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sexta-feira, julho 29, 2022

OS IDOSOS, NOSSOS MESTRES







Nessa semana (dia 24), celebramos o II Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. O tema escolhido pelo Santo Padre, o Papa Francisco, para a ocasião, é “Dão fruto mesmo na velhice” (Sl 92, 15), pretendendo assim destacar o quanto os avós e idosos são um valor e um dom, tanto para a sociedade quanto para a comunidade eclesial. O tema é também um convite a reconsiderar e valorizar os avós e os idosos, “tão frequentemente deixados às margens das famílias, das comunidades civis e eclesiais”, segundo o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. “A experiência de vida e de fé deles pode contribuir, com efeito, para construir sociedades conscientes das suas próprias raízes e capazes de sonhar um futuro mais solidário”, salienta no comunicado divulgado pelo Vatican News. O convite a dar ouvidos à sabedoria dos anos revela-se, além disso, particularmente significativo no contexto do caminho sinodal que a Igreja tem empreendido, segundo o Dicastério. O tema escolhido pelo Papa, segundo ele, “vai na contramão daquilo que o mundo pensa desta idade da vida e também ao comportamento resignado de alguns de nós, idosos, que caminhamos com pouca esperança e sem nada mais esperar no futuro”. “Muitas pessoas têm medo da velhice. Consideram-na uma espécie de doença, com a qual é melhor evitar qualquer tipo de contato: os idosos não nos dizem respeito – pensam elas – e é conveniente que estejam o mais longe possível, talvez juntos uns com os outros, em estruturas que cuidem deles e nos livrem da obrigação de nos ocuparmos das suas penas. É a ‘cultura do descarte’: aquela mentalidade que, enquanto nos faz sentir diversos dos mais frágeis e alheios à sua fragilidade, permite-nos imaginar caminhos separados entre ‘nós’ e ‘eles’. Mas, na realidade, uma vida longa – ensina a Sagrada Escritura – é uma bênção, e os idosos não são párias de quem se deve se distanciar, mas sinais vivos da benevolência de Deus que efunde a vida em abundância. Bendita a casa que guarda um ancião! Bendita a família que honra os seus avós!” “Com efeito, a velhice constitui uma estação que não é fácil de entender, mesmo para nós que já a vivemos. Embora chegue depois dum longo caminho, ninguém nos preparou para a enfrentar; parece quase apanhar-nos de surpresa. As sociedades mais desenvolvidas gastam muito para esta idade da vida, mas não ajudam a interpretá-la: proporcionam planos de assistência, mas não projetos de existência. Por isso é difícil olhar para o futuro e individuar um horizonte para onde tender. Por um lado, somos tentados a exorcizar a velhice, escondendo as rugas e fingindo ser sempre jovens, por outro parece que nada mais se possa fazer senão viver desiludidos, resignados a não ter mais ‘frutos para dar’”. Confiando em Deus, “encontraremos a força para multiplicar o louvor (cf. Sal 71, 14-20) e descobriremos que envelhecer não é apenas a deterioração natural do corpo ou a passagem inevitável do tempo, mas também o dom duma vida longa. Envelhecer não é uma condenação, mas uma bênção!”

 

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan