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terça-feira, janeiro 26, 2021

III DOMINGO DO TEMPO COMUM












"Acreditar" não é apenas aceitar um conjunto de verdades intelectuais; mas é, sobretudo, aderir à pessoa de Jesus, escutar a sua proposta, acolhê-la no coração, fazer dela o guia da própria vida. "Acreditar" é escutar essa "Boa Notícia" de salvação e de libertação ("evangelho") que Jesus propõe e fazer dela o centro à volta do qual se constrói toda a existência.

"Conversão" e "adesão ao projeto de Jesus" são duas faces de uma mesma moeda: a construção de um homem novo, com uma nova mentalidade, com novos valores, com uma postura vital inteiramente nova. Vai ser isso que Jesus vai propor em cada palavra que pronuncia: que nasça um homem novo, capaz de amar o próximo , mesmo aquele que é adversário ou inimigo (Lc 10,29-37); que nasça um homem novo, que não vive para o egoísmo, para a riqueza, para os bens materiais, mas sim para a partilha (Mc 6,32-44); que nasça um homem novo, que não viva para ter poder e dominar, mas sim para o serviço e para a entrega da vida (Mc 9,35). Então, sim, teremos um mundo novo - o "Reino de Deus".

Depois de dizer qual a proposta inicial de Jesus, Marcos apresenta-nos os primeiros discípulos. Pedro e André, Tiago e João são - na versão de Marcos - os primeiros a responder positivamente ao desafio do Reino, apresentado por Jesus. Isso significa que eles estão dispostos a "converter-se" (isto é, a mudar os seus esquemas de vida, de forma a que Deus passe a estar sempre em primeiro lugar) e a "acreditar na Boa Nova" (isto é, a aderir a Jesus, a escutar a sua proposta de libertação, a acolhê-la no coração e a transformá-la em vida).

A apresentação feita por Marcos do chamamento dos primeiros discípulos não parece ser uma descrição fotográfica de acontecimentos concretos, mas antes a definição de um modelo de toda a vocação cristã. Nesta catequese sobre a vocação, Marcos sugere que:

1º O chamamento a entrar na comunidade do Reino é sempre uma iniciativa de Jesus dirigida a homens concretos, "normais" (com um nome, com uma história de vida, com uma profissão, possivelmente com uma família).

2º Esse chamamento é sempre categórico, exigente e radical (Jesus não "prepara" previamente esse chamamento, não explica nada, não dá garantias nenhumas e nem sequer se volta para ver se os chamados responderam ou não ao seu desafio).

3º Esse chamamento não é para frequentar as aulas de um mestre qualquer, a fim de aprender e depois repetir uma doutrina qualquer; mas é um chamamento para aderir à pessoa de Jesus, para fazer com Ele uma experiência de vida, para aprender com Ele a ser uma pessoa nova que vive no amor a Deus e aos irmãos.

4º Esse chamamento exige uma resposta imediata, total e incondicional, que deve levar a subalternizar tudo o resto para seguir Jesus e para integrar a comunidade do Reino (Pedro, André, Tiago e João não exigem garantias, não pedem tempo para pensar, para medir os prós e os contras, para pôr em ordem os negócios, para se despedir do pai ou dos amigos, mas limitam-se a "deixar tudo" e a seguir Jesus).

O Evangelho deste domingo apresenta, portanto, o convite que Jesus faz a todos os homens no sentido de integrarem a comunidade do Reino; e apresenta também um modelo para a forma como os chamados devem escutar e acolher esse chamamento.












sexta-feira, janeiro 22, 2021

A HISTÓRIA DE CONVERSÃO DO SANTO QUE ODIAVA A IGREJA





Há muitos séculos que a festa da conversão de S. Paulo foi fixada no dia 25 de Janeiro, talvez por causa da data da transladação do seu corpo, que atualmente repousa na Basílica de S. Paulo Fora dos Muros, em Roma.






Como, de severo perseguidor dos cristãos, São Paulo se tornou um dos maiores defensores e divulgadores dos ensinamentos de Jesus No dia 25 de janeiro a Igreja celebra um dos santos mais conhecidos. Estamos falando de São Paulo.

 

A história dele pode ser encontrada no livro dos Atos dos Apóstolos. De um severo perseguidor dos cristãos, se tornou um dos maiores defensores e divulgadores dos ensinamentos de Jesus.

 

No capítulo 8, versículo 3, lemos que “Saulo, porém, detestava a Igreja. Entrando pelas casas, arrancava delas homens e mulheres e os entregava à prisão”.

 

Mas a obra de Deus muitas vezes parece incompreensível aos olhos humanos.

 

No capítulo 9, encontramos a narração de quando Saulo se dirigia a Damasco, em mais uma perseguição aos cristãos. Já perto de seu destino, ele foi cercado por uma luz resplandecente vinda do céu. “Caindo por terra ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegue?’ Saulo disse: ‘Quem és, Senhor?’ Respondeu ele: ‘Eu sou Jesus a quem tu persegues’. (Atos 9, 4-6).

 

Na escritura vemos que o próprio Cristo se manifestou a Saulo. Em seguida, um discípulo chamado Ananias teve uma visão na qual Jesus diz para que ele procure por Saulo. Diante da resposta de Ananias, dizendo que Saulo já fizera muitos males aos fiéis. Mas o Senhor lhe disse: “Vai, porque este homem é para mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e dos filhos de Israel. Eu lhe mostrarei tudo o que terá de padecer pelo meu nome.” (Atos 9, 15-16).

 

A conversão de Saulo é uma das mais importantes da história da igreja, pois transformou o perseguidor de Cristão em Apóstolo. Paulo não negou o seu passado, e se atribuiu o título de “menor dos Apóstolos”.

 

Após a conversão, tornou-se de perseguidor a defensor do Cristianismo. Escreveu 13 cartas  que fazem parte do Novo Testamento. Segundo a tradição católica, Paulo morreu em Roma, por volta do ano de 67.

 

A história de são Paulo nos mostra a misericórdia de Deus. Ele chamou um perseguidor que, abrindo seu coração, recebeu os ensinamentos Divinos e transformou não só a sua própria vida, como a de muitas outras pessoas. E é assim que Deus age, quando nos abrimos à sua graça, ele opera verdadeiros milagres.

 

A cidade de São Paulo, no Brasil, foi fundada em 1554 pelos jesuítas Manuel da Nobrega e São José de Anchieta no dia 25 de Janeiro, dia da conversão de São Paulo.

Por este motivo, São Paulo passou a ser o padroeiro da localidade.

 

São Paulo, rogai por nós.


terça-feira, janeiro 19, 2021

FESTA DE SÃO SEBASTIÃO







Para que seus discípulos não desanimem diante das perseguições, Jesus lembra que também ele encontrou oposição.

 

As exigências da missão são extremas, podendo incluir a perseguição e a morte! Hoje, Jesus introduz no seu discurso a expressão «Não temais», que ocorre 366 vezes na Bíblia. O nosso texto está estruturado sobre a repetição, a modo de imperativo: “ não tenhais medo”! E depois dá razões pelas quais a confiança deve sempre vencer. A primeira razão é: ainda que o bem esteja, por agora, velado, e a astúcia e a virulência do mal pareçam escondê-lo, acontecerá uma reviravolta completa e veremos, no triunfo de Cristo, a vitória dos que escolheram praticar o bem. Eis a razão pela qual os discípulos de Jesus são encorajados à audácia do anúncio. O que recebemos é pequeno como uma luzinha nas trevas, como um sussurro ao ouvido, mas deve ser dado à plena luz do dia, gritado sobre os telhados. Inicialmente, o Evangelho era algo de oculto e misterioso, que era preciso manter em segredo, dado a conhecer a poucos e com as devidas precauções, para não desencadear a perseguição. Mas chegou o tempo de o dar a conhecer ao mundo inteiro! O pior que pode acontecer aos missionários do Reino é a morte do corpo. Mas seria muito pior a morte da alma, a perda da vida. Ora, só Deus pode tirar a vida. Mas não o faz àqueles que O amam e O temem. Jesus conclui a sua argumentação com duas imagens muito ternas: a dos pássaros que, valendo pouco, são amados pelo Pai, e a dos cabelos da cabeça, contados por Ele. Não há, pois, que temer: Ide: proclamai que o Reino do Céu está perto! (Mt 10, 7).

 

O temor de Deus é uma atitude complexa em que conflui o respeito reverente, a obediência, a adesão profunda, a adoração, o amor. Foi sentido por muitos profetas e santos, que fizeram a experiência do encontro com Deus, três vezes santo. Diante d´Ele, damo-nos conta da nossa condição de criaturas e da impureza da nossa vida. Já o salmista rezava: «Senhor, nosso Deus, como é admirável o teu nome em toda a terra! Adorarei a tua majestade, mais alta que os céus… que é o homem para te lembrares dele, o filho do homem para com ele te preocupares?» (Sl 8, 2.5). Mas, se nos deixarmos penetrar por esta atitude, também poderemos ter toda a confiança na sua misericórdia. Jesus une o temor de Deus e a confiança: «Não se vendem dois pássaros por uma pequena moeda? E nem um deles cairá por terra sem o consentimento do vosso Pai! … Não temais, pois valeis mais do que muitos pássaros» (vv. 29.31)

 

Ambas as leituras nos falam da experiência de temor na presença de Deus, que Se nos revela e chama a uma missão. Mas também em ambas as leituras escutamos a palavra do Senhor que nos diz: «não tenhas medo», «não temais». Aquele que nos ama, nos chama e nos envia, purifica-nos e está conosco: «Não temas: eu estarei contigo»; «não temais, eu estarei convosco» (Ex 3, 12; Dt 31, 6; 31, 15; 1 Cr 28, 20; Jr 1, 17; 46, 28; 30, 11). A Virgem Maria também experimentou a sua condição de criatura limitada e frágil perante a grandeza e poder de Deus, no dia da Anunciação. Por isso, o Anjo lhe diz: «Não tenhas medo, Maria » (Lc 1, 30).

 

O medo e a desconfiança, na relação com Deus, mas também na relação conosco ou com os outros, paralisam-nos, transformam-nos em escravos. Mas Paulo adverte-nos: «Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, por meio do qual gritamos: “Abbá, Pai!”. O mesmo Espírito atesta ao nosso espírito que somos filhos de Deus» (Rm 8, 15-16). «Se vivemos do Espírito, caminhemos segundo o Espírito» (Gl 5, 25). Na relação com Deus, embora conhecendo os nossos limites e os nossos pecados, temos consciência de estar perante um Pai, cheio de amor e de misericórdia. No exercício da missão que nos confia, na sua obra de salvação do mundo, sabemos que não estamos sós, mas que Ele está connosco.

 

Senhor purifica os meus lábios, mas purifica, sobretudo, o meu coração. Quantas vezes alimento pensamentos e desejos, que não nascem da certeza do teu amor, da vontade de lhe corresponder, da confiança em Ti. Quantas vezes me deixam dominar pelo temor, quando surgem dificuldades e problemas no caminho para Ti, ou na missão que me confiaste. Faz-me escutar novamente a tua palavra: «Não temas; Eu estou contigo!». Purifica-me, Senhor, e dá-me coragem e confiança para aceitar a purificação! Dá-me agilidade no combate espiritual contra as paixões, para que deseje e queira, sempre, em tudo, e somente a tua glória. Assim encontrarei também a paz e a serenidade, que tornarão mais felizes e plenos os breves dias da minha vida. Amén!







segunda-feira, janeiro 18, 2021

II DOMINGO DO TEMPO COMUM









Depois da declaração de João, os discípulos reconhecem em Jesus esse Messias com uma proposta de vida verdadeira e seguem-no. "Seguir Jesus" é uma expressão técnica que o autor do Quarto Evangelho aplica, com frequência, aos discípulos . Significa caminhar atrás de Jesus, percorrer o mesmo caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, adotar os mesmos objetivos de Jesus e colaborar com Ele na missão. A reação dos discípulos é imediata. Não há aqui lugar para dúvidas, para desculpas, para considerações que protelem a decisão, para pedidos de explicação, para procura de garantias... Eles, simplesmente, "seguem" Jesus.

Num segundo momento, o quadro apresenta-nos um diálogo entre Jesus e os dois discípulos (vers. 38-39). A pergunta inicial de Jesus ("que procurais?") sugere que é importante, para os discípulos, terem consciência do objetivo que perseguem, do que esperam de Jesus, daquilo que Jesus lhes pode oferecer. O autor do Quarto Evangelho insinua aqui, talvez, que há quem segue Jesus por motivos errados, procurando Nele a realização de objetivos pessoais que estão muito longe da oferta que Jesus veio fazer.

Os discípulos respondem com uma pergunta ("rabi, onde moras?"). Nela, está implícita a sua vontade de aderir totalmente a Jesus, de aprender com Ele, de habitar com Ele, de estabelecer comunhão de vida com Ele. Ao chamar-Lhe "rabi", indicam que estão dispostos a seguir as suas instruções, a aprender com Ele um modo de vida; a referência à "morada" de Jesus indica que eles estão dispostos a ficar perto de Jesus, a partilhar a sua vida, a viver sob a sua influência. É uma afirmação respeitosa de adesão incondicional a Jesus e ao seu seguimento.

Jesus convida-os: "vinde ver". O convite de Jesus significa que Ele aceita a pretensão dos discípulos e os convida a segui-lo, a aprender com Ele, a partilhar a sua vida. Os discípulos devem "ir" e "ver", pois a identificação com Jesus não é algo a que se chega por simples informação, mas algo que se alcança apenas por experiência pessoal de comunhão e de encontro com Ele.

Os discípulos aceitam o convite e fazem a experiência da partilha da vida com Jesus. Essa experiência direta convence-os a ficar com Jesus ("ficaram com Ele nesse dia"). Nasce, assim, a comunidade do Messias, a comunidade da nova aliança. É a comunidade daqueles que encontram Jesus que passa, procuram Nele a verdadeira vida e a verdadeira liberdade, identificam-se com Ele, aceitam segui-lo no seu caminho de amor e de entrega, estão dispostos a uma vida de total comunhão com Ele.

Num terceiro momento (vers. 40-41), os discípulos tornam-se testemunhas. É o último passo deste "caminho vocacional": quem encontra Jesus e experimenta a comunhão com Ele, não pode deixar de se tornar testemunha da sua mensagem e da sua proposta libertadora. Trata-se de uma experiência tão marcante que transborda os limites estreitos do próprio eu e se torna anúncio libertador para os irmãos. O encontro com Jesus, se é verdadeiro, conduz sempre a uma dinâmica


sábado, janeiro 16, 2021

SÃO SEBASTIÃO MÁRTIR






SÃO SEBASTIÃO MÁRTIR

16 janeiro de 2021

 

Paróquia São Conrado





A imagem de São Sebastião, tão conhecida de todos nós, revela um momento importante do martírio deste grande santo. Francês de nascimento, nascido em 256, Sebastião ingressou no exército romano e tornou-se capitão da guarda pretoriana, cargo de confiança do imperador. Sebastião, porém, era cristão e, sempre que podia, visitava os irmãos na fé que estavam presos, levando-lhes conforto espiritual e consolo. Posicionava-se contra as perseguições e torturas infringidas aso cristãos. Por isso, descoberto pelo Imperador Maximiano, foi preso, torturado e obrigado a renunciar a sua fé cristã. Negando-se a obedecer, o imperador o condenou a uma morte lenta e exemplar.

As flechas de São Sebastião

As flechas de São Sebastião revelam-nos a primeira fase das torturas que o santo enfrentou. Tendo como algozes seus companheiros de exército, São Sebastião suportou várias flechadas em seu corpo sem renegar a fé. Quando todos pensaram que ele estivesse morto, deixaram-no amarrado para ser devorado pelos animais e aves de rapina.

A árvore de São Sebastião

São Sebastião é representado amarrado numa árvore em especial: o carvalho. No cristianismo primitivo, o carvalho era o símbolo da perseverança, da tenacidade e da persistência, por causa da dureza desta madeira nobre. Assim, este símbolo nos fala da firmeza, da tenacidade e da perseverança de São Sebastião. E a força que ele recebeu do céu foi tão grande, que ele não morreu em decorrência das flechadas. Ele foi recolhido por outros cristãos e cuidado por Santa Irene até se recuperar totalmente. O carvalho simboliza toda essa força de São Sebastião.

O corpo seminu de São Sebastião

O corpo seminu de São Sebastião simboliza a humilhação que ele sofreu por parte do império romano. Simboliza também o 'despir-se do homem velho, fraco e pecador, para vestir-se de Cristo, forte e vencedor.'

O pano vermelho de São Sebastião

O pano vermelho de São Sebastião cobrindo suas partes íntimas, simboliza o duplo martírio. O primeiro é este retratado na imagem. O segundo foi aquele que causou sua morte física e teve causa mais nobre ainda. Depois de recuperado, Sebastião voltou a se apresentar ao imperador, para lhe pedir que parasse com as perseguições contra os cristãos, alegando que o imperador estava perseguindo o próprio Jesus Cristo na pessoa de seus seguidores. O imperador, porém, não cedeu e mandou que Sebastião fosse açoitado e decapitado. Assim aconteceu. Por isso, o pano vermelho em São Sebastião representa seu duplo martírio.

A aura de São Sebastião

A aura de São Sebastião representa sua santidade, testemunhada por vários cristãos da época. Esta santidade aparece desde o seu amor dedicado aos cristãos presos e necessitados, até à sua disposição de morrer por Jesus Cristo sem renegar sua fé. Trata-se de um grande testemunho, que serviu de exemplo para milhares de cristãos ao longo de séculos.

A poderosa oração a São Sebastião.

'Glorioso mártir São Sebastião, soldado de Cristo e exemplo de cristão, hoje vimos pedir a vossa intercessão junto ao trono do Senhor Jesus, nosso Salvador, por Quem destes a vida. Vós que vivestes a fé e perseverastes até o fim, pedi a Jesus por nós para que sejamos testemunhas do amor de Deus. Vós que esperastes com firmeza nas palavras de Jesus, pedi-Lhe por nós, para que aumente a nossa esperança na ressurreição. Vós que vivestes a caridade para com os irmãos, pedi a Jesus para que aumente o nosso amor para com todos. Enfim, glorioso São Sebastião, protegei-nos contra a peste, a fome e a guerra; defendei as nossas plantações e os nossos rebanhos, que são dons de Deus para o nosso bem e para o bem de todos. E defendei-nos do pecado, que é o maior de todos os males. Assim seja.'


quarta-feira, janeiro 13, 2021

NOTA DE FALECIMENTO DO CARDEAL EUSÉBIO OSCAR SHEID

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NOTA DE FALECIMENTO DO 

CARDEAL EUSÉBIO OSCAR SHEID

13 de janeiro de 2021

 

Paróquia São Conrado







Nota de falecimento do Cardeal Eusébio Oscar Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro

 

“Devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos,

para se tornar um sumo sacerdote misericordioso” (Hb 2,17)

 

O arcebispo emérito do Rio de Janeiro, Cardeal Eusébio Oscar Scheid, entregou serenamente sua alma a Deus, no inicio da tarde desta quarta-feira, 13 de janeiro, após longo período de enfermidade, em São José dos Campos (SP), onde residia.

 

Perfil

Dom Eusébio nasceu em Luzerna, Santa Catarina, no dia 8 de dezembro de 1932, filho de Alberto Reinaldo Scheid e de Rosália Joana Scheid.

Cursou o ensino fundamental e o ensino médio no Seminário dos Padres do Coração de Jesus em Corupá (SC). Religioso da Congregação dos Padres do Coração de Jesus (Dehonianos), fez a sua profissão religiosa em 2 de fevereiro de 1954. Estudou Filosofia em Brusque, em Santa Catarina (1954) e na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, Itália (1955-1957), onde também estudou Teologia (1957-1964). Foi ordenado presbítero no dia 3 de julho de 1960, em Roma, pelas mãos de Dom Inácio João Dal Monte, OFM, bispo de Guaxupé. Continuou os estudos de pós graduação e recebeu os títulos no grau de mestre e doutor em Cristologia.

 

Sucessor dos Apóstolos

Foi eleito bispo de São José dos Campos (SP), no dia 18 de fevereiro de 1981, pelo Papa João Paulo II, quando adotou o lema “Deus é bom”.  Sua ordenação episcopal foi em São José dos Campos, no dia 1º de maio de 1981, pelas mãos de Dom Carmine Rocco, núncio apostólico no Brasil, Dom Geraldo Maria de Morais Penido e Dom Honorato Piazera SCJ. Nesta diocese, fundou o Instituto de Filosofia Santa Teresinha, e instalou a residência teológica Padre Rodolfo Komorek.

Em 23 de janeiro de 1991 foi transferido para a Arquidiocese de Florianópolis, onde permaneceu por dez anos. Nesta arquidiocese, onde tomou posse no dia 16 de março do mesmo ano, criou o Seminário de Teologia Convívio de Emaús e o Seminário de Filosofia Edith Stein, inaugurou o Instituto Social João Paulo II e instituiu a Escola de Ministérios. Também presidiu a criação das dioceses de Criciúma e Blumenau.

 

Arcebispo do Rio de Janeiro

No dia 25 de julho de 2001 foi transferido para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, sucedendo o Cardeal Eugenio de Araujo Sales. Tomou posse em 22 de setembro do mesmo ano. Tornou-se cardeal em 21 de outubro de 2003, quando o Papa João Paulo II presidiu o Consistório Ordinário Público para a criação de 30 novos Cardeais. Foi criado cardeal presbítero, com o título da Basílica dos Santos Bonifácio e Aleixo. Participou do conclave que elegeu o papa Bento XVI.  Tornou-se arcebispo emérito no dia 27 de fevereiro de 2009, sendo sucedido pelo Cardeal Orani João Tempesta. Atualmente reside em São José dos Campos, onde foi seu primeiro bispo diocesano.

 

Formador

Antes de ser ordenado bispo, o Cardeal Scheid foi professor no Seminário Cristo Rei e Seminário Regional do Nordeste, Recife, em Pernambuco (1964-1965); professor de Teologia Dogmática e Liturgia no Instituto Teológico de Taubaté-SP (1966-1981) e Aparecida; coordenador da Catequese de Taubaté-SP (1970-1974); diretor da Faculdade de Teologia em Taubaté-SP; professor convidado da PUC-SP, para lecionar Cultura Religiosa (1966-1968).

 

A serviço da Igreja

Como bispo, realizou os seguintes serviços: Bispo de São José dos Campos (1981-1991); arcebispo de Florianópolis (1991-2001); presidente do Regional Sul 4 – CNBB (1994-1998); membro da Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB durante 12 anos; ordinário para os fiéis de Rito Oriental sem ordinário próprio (2001); responsável pela Pastoral Familiar no Regional Sul 1 durante 8 anos.

No Vaticano foi conselheiro da Pontifícia Comissão para a América Latina, em 25 de novembro de 2002; membro do Pontifício Conselho de Comunicação Social, em 29 de novembro de 2003; Legado Papal, de S. Santidade…


segunda-feira, janeiro 11, 2021

FESTA DO BATISMO DE JESUS

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O Batista representa como pouco o esforço dos homens e mulheres de todos os tempos no sentido de purificar-se, reorientar sua existência e começar uma vida mais digna. Sua mensagem é esta: "Façamos penitência, voltemos ao bom caminho, ponhamos ordem em nossa vida". É isto também o que ouvimos mais de uma vez no fundo da consciência: "Preciso mudar, devo ser melhor, preciso agir de maneira mais digna".

 

Esta vontade de purificação é nobre e indispensável, mas não basta. Esforçamo-nos por corrigir erros, procuramos cumprir nosso dever com mais responsabilidade, tentamos fazer melhor as coisas, mas nada realmente novo desperta em nós, nada apaixonante. Logo o passar do tempo nos devolve à mediocridade de sempre. O próprio Batista reconhece o limite de seu esforço: "Eu vos batizo com água; alguém mais forte vos batizará com Espírito e fogo.".

 

O batismo de Jesus encerra uma mensagem nova que supera radicalmente o Batista. Os evangelistas cuidaram da cena com esmero. O céu, que permanecia fechado e impenetrável, abre-se para mostrar o seu segredo. Ao abrir-se, não descarrega a ira divina que o Batista anunciava, mas presenteia o amor de Deus, O Espírito, que pousa pacificamente sobre Jesus. Do céu ouve-se uma voz: "Tu és meu Filho amado".

 

A mensagem é clara: com Cristo, o céu ficou aberto; de Deus só bota amor e paz; podemos viver com confiança. Apesar de nossos erros e de nossa mediocridade insuportável, também para nós "o céu ficou aberto". Também nós podemos escutar com Jesus a voz de Deus: "Tu és para mim um filho amado, uma filha amada". Doravante podemos enfrentar a vida não como uma "história suja" que devemos purificar constantemente, mas como o dom da "dignidade de filhos de Deus", da qual devemos cuidar com alegria e agradecimento.

Para quem vive desta fé, a vida esta cheia de momentos de graça: o nascimento de um filho, o contato com uma pessoa boa, a experiência de um amor puro...que põem em nossa vida uma luz e um calor novos. De repente parece-nos ver "o céu aberto". Algo novo começa em nós; sentimo-nos vivos; desperta o melhor que existe em nosso coração. O que talvez tenhamos sonhado secretamente nos é dado agora de forma inesperada: um novo início, uma purificação diferente, um " batismo da Espírito". Por trás destas experiências está Deus amando-nos como Pai. esta seu Amor e seu Espírito "doador de vida".















sábado, janeiro 09, 2021

QUE ELEMENTOS SÃO USADOS NO BATISMO E O QUE SIGNIFICAM

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Água, óleo, roupas brancas, círio: conheça o significado de cada um destes elementos e sua importância ao longo de toda a vida dos batizados

É muito necessário explicar o sentido dos elementos materiais usados no rito do batismo. A linguagem verbal, as palavras, leituras e cânticos da celebração do batismo são excelentes, abundantes e fáceis de compreender, ainda que às vezes precisem de explicações.

 

No entanto, a linguagem não verbal, ou seja, dos sinais, gestos simbólicos e elementos como a água, o óleo e a luz precisam de uma explicação detalhada para que se compreenda por que são usados e que efeitos espirituais produzem em quem os recebe com fé.

 

Convém explicar estes símbolos para descobrir as realidades espirituais que significam e realizam realmente. Tais sinais precisam ser autênticos, verdadeiros e não fictícios, “adaptados à capacidade dos fiéis e, em geral, não devem requerer muitas explicações” (SC 34).

 

No batismo, são utilizados, além da água: o óleo dos catecúmenos, o crisma, a veste branca e o círio aceso. São sinais claros que simbolizam realidades espirituais.

 

A água é a principal matéria do batismo. O óleo dos catecúmenos recorda aquele utilizado pelos atletas antes das competições, para ficar mais fortes, ágeis e alegres.

 

Este óleo aplicado no peito é como um escudo que afasta o demônio e defende a fé. Tudo o que se recebe no batismo não é apenas simbólico, mas real, e vai se tornando eficaz ao longo da vida.

 

O crisma é o óleo perfumado, consagrado pelo bispo na Páscoa, e serve para consagrar e marcar o cristão como pessoa sagrada, pertencente à família de Deus.

 

Tal óleo é usado no batismo, na confirmação e na ordenação sacerdotal. Em teologia, diz-se que ele “imprime caráter”, ou seja, marca, sela para sempre; por isso, estes são sacramentos que não se repetem.

 

A roupa branca às vezes é representada apenas por um véu sobre a cabeça. Para expressar seu sentido, deveria ser um vestido novo ou túnica branca, que recorda as túnicas brancas que os batizados recebiam na Páscoa, nos primeiros tempos do cristianismo.

 

As vestes brancas simbolizam a limpeza e a dignidade de vida do cristão, ajudado pela palavra e pelo exemplo dos seus.

 

A vela acesa que se entrega aos padrinhos lhes recorda e dá a capacidade para fazer que Cristo, que é a luz do mundo, ilumine o afilhado com a fé, por meio das palavras, do exemplo e da ajuda dos padrinhos.

 

O compromisso dos padrinhos é muito sério, pois eles devem substituir os pais, caso cheguem a faltar, na parte material e espiritual, para que seus afilhados mantenham a fé.

 

Fonte: Aleteia


quinta-feira, janeiro 07, 2021

OS REIS DA PAZ

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Celebramos nesta semana a Epifania (manifestação) do Senhor. Foi o dia em que Jesus se manifestou como Salvador de todos os povos, na pessoa dos Reis do Oriente, que vieram visitar o Menino Jesus em Belém, exemplo de perseverança na vocação, ao chamado de Deus, nas dificuldades e tentações da vida. “Aquela estrela era a graça” (Santo Agostinho).

 

Deus usa de vários meios para chamar a si as pessoas, meios adaptados à personalidade e às condições de cada um. Aos pastores, judeus, já familiarizados com as revelações divinas do Antigo Testamento, Deus chamou através dos anjos, mensageiros da boa nova do nascimento de Jesus. Os Magos, porém, eram pagãos. Como eram astrônomos e astrólogos, Deus os chamou através de uma estrela misteriosa. Jesus não discrimina ninguém: no seu presépio vemos pobres e ricos, judeus e árabes. Todos são bem-vindos ao berço do pacífico Menino Deus.

 

Jesus veio ao mundo trazer a paz, a sua paz, a verdadeira: “Dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou” (Jo 14, 27).  “Príncipe da Paz” é o título que lhe dava o profeta Isaías: “seu nome será... Príncipe da Paz” (Is 9,5). Esse foi o cântico dos anjos na noite de Natal: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e, na terra, paz aos que são do seu agrado!” (Lc 2, 14). Essa foi a sua saudação ao ressuscitar: “A paz esteja convosco” (Jo 20, 19 ss).

 

Já em sua mensagem de Natal “Urbi et Orbi” do Natal de 2016, o Papa Francisco falava da paz no mundo e pedia a oração pela paz:

 

“Ele, só Ele, nos pode salvar. Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas de mal – por vezes monstruosas – que o egoísmo gera nela. A graça de Deus pode converter os corações e suscitar vias de saída em situações humanamente irresolúveis. Onde nasce Deus, nasce a esperança: Ele traz a esperança. Onde nasce Deus, nasce a paz. E, onde nasce a paz, já não há lugar para o ódio e a guerra. E, no entanto, precisamente lá onde veio ao mundo o Filho de Deus feito carne, continuam tensões e violências, e a paz continua um dom que deve ser invocado e construído. Oxalá israelitas e palestinos retomem um diálogo direto e cheguem a um acordo que permita a ambos os povos conviverem em harmonia, superando um conflito que há muito os mantém contrapostos, com graves repercussões na região inteira”.

 

E na mensagem para o dia mundial da Paz de 2019, o mesmo Papa Francisco insiste: “Inspiram-nos as palavras de São João Paulo II: ‘Se o sonho de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas..., a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real casa comum’. Ao longo da história, muitos acreditaram neste ‘sonho’ e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável”.

 

Na mensagem de Natal de 2020, o Papa diz: “O Menino de Belém conceda fraternidade à terra que O viu nascer. Possam israelitas e palestinenses recuperar a confiança mútua para procurarem uma paz justa e duradoura através dum diálogo direto, capaz de vencer a violência e superar ressentimentos endêmicos, testemunhando ao mundo a beleza da fraternidade”.

 


Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan




terça-feira, janeiro 05, 2021

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR

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1 – Uma celebração marcada pela viagem

 

A Solenidade da Epifania é uma celebração que, entre vários sinais e símbolos, propõe o símbolo da viagem. Os Magos veem uma estrela no Oriente e viajam atraídos pela luz da estrela. Nossa realidade atual, por causa da pandemia, impede viagens para a maior parte de nós. Mesmo sendo quase que obrigados a ficar em casa, não somos impedidos de refletir como somos atraídos a viajar. Existe uma espécie de nomadismo dentro de nós, uma curiosidade para conhecer lugares novos, diferentes. Somos atraídos a visitar lugares bonitos; lugares luminosos. A luz da estrela de Belém atraiu os Magos. Onde existe uma luz brilhando, muita gente se dispõe a fazer o caminho: pode ser a luz de um artista, a luz de um pregador, a luz de uma devoção. Este é o primeiro pensamento que peço para guardarem consigo: a luz atrai e nos faz viajantes.

 

 

 

2 – A promessa da luz e a realização da promessa

 

Muitas profecias do Antigo Testamento falam da luz divina que atrai a vida humana. Luz de Deus que nos torna viajantes ao encontro de Deus. A 1ª leitura e o salmo responsorial são dois exemplos desta pedagogia divina de acender uma luz para atrair a humanidade. A 1ª leitura é uma profecia que descreve todo um processo de viajantes em todas as partes da terra. O salmo responsorial fala de reis de Társis, de povos de ilhas, reis de Seba e Sabá que se colocam em viagem atraídos pela luz divina. Os Magos representam esta viagem, esta grande peregrinação de toda humanidade atraída pela luz divina. A 2ª leitura revela que a luz divina é a pessoa de Jesus Cristo. Peregrinar, viajar, ir ao encontro da luz divina é uma viagem existencial para se encontrar com Deus.

 

 

 

3 – As luzes que iluminam nossas vidas

 

Viagem, luz, busca da luz, ir ao encontro da luz... Estes são os pensamentos da nossa reflexão nesta Solenidade da Epifania. É uma oportunidade para entrar em contato com as luzes que iluminam nossas vidas. Para qual luminosidade você está sendo atraído? As luzes da economia, da fama, do sucesso são brilhantes e atraem muitas pessoas. Qual luz ilumina a sua viagem existencial neste momento. Qual é a luz, que brilho da luz orienta sua vida, orienta seu viver neste momento. Sugiro que você não seja como aqueles doutores e sábios do tempo de Herodes: conheciam as profecias, mas foram incapazes de ver a luz brilhando sobre suas cabeças. É o mesmo que conhecer o Evangelho, mas ser incapaz de acender a sua luz na vida pessoal. Todos nós somos peregrinos, viajantes em busca da luz de Deus. Podemos concluir nossa reflexão com a súplica do salmista rezando todos juntos: “fazei brilhar em nós, Senhor, a luz da vossa face” (Sl 4,6) Amém!