um verdadeiro clamor pelo mundo, uma súplica para que as pessoas experimentem o amor de Deus especialmente nos momentos mais difíceis de suas vidas.

 

Ora, neste tempo de turbulências em que vivemos por ocasião da pandemia do coronavírus, somos também convidados a fazer da oração de Santa Faustina uma prece por toda a humanidade, por aqueles que amamos e pelos mais fragilizados nessa crise.

 

Rezando o Terço da Misericórdia passo-a-passo

Primeiramente, vamos procurar um lugar tranquilo e silencioso, desligando-nos dos aparelhos eletrônicos e de tudo aquilo que possa nos distrair. Para a oração do Terço da Misericórdia, podemos usar um rosário comum, de cinco dezenas.

 

1. Iniciamos com o Sinal da Cruz:

— Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

 

2. Rezamos o Pai-Nosso, a Ave-Maria e o Creio.

— Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém!

 

— Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco! Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!

 

— Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

 

3. Nas contas do Pai-Nosso, rezamos:

— Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo e Sangue, a Alma e Divindade de vosso diletíssimo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro.

 

4. Nas contas das Ave-Marias, rezamos (dez vezes):

— Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

 

5. Ao fim do terço, rezamos (três vezes):

— Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.

 

Dica: conforme a tradição, recomenda-se rezar o Terço da Misericórdia preferencialmente às 15 horas, a chamada Hora da Misericórdia, recordando e meditando a Paixão de Jesus Cristo.

 

Quem foi Santa Faustina?

Santa Maria Faustina Kowalska nasceu na Polônia em 1905 e, aos vinte anos, ingressou na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. No ano de 1934, enquanto esteve na Lituânia, iniciou os escritos de A Misericórdia Divina em Minh’Alma, uma série de diários nos quais relatou as iluminações que recebia por meio de suas orações.

 

“O amor é um mistério que transforma tudo o que toca em coisas belas e agradáveis a Deus.”

O Diário de Santa Faustina, § 890

 

Vítima de tuberculose, Santa Faustina faleceu em 1938, mas sua herança espiritual jamais foi esquecida. A devoção à imagem de Jesus Misericordioso e o Terço da Misericórdia ganharam grande apreço popular, fazendo com que sua obra ficasse conhecida por católicos em diversas partes do mundo. Canonizada pelo Papa João Paulo II no ano 2000, Santa Faustina é hoje um dos mais conhecidos santos da mística cristã.

 

Compaixão e o Terço da Divina Misericórdia

Como dito, a oração do Terço da Misericórdia trata-se de um verdadeiro clamor pelo mundo, uma súplica para que as pessoas experimentem o amor de Deus. É a prova da compaixão que Deus teve com toda a humanidade. Confira aqui o último episódio da série de vídeos sobre a Quaresma, que fala sobre a compaixão.



Fonte: http://www.pucrs.br/pastoral/terco-da-misericordia-uma-oracao-pela-humanidade/