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segunda-feira, abril 12, 2021

II DOMINGO DE PÁSCOA









Antes de mais, a catequese que João nos apresenta garante-nos a presença de Cristo no meio da sua comunidade em marcha pela história. Os discípulos de Jesus vivem no mundo, numa situação de fragilidade e de debilidade; experimentam, como os outros homens e mulheres, o sofrimento, o desalento, a frustração, o desânimo; têm medo quando o mundo escolhe caminhos de guerra e de violência; sofrem quando são atingidos pela injustiça, pela opressão, pelo ódio do mundo; conhecem a perseguição, a incompreensão e a morte... Mas são sempre animados pela esperança, pois sabem que Jesus está presente, oferecendo-lhes a sua paz e apontando-lhes o horizonte da vida definitiva. O cristão é sempre animado pela esperança que brota da presença a seu lado de Cristo ressuscitado. Não devemos, nunca, esquecer esta realidade.

 

A presença de Cristo ao lado dos seus discípulos é sempre uma presença renovadora e transformadora. É esse Espírito que Jesus oferece continuamente aos seus, que faz deles homens e mulheres novos, capazes de amar até ao fim, ao jeito de Jesus; é esse Espírito que Jesus oferece aos seus, que faz deles testemunhas do amor de Deus e que lhes dá a coragem e a generosidade para continuarem no mundo a obra de Jesus.

 

A comunidade cristã gira em torno de Jesus é construída à volta de Jesus e é de Jesus que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito, e não seremos uma comunidade de irmãos... Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é Dele  que tudo parte?

 

A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos, verdadeiramente, a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade (no "lado trespassado" e nas chagas de Jesus, expressões do seu amor), que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo.

 

Por fim, o encontro com o Senhor ressuscitado comporta também um envio missionário. Jesus entra no cenáculo e entrega o seu Espírito Santo para os Apóstolos com a missão de perdoar os pecados. O dom do Espírito Santo é sempre oferecido com uma finalidade missionária. No Evangelho que ouvimos, a finalidade é levar o perdão dos pecados. Hoje, comemoramos o Domingo da Divina Misericórdia. O perdão dos pecados é a grande manifestação da Divina Misericórdia para o mundo e para a humanidade. O perdão dos pecados é um gesto do amor divino. Se o pecado provoca a morte, o perdão restaura a vida. Jesus oferece à sua Igreja o dom de perdoar os pecados pelo Sacramento da Penitência. A Confissão, a celebração da Penitência, não é invenção da Igreja, é missão que a Igreja recebeu de Jesus Cristo ressuscitado para manifestar a misericórdia divina no perdão dos pecados.