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sábado, setembro 17, 2022

IN HOC SIGNO VINCES!









“Com este sinal vencerás!”, foi a visão da cruz, segundo consta, que teve o imperador Constantino, o que o levou a dar liberdade aos cristãos.

No dia 14 de setembro a liturgia católica celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz, comemorada na Igreja latina e grega, pelos católicos, pelos anglicanos e luteranos, para celebrar a Cruz, como instrumento de salvação para a humanidade, a crucifixão de Jesus, evento importante que faz parte do nosso Credo, e marco da evangelização: “Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Para os que são chamados, porém, tanto judeus como gregos, Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus, pois o que é loucura de Deus é mais sábio que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte que os homens” (1Cor 1, 23-25). É uma das mais antigas solenidades litúrgicas da Igreja, já celebrada em Jerusalém no tempo de Constantino (337).

O historiador Eusébio de Cesareia relata que Constantino, pouco antes da batalha da Ponte Mílvia contra Maxêncio, em 28 de outubro de 312, ao olhar o sol, viu uma cruz luminosa acima deste e com ela as letras gregas X (Chi) e P (Rho), que são as duas primeiras letras do nome de Cristo, em grego. Essas duas letras sobrepostas compõem o monograma símbolo dos primeiros cristãos, com a cruz. Constantino mandou colocar esse símbolo no seu lábaro (estandarte), com a frase que adotou como lema: “Com esse sinal vencerás”. E venceu aquela difícil batalha.

Em Roma, tive a oportunidade de visitar essa Ponte Mílvia, na última estação do metrô da “cidade eterna”, chamada significativamente de Lábaro.

Segundo a tradição, a verdadeira cruz, na qual Cristo foi crucificado, esteve desaparecida desde a tomada de Jerusalém pelos romanos, no ano 70. Estes cobriram de entulhos o monte Calvário. Assim ficou até o início do século IV. Essa Cruz foi descoberta em 326 por Santa Helena, mãe do imperador Constantino I, durante a peregrinação à cidade de Jerusalém. A Igreja do Santo Sepulcro, com uma parte da cruz em exposição, foi construída no local da descoberta, por ordem dela e de Constantino. Em 13 de setembro ocorreu a dedicação da igreja e a cruz foi posta em exposição e veneração no dia 14. Em 614, os persas invadiram a cidade e tomaram a cruz, que foi recuperada pelo imperador bizantino Heráclio, em 628. Após um ano em Constantinopla, a cruz retornou ao Santo Sepulcro.

O trono a que Jesus quis ser elevado, para triunfar da soberba e da sensualidade, é a Cruz, selo de infâmia para ele, mas sede de misericórdia para nós. Nesse trono o colocaram os judeus por malícia e nele o coloca cada dia a fé cristã, que no Crucifixo adora o seu Deus e Redentor.

Na cruz de São Bento se lê a inscrição: “A Santa Cruz seja para mim luz e o demônio não seja o que me conduz”.

 

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan


quinta-feira, setembro 15, 2022

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM








As três parábolas da misericórdia pretendem, portanto, justificar o comportamento de Jesus para com os publicanos e pecadores. Elas definem a "lógica de Deus" em relação a esta questão.

A primeira parábola (vers. 4-7) é a da ovelha perdida. Trata-se de uma parábola que, lida à luz da razão, é ilógica e incoerente, pois não é normal abandonar noventa e nove ovelhas por causa de uma; também não faz sentido todo o espalhafato criado à volta de um fato banal como é o reencontro com uma ovelha que se extraviou... Nesses exageros e nessas reações desproporcionais revela-se, contudo, a mensagem essencial da parábola... O "deixar as noventa e nove ovelhas para ir ao encontro da que estava perdida" mostra a preocupação de Deus com cada homem que se afasta da comunidade da salvação; o "pôr a ovelha aos ombros" significa o cuidado e a solicitude de Deus, que trata com cuidado e com amor os filhos que se afastaram e que necessitam de cuidados especiais; a alegria desproporcionada do pastor que encontrou a ovelha mostra a alegria de Deus, sempre que encontra um filho que se afastou da comunhão com Ele.

A segunda parábola (vers. 8-10) reafirma o ensinamento da primeira. O amor misericordioso e constante de Deus busca aquele que se perdeu e alegra-se quando o encontra. A imagem da mulher preocupada, que varre a casa de cima a baixo, ilustra a preocupação de Deus em reencontrar aqueles que se afastaram da comunhão com Ele. Também aqui há, como na parábola anterior, a referência à alegria do reencontro: essa alegria manifesta a felicidade de Deus diante do pecador que volta.

A terceira parábola (vers. 11-32) apresenta o quadro de um pai (Deus), em cujo coração triunfa sempre o amor pelo filho, aconteça o que acontecer. Ele continua a amar o filho rebelde e ingrato, apesar da sua ausência, do seu orgulho e da sua autossuficiência; e esse amor acaba por revelar-se na forma emocionada como recebe o filho, quando ele resolve voltar para a casa paterna. Esta parábola apresenta a lógica de Deus, que respeita absolutamente a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que eles usem essa liberdade para buscar a felicidade em caminhos errados; e, aconteça o que acontecer, continua a amar, a esperar ansiosamente o regresso do filho, preparado para o acolher com alegria e amor. É essa a lógica que Jesus quer propor aos fariseus e escribas (os "filhos mais velhos") que, a propósito dos pecadores que tinham abandonado a "casa do Pai", professavam uma atitude de intolerância e de exclusão.

O que está, portanto, em causa nas três parábolas da misericórdia é a justificação da atitude de Jesus para com os pecadores. Jesus deixa claro que a sua atitude se insere na lógica de Deus em relação aos filhos afastados. Deus não os rejeita, não os marginaliza, mas ama-os com amor de Pai... Preocupa-se com eles, vai ao seu encontro, solidariza-Se com eles, estabelece com eles laços de familiaridade, abraça-os com emoção, cuida deles com solicitude, alegra-Se e faz festa quando eles voltam à casa do Pai. Esta é a forma de Deus atuar em relação aos seus filhos, sem exceção; e é essa atitude de Deus que Jesus revela ao acolher os pecadores e ao sentar-Se com eles à mesa. Por muito que isso custe aos fariseus, essa é a lógica de Deus; e todos os "filhos de Deus" devem acolher esta lógica e actuar da mesma forma.

O seu amor não é condicional: Ele ama, apesar do pecado e do afastamento do filho. Esse amor manifesta-se em atitudes exageradas, desproporcionais, de cuidado, de solicitude; revela-se também na "festa" que se sucede a cada reencontro... Não é que Deus pactue com o pecado; Deus abomina o pecado, mas não deixa de amar o pecador. É este Deus - "escandaloso" para os que se consideram justos, perfeitos, irrepreensíveis, mas fascinante e amoroso para todos aqueles que estão conscientes da sua fragilidade e do seu pecado - que somos convidados a descobrir.


segunda-feira, setembro 12, 2022

O SANTO NOME DE MARIA












Por volta do século XVIII adeptos da heresia jansenista começaram a divulgar que a devoção a Santa Maria era uma superstição. Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja, saiu em defesa da Mãe de Deus e publicou seu famoso livro “As Glórias de Maria”.

Podemos encontrar no capítulo 10 desta obra, as 7 importantes características do Santo Nome de Maria que todo cristão sempre deve recordar:

1. Nome Santo

“O nome augusto de Maria, como Mãe de Deus, não era coisa terrena, ou inventada pela mente humana ou escolhido por decisão humana, como acontece com todos os outros nomes que são impostos. Este nome foi escolhido pelo céu e imposto pelo arranjo divino, como evidenciou São Jerônimo, Santo Epifânio e outros santos”.

2. Cheio de doçura

“O glorioso Santo Antônio de Pádua, reconheceu no nome de Maria, a mesma doçura de São Bernardo, no nome de Jesus. ‘O nome de Jesus’, dizia este, ‘o nome de Maria’, dizia aquele, ‘é alegria para o coração, mel para a boca, melodia para o ouvido de seus devotos’... Lê-se no Cântico dos Cânticos, na Assunção de Maria, os anjos perguntaram três vezes: ‘Quem é esta que vem subindo do deserto, como colunas de fumaça? Quem é esta que está a aurora? Quem é esta que sobe do deserto repleto de alegria?’(Ct 3, 6, 6, 9, 8, 5)”.

“Pergunta Ricardo de São Lourenço: ‘Por que os anjos muitas vezes perguntam o nome da rainha?’ E ele respondeu: ‘Era tão doce ouvir os anjos pronunciarem o nome de Maria, por isso fazem tantas perguntas. Mas eu quero falar sobre a doçura saudável, conforto, amor, alegria, confiança e força que o nome de Maria concede àqueles que o pronunciam com fervor’”.

3. Alegra e inspira amor

“Vosso nome, ó Mãe de Deus, como disse São Metódio, é cheio de graça e de bênçãos divinas. Assim, como São Boaventura disse, não podemos pronunciar o vosso nome sem receber alguma graça ao invocá-lo devotamente. Quando um coração está endurecido, como vós podeis imaginar, e todos desesperados, se ele vos chama, ó Virgem cheia de graça, tal é o poder do vosso nome, que suavizarás a sua dureza, porque sois quem conforta os pecadores com a esperança do perdão e da graça”.

4. Concede fortaleza

“Pelo contrário, os demônios, diz Tomás de Kempis, tanto receiam a Rainha do Céu que, como do fogo, fogem de quem invoca o seu grande nome. A própria Virgem revelou o seguinte a Santa Brígida: ‘Por mais endurecido que seja um pecador, imediatamente o abandona o demônio, se invoca meu nome com o propósito de emendar-se’”.

“Isso mesmo lhe confirmou em outra revelação, dizendo: ‘Todos os demônios têm um grande pavor e respeito diante de meu nome. Assim que o ouvem invocar, largam de pronto a alma presa em suas garras. E se os anjos maus se afastam dos pecadores que chamam pelo nome de Maria, os anjos bons tanto mais se chegam às almas justas que o pronunciam com devoção’”.

5. Promessas de Jesus

“São maravilhosas as graças prometidas por Jesus Cristo aos devotos do nome de Maria, como disse Santa Brígida, conversando com a sua Mãe, revelando que todo aquele que invocar o nome de Maria com confiança e propósito de emenda, receberá estas graças especiais: dor de coração pelos pecados e a fortaleza para alcançar a perfeição e, finalmente, a glória do paraíso. Porque, disse o Divino Salvador, são para mim tão doces e queridas suas palavras, ó Maria, que não posso negar-vos o que pedistes”.

“Em suma, Santo Efrem também disse que o nome de Maria é a chave que abre a porta do céu para aquele que o invoca com devoção”.

6. Oferece consolo

“São Camilo de Lellis, recomendou fortemente aos seus religiosos que ajudassem os moribundos com frequência a invocar os nomes de Jesus e de Maria como ele mesmo sempre fazia; e praticou consigo mesmo na hora da morte, como relata em sua biografia, repetindo os nomes tão docemente, tão amados por ele, de Jesus e de Maria, que inflamavam de amor a todos os que o ouviam”.

“E finalmente, com os olhos fixos naquelas amadas imagens, com os braços abertos, pronunciando pela última vez os doces nomes de Jesus e de Maria, o santo expirou com uma paz celestial”.

7. O que dizia São Boaventura

“Roguemos, pois, meu amado e devoto leitor; roguemos a Deus que nos conceda a graça de ser o nome de Maria a última palavra que a nossa língua pronuncie, como Lhe pediu São Germano”.

“Para a glória do vosso nome, ó bendita Senhora, quando minha alma sair deste mundo, vinde-lhe ao encontro e tomai-a em vossos braços. Dignai-vos vir consolá-la com a vossa doce presença; sede o seu caminho para o Céu, alcançai-lhe a graça do perdão e o eterno descanso. Ó Maria, advogada nossa, a vós pertence defender os vossos devotos, e tomar a vosso encargo a sua causa diante do tribunal de Jesus Cristo”.


quinta-feira, setembro 08, 2022

LIBERDADE!






LIBERTADADE!

8 de setembro de 2022

 

Paróquia São Conrado




Há 200 anos, em 7 setembro de 1822, o Brasil se tornava uma nação independente, quando as margens plácidas do riacho Ipiranga ouviram o brado retumbante de Dom Pedro I, proclamando a independência do Brasil em relação a Portugal. Assim, poeticamente, se narra o grito do Ipiranga.

Mas o quer dizer “independência”, “liberdade”? Aproveitemos a ocasião para revermos, sob o ponto de vista cristão, o conceito exato de liberdade e suas implicações éticas e políticas, seguindo o Catecismo da Igreja Católica (n 1730 e ss).

A liberdade é coisa excelente. Os homens de hoje apreciam grandemente e procuram com ardor esta liberdade; e com toda a razão. Muitas vezes, porém, fomentam-na de um modo condenável, como se ela consistisse na licença de fazer seja o que for, mesmo o mal, contanto que agrade. A liberdade verdadeira é um sinal privilegiado da imagem divina no homem. Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu a dignidade de uma pessoa agraciada com a iniciativa e o domínio de seus atos. “Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão” (Eclo 15,14), para que pudesse ele mesmo procurar seu Criador e, aderindo livremente a Ele, chegar à plena e feliz perfeição.

O exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que o homem, sujeito da liberdade, baste a si mesmo, tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse. As condições de ordem econômica e social, política e cultural requeridas para um justo exercício da liberdade são muitas vezes desprezadas e violadas. Fugindo da lei moral, o homem prejudica sua própria liberdade, acorrenta-se a si mesmo, rompe a fraternidade com seus semelhantes e rebela-se contra a vontade divina. 

No campo político, na convivência social, na escolha democrática dos nossos chefes e representantes, devemos fazer o uso correto da nossa liberdade.

Infelizmente, na política, além da falta de harmonia e equilíbrio entre os poderes, a corrupção, a falta de honestidade, ética, honradez, com total desprezo das virtudes humanas e cristãs, necessárias ao bom convívio e à vida em sociedade, denotam o mau uso da liberdade.

Observando as redes sociais, notamos a ausência total do respeito à opinião alheia, o ódio, a incitação à violência, a falta de humildade e modéstia, o desaparecimento da tolerância, do respeito pelas consciências, do apreço pela verdade, o disseminar de calúnias, intrigas e suspeitas. E a ausência das virtudes da honestidade, da não acepção de pessoas, da caridade desinteressada, do comedimento no falar, do respeito para com a consciência do próximo, do amor pela verdade etc, configuram o mau uso da liberdade e prejudicam a sadia convivência social.

“A comunidade política existe... em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. O bem comum compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 74).

 

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan


terça-feira, setembro 06, 2022

OBRAS DE MISERICÓRDIA

 





As obras de misericórdias corporais

1) dar de comer a quem tem fome

2) dar de beber a quem tem sede

3) vestir os nus

4) dar pousada aos peregrinos

5) visitar os enfermos

6) visitar os encarcerados

7) sepultar os mortos.

 

As obras de misericórdia espirituais

1) dar bom conselho

2) ensinar os ignorantes

3) corrigir os que erram

4) consolar os aitos

5) perdoar as injúrias

6) sofrer com paciência as injustiças

7) rezar pelos vivos e pelos mortos.

 

Frases de Madre Tereza de Calcutá

O que nós fazemos pelos pobres é uma gota de água no oceano: mas se o não fizéssemos, se não deixássemos no oceano essa gota, ao oceano faltaria algo, faltar-lhe-ia essa gota.

Ando entre os pobres como serva do Senhor, pronto a dar-me a eles totalmente. Sinto a alegria que dá ser pobre por livre opção.

Desejo viver neste mundo que tanto se afastou de Deus, que virou as costas à luz de Jesus, para poder ajudá-lo.

O que eu faço é simples: ponho pão nas mesas e partilho-o.

O maior milagre é Deus servir-se das pequenas criaturas que nós somos. Serve-se de nós para realizar a Sua obra.

Sou apenas um lápis nas mãos de Deus. É Ele quem me escreve.

Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.

Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las .

Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.

A falta de amor é a maior de todas as pobrezas.

É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado.

Para obter a paz do coração, procuremos falar mais de Jesus e menos dos homens.

O nascimento de uma criança constitui a presença mais bela e também a mais maravilhosa do amor de Deus no mundo.

Onde recebemos o dom da alegria de amar? Na Eucaristia.

É mais difícil saciar a fome de amor que a fome de pão

Ser santo é fazer as pequenas coisas com um grande amor.

O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá.