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sexta-feira, maio 26, 2023

A AUXILIADORA











Hoje é dia de Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos, ou Nossa Senhora

Auxiliadora, um dos títulos com que os católicos honram a mãe de Jesus, Maria. Esse título foi introduzido na Ladainha de Nossa Senhora pelo Papa São Pio V, após a vitória dos cristãos obtida em Lepanto, conseguida graças ao auxílio de Deus e de Nossa Senhora.

 

Foi em 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, ameaçou invadir toda a Europa. O Papa São Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu convocar os cristãos para fazer frente àquela invasão que seria desastrosa para a cristandade, organizando uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana, que resultaria daquela invasão. Invocou o auxílio da Virgem Maria para esse combate.

 

A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571, no golfo de Lepanto. O Santo Padre, em gratidão à Virgem Maria, mandou que se acrescentasse nas ladainhas lauretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos.

 

Mas a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, também em ação de graças por uma grande vitória: Napoleão I, desejando dominar os estados pontifícios, sequestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Por isso, foi excomungado. O Papa ficou preso por cinco anos, sofrendo muitas humilhações. Ele recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a sua imagem. Napoleão, pressionado pelo povo, libertou o Papa que, no dia 24 de maio de 1814, entrou solenemente em Roma, enquanto Napoleão assinava sua abdicação, no mesmo palácio onde tinha aprisionado o Papa. Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, Pio VII criou, para esse dia, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora.

 

O grande apóstolo da juventude, São João Bosco, adotou essa invocação para a sua Congregação Salesiana, em período de grande tribulação. Sua Congregação difunde até hoje a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora. Dom Bosco colocou Nossa Senhora Auxiliadora à frente da sua obra educacional para defendê-la sempre em todas as dificuldades. Assim Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de Auxiliadora.

 

Escreveu Dom Bosco: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso”.

 

Que Nossa Senhora Auxiliadora nos auxilie e proteja sempre, e abençoe de modo especial a benemérita Congregação Salesiana, tanto sua parte masculina, dos padres e irmãos, como a parte das religiosas, que tanto bem têm feito à nossa terra, à Igreja e ao mundo todo, com sua obra educacional, especialmente em favor dos jovens.

 

Nossa Senhora Auxiliadora, rogai por nós!

 

 

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan


quarta-feira, maio 24, 2023

MISSA DA MISERICÓRDIA





40 dias após a solenidade da Páscoa, celebramos a solenidade da Ascensão do Senhor. A Liturgia, para facilitar a participação dos fiéis, fixou a Ascensão do Senhor para o 7º Domingo da Páscoa.

Nesta solenidade, a Igreja nos convida a termos os olhos voltados para o céu, nossa Pátria definitiva. Como tão bem diz São Paulo: “Vós que ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde está Cristo (Col 3,1)”. Em nossa profissão de fé, rezamos que Jesus “subiu aos céus e está sentado à direita do Pai”. Por isso, na Ascensão, celebramos Jesus dando por completa sua missão. Ele veio do Pai, revelou-nos o rosto Misericordioso do Pai, ensinou-nos a amar o Pai e a fazer em tudo a Sua Vontade.

Ele cumpriu até o fim a missão que o Pai lhe confiou. Agora Ele volta para o Pai, após ter nos ensinado a percorrer o caminho que nos levará de volta para Deus, e Ele próprio se faz o caminho – “ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6).

Por isso, seguindo Jesus que é o Caminho, a Verdade e Vida, chegaremos ao coração do Pai; sendo assim, como bem rezamos na liturgia: “A Ascensão do Senhor já é nossa vitória”. Mas o caminho que leva de volta à glória do Pai passa pela cruz, pela capacidade da entrega da vida: “Quando eu for elevado na terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32) – a elevação de Jesus na cruz significa e anuncia a sua elevação ao céu.

A Solenidade da Ascensão nos ensina, como diz São Paulo: “somos cidadãos do céu” (Fil 3,20). O cristão vive neste mundo, sem ser do mundo. Caminha entre as coisas que passam, abraçando as que não passam.

A Ascensão de Jesus não é uma despedida, mas sim, um novo modo de sua presença. Ele agora continua agindo através daqueles que Nele acreditam e que se dispõem a continuar o seu amor no mundo.














quinta-feira, maio 04, 2023

ANIVERSÁRIO 58 ANOS PADRE MARCOS






Meus irmãos e minhas irmãs, começo deste final: “Eu e o Pai somos um”. Nesta afirmação de Jesus, vemos quanta intimidade e comunhão existem entre Jesus e o Pai; quanta confiança um deposita no outro, quanto amor e doação cada um é capaz de oferecer.

Jesus estava na escuta constante do Pai, obedecia a Sua voz, existia entre Eles este laço tão profundo, são inseparáveis! Só que Cristo, percebendo a necessidade dos Seus discípulos também experimentarem essa mesma comunhão, chamou-os a essa mesma realidade.

E Cristo chama a cada um de nós porque Ele quer essa mesma relação conosco. Porque, se cultivarmos com Ele essa relação de intimidade, também seremos colocados em comunhão profunda com o Pai do Céu, mas para escutar a voz de Jesus — que era sempre atento à voz do Pai — , também nós somos chamados a escutar a voz de Jesus, pois a ovelha escuta a voz do seu pastor.

Escutar a voz é entrar em comunhão com Cristo, é escutar realmente do Seu coração. E como nós fazemos isso? Como escuto a voz de Jesus? Temos um primeiro meio privilegiado de escutar a voz de Jesus, que é a oração. E aí, pergunto para você: como você reza? Que espaço para Deus você dá, quando você está em oração? A sua oração é só você que fala, é só você quem diz as coisas para o Senhor, das suas necessidades, das suas aflições ou a sua oração também é feita daquele momento de calar a voz para escutar Deus?

Porque essa experiência, essa oportunidade de ouvir a Deus na oração tem que passar por estas fases: dizemos para o Senhor das nossas realidades, mas também estamos abertos para escutar a voz de Deus, porque, do contrário, não é oração.

A oração é um diálogo, se a sua oração é baseada somente na sua fala, ela é um monólogo, não é um diálogo. O diálogo é feito entre duas pessoas. Então, experimente escutar a voz do Cristo na oração, mas também dando espaço para o silêncio.

E aqui nós podemos falar sobre os elementos da oração: a meditação, a contemplação, o silêncio também exterior dos barulhos externos, para escutar em profundidade a voz do Senhor. Esse é um meio privilegiado em que a ovelha escuta a voz do seu pastor. E também existe o segundo momento, que é o discipulado, é a nossa formação, seja ela doutrinal, seja ela através de uma direção espiritual, através do testemunho diário da nossa vida, dessa forma, nós também escutamos a voz do Cristo que passa por essas realidades.

Uma ovelha bem formada — que está atenta àquilo que diz a Igreja, que estuda os documentos da Igreja, que lê sobre a própria doutrina —, é uma ovelha também capaz de escutar a voz do seu pastor, para distingui-la das outras vozes que estão hoje neste mundo e emergem com muita força. Por isso, nós precisamos cuidar da nossa escuta a Jesus, que é o Bom Pastor.