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segunda-feira, agosto 07, 2023

MISSA DA MISERICÓRDIA E DO ENCONTRO EM SÃO PAULO









E o verdadeiro protagonista desta parábola é precisamente a semente, que produz frutos, em conformidade com o terreno onde ela caiu. Os primeiros três terrenos são improdutivos: ao longo da estrada a semente é comida pelos pássaros; no terreno pedregoso, os rebentos secam-se imediatamente porque não têm raízes; no meio dos arbustos a semente é sufocada pelos espinhos. E no terreno fértil, e somente neste terreno, a semente germina e produz frutos.

Jesus não se limitou a apresentar a parábola; também a explicou aos seus discípulos. A semente que caiu ao longo do caminho indica quantos ouvem o anúncio do Reino de Deus, mas não o acolhem; assim, sobrevém o Maligno e a leva embora. Com efeito, o maligno não quer que a semente do Evangelho germine no coração dos homens. Esta é a primeira comparação.

O segundo caso consiste na semente que caiu no meio das pedras: ela representa as pessoas que escutam a palavra de Deus e que a acolhem imediatamente, mas de modo superficial, porque não têm raízes e são inconstantes; e quanto se apresentam as dificuldades e as tribulações, estas pessoas deixam-se abater repentinamente.  É quando o homem se fecha à Palavra de Deus e, consequentemente, esta Palavra de Deus torna-se ineficaz.

O terceiro caso é o da semente que caiu entre os arbustos: Jesus explica que se refere às pessoas que ouvem a palavra, mas por causa das preocupações mundanas e da sedução da riqueza, é sufocada. Finalmente, a semente que caiu no terreno fértil representa quantos escutam a palavra, aqueles que a acolhem, cultivam e compreendem, e ela dá fruto.

Jesus mesmo explica o sentido da parábola: a semente é a Palavra de Deus que é lançada nos nossos corações e é sempre fecunda.  Cada o dia Jesus continua semeando. Quando aceitamos a Palavra de Deus e deixamos que ela entre na nossa vida, certamente ela irá germinar, crescer e dará frutos.  Jesus nos diz que as sementes, que caíram à beira do caminho, em meio às pedras e em meio aos espinhos não deram fruto. Pode acontecer isto, também com cada um de nós. Podemos ser como as sementes que caíram à beira do caminho: escutamos o Senhor, mas na nossa vida não muda nada, continuamos no mesmo erro, nada altera.

Também pode acontecer de sermos como aquele terreno pedregoso: acolhemos Jesus com entusiasmo, mas somos inconstantes; diante das dificuldades, não temos a coragem de ir contra a corrente. Também podemos ser como aquele terreno com espinhos: o mundo acaba sufocando em nós as Palavras do Senhor.

Todos nós, no fundo, queremos ser um terreno bom, onde a Palavra de Deus possa dar muitos frutos.  Se o semeador é Jesus e a semente é a Palavra, o terreno somos nós. E aqui está a nossa responsabilidade: tornar o nosso coração uma terra boa!  Nós seremos o terreno bom na medida em que tivermos a capacidade de nos deixar transformar pelo Evangelho, de adequar a ele nosso modo de pensar, de julgar os valores; numa palavra, de nos converter.

O Apóstolo Pedro certa vez disse a Jesus: “Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,69). Como de fato, também nós devemos estar sempre convictos de que “Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4,4). A parábola do semeador e da semente nos faz um alerta sobre a importância de ouvirmos a palavra de Jesus e colocar em prática os seus ensinamentos. E que possamos ser como aquele “terreno bom” para darmos muitos frutos. Sejamos também semeadores incansáveis da paz, do perdão e da esperança.  O acolhimento do Evangelho não depende nem da semente, nem de quem semeia; mas depende da qualidade da terra.

Esta parábola deve tocar a cada um de nós e nos fazer recordar que somos o terreno onde o Senhor lança todos os dias a semente da sua Palavra e do seu amor. E podemos perguntar: Com que disposição estamos acolhendo a Palavra de Deus?  Ela está fazendo efeito em nós?  Também não podemos esquecer que, de certo modo, também somos semeadores. Deus lança sementes boas, e também aqui podemos interrogar-nos: Que tipo de semente sai do nosso coração e da nossa boca? As nossas palavras podem fazer muito bem, mas também podem fazer mal. Podem curar e podem ferir. Podem animar e podem deprimir.


A Missa da Misericórdia e do Encontro foi celebrada na Paróquia de Santo Agostinho, Bairro Liberdade, São Paulo.