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sexta-feira, junho 28, 2024

110 ANOS DA IGREJA DE SÃO CONRADO DE CONSTANÇA









Entender a missão da Igreja na terra nos ajuda a entender nossa própria missão como batizados no mundo

Entender a missão da Igreja na terra nos ajuda a entender nossa própria missão como batizados no mundo. Por meio do apóstolo Paulo, aprendemos que a Igreja é o corpo de Cristo, do qual Ele é a cabeça. Não podemos conceber um Cristo sem corpo nem um corpo sem Cristo: tudo é uma unidade.

 

Quando nos perguntam sobre a finalidade da Igreja neste mundo, o que respondemos? O Evangelho nos revela a missão que Jesus lhe confiou: Ide ao mundo inteiro e anunciai o Evangelho, ensinai o que eu vos ensinei (cf. Marcos 16, 15-20). A missão da Igreja, portanto, é construir o Reino de Deus na terra, um Reino que “não é comida nem bebida, mas alegria e júbilo no Espírito Santo” (Romanos 14, 17).

 

Ela não tem uma tarefa exclusivamente mundana, não substitui as obrigações do Estado e dos seus governantes, mas possui uma missão muito mais sublime, pois toca o âmbito transcendente, espiritual: construir um Reino que se verifica aqui e agora mediante a entrega do grande tesouro que ela tem para compartilhar, Jesus vivo e ressuscitado.

 

Esta tarefa foi confiada às mãos e lábios frágeis e pecadores do ser humano. Jesus, mesmo conhecendo isso, quis confiar no ser humano para que construa em seu nome esse Reino poderoso e eterno.

 

A responsabilidade de educar na fé, de proclamar a salvação, passou de mão em mão, de lábios a lábios, inicialmente por meio dos patriarcas, posteriormente dos profetas, sumos sacerdotes, letrados, João Batista, depois foi retomada e levada à plenitude pelo próprio Jesus e confiada finalmente aos seus discípulos, para que continuassem seu exercício no mundo.

 

Quando João saiu de cena pela prisão, Jesus tomou as rédeas desta tarefa e evitou que ficasse inconclusa. Transcorridos mais de dois mil anos, esta mensagem chegou aos nossos ouvidos. Foi Jesus quem quis que esta tarefa nunca terminasse até sua volta à terra e, por isso, quis confiar a seres tão limitados a responsabilidade desta maravilhosa esperança.

 

O fato de não estarmos à altura da missão a nós confiada não significa que esta construção perca seu valor ou se perverta, porque, acima do pecado de cada ser humano está o poder do Espírito, que é quem faz acreditar, ainda contra toda limitação e pecado.

 

A Igreja, em meio ao pecado do homem que a constrói, é a manifestação da presença de Deus no mundo, e sua edificação não depende do vaivém das emoções humanas.

 

O Senhor se vale de cada fragilidade humana para manifestar seu poder e mostrar que o que se constrói não é um simples projeto humano. Todos nós temos uma tarefa muito grande à qual responder e o Senhor não se fixa nos limites que nos envolvem: idade, estado, falta de eloquência etc.

 

A Igreja possui um enorme tesouro a ser compartilhado e este tesouro é Jesus, em quem tudo se relativiza, pois, quando uma pessoa não o conhece, tudo parece importante, ainda o mais banal, mas, ao conhecê-lo, então começamos a perceber que tudo é “lixo, comparado com Cristo Jesus” (cf. Filipenses 3, 8).

 

Ainda quando muitos tentam destruir com sua ideologia o que a Igreja procura construir, o Espírito de Deus continua fazendo sua obra, para que a Verdade seja conhecida. E para construir esse Reino, é preciso fazê-lo como Igreja, corpo vivo, e não com sectarismos, que convertem o Reino de Deus em reino próprio.

 

O Reino de Deus não se constrói com sectarismos perigoso, nos quais cada um considera ter a razão; esta foi a grande fraqueza com que revestimos o cristianismo ao longo da história, pois cada um quis um Reino segundo seu próprio entender e, por isso, preferiu afastar-se dos lineamentos da Igreja quando não lhe pareciam adequados.

 

Como Cristo está vivo, a Igreja também é um corpo vivo, mas não em estado de coma ou vegetativo, e sim transmitindo essa vida, por meio dos sacramentos de Cristo e da pregação da Sua palavra. Quem vive a experiência de Jesus ressuscitado não pode ter uma atitude de agonizante; suas obras não podem cheirar a cadáver, mas a vida nova, essa vida que só Jesus sabe dar.

 

A Igreja não é o Reino em si, mas a semente com a qual ele começa; por isso, quando, como comunidade, nos amamos, vemos como o Senhor mesmo vai agregando os que vão se salvando (cf. Atos 2, 42-47). Portanto, esta não é uma obra nossa, mas somos seus construtores; não é nosso Reino, mas pertencemos a ele; não é nossa comunidade, mas nela nos congregamos.

 

Esta é a Igreja de Jesus Cristo, chamada a ser fermento de unidade no meio das massas, que andam errantes como ovelhas sem pastor. E Jesus é o verdadeiro Pastor.


Fonte : Aleteia










sábado, junho 22, 2024

O DRAMA DO ABORTO





O DRAMA DO ABORTO

22 de junho de 2024

 

Paróquia São Conrado




O debate sobre o PL 1904 trouxe novamente à baila a questão do aborto por nós já explicado diversas vezes.

Claro que muitas desculpas alegadas para a prática do aborto são verossímeis. Verdade que o estuprador merece muito mais punição do que a vítima! Verdade que o estuprador não pode ser considerado “pai” no sentido verdadeiro que conhecemos! Verdade que uma menina estuprada não está preparada para ser “mãe” no sentido pleno da palavra!

Mas não se pode esquecer a principal vítima: o concepto, o embrião, o feto, fruto da fecundação. Ele não tem culpa de nada! Só foi vítima! E por que ele tem que morrer, sem ter tido culpa?! Uma vez concebido, tem direito à vida!

A Igreja compreende perfeitamente a difícil condição de muitas mães: “É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas essas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente” (S. João Paulo II, Enc. Evangelium Vitae, nn. 58 e 62).

A Igreja (representada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CNBB) “empenha-se na defesa das duas vidas, a da mãe e a do bebê... São a dignidade intrínseca e o direito mais fundamental, que é o direito à vida, que estão sob ameaça”... Ressalta-se o aspecto específico “trazido à tona pela cruel prática de assistolia fetal em bebês a partir de 22 semanas de gestação, proibida pelo Conselho Federal de Medicina, e, no momento, liberada por liminar no STF”. O que desejamos é “coibir a morte provocada do bebê previamente ao término da gravidez. Cabe ressaltar que as 22 semanas não correspondem a um marco arbitrário. A partir dessa idade gestacional, realizado o parto, muitos bebês sobrevivem. Então, por que mata-los? Por que este desejo de morte? Por que não evitar o trauma do aborto, e no desaguar do nascimento, se a mãe assim o desejar, entregar legalmente a criança ao amor e ao cuidado de uma família adotiva? Permitamos viver a mulher e o bebê. Diante do crime hediondo do estupro, os agressores sejam identificados e a legislação seja rigorosa e eficaz na punição. É ilusão pensar que matar o bebê seja uma solução. O aborto também traz para a gestante grande sofrimento físico, mental e espiritual, e algumas vezes até a morte”.

“Por isso, a Igreja Católica reitera a sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana desde a sua concepção até a morte natural”.

 “Diante da escolha entre a vida e a morte, escolhamos a vida, a da mulher e a do bebê”.


segunda-feira, junho 10, 2024

SÃO JOSÉ DE ANCHIETA









Considerado como o Padroeiro do Brasil, o sacerdote jesuíta promoveu incansáveis esforços para que a Salvação chegasse aos povos mais distantes do país.

Nascido em 1534, nas Ilhas Canárias, São José de Anchieta não é brasileiro, mas, devido ao seu incansável ardor missionário para evangelização nas recém descobertas terras da América, ganhou o título de “Apóstolo do Brasil”. No dia 9 de junho, a Igreja celebrou memória litúrgica, na data de sua partida para o Céu.

 

 

 

A juventude do apóstolo do Brasil

 

Ainda pequeno, recebeu de seus pais uma educação cristã. Já adolescente, foi enviado a Portugal, para estudar e, um pouco mais velho, aos 16 anos, consagrou sua castidade à Virgem Maria. Nessa época, frequentava várias missas diariamente na igreja dos jesuítas.

Aos 17 anos, o jovem José entrou para a Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola. Nesse mesmo período, apesar da idade, sentia fortes dores e, por isso, tinha um andar triste. Porém, um dia, conversando com o padre Simão Rodrigues, este lhe perguntou: “Se o Senhor o quiser deste modo, você vai aceitar viver desta maneira com alegria?”.

Confortado por essas palavras e entusiasmado pelos relatos do padre Manuel da Nóbrega, que já era missionário no Brasil, aos 19 anos decide partir para a Terra de Santa Cruz, com a missão de anunciar o Reino e a Palavra de Deus aos nativos.

Após dois meses de viagem, aquele que se tornaria São José de Anchieta desembarcou na Bahia, pondo os pés em solo brasileiro pela primeira vez no dia 13 de julho de 1553.

 

 

 

O ardor missionário junto aos nativos e a gramática tupi

 

São José de Anchieta tinha um grande zelo pela salvação das almas. Ao chegar ao Brasil, dava aulas para os demais jesuítas, evangelizava os europeus e buscava levar a Boa Nova aos nativos. Para isso, chegou a aprender tupi e a escrever uma gramática da língua, para facilitar a comunicação.

Certa vez, buscando estabelecer um acordo de paz com uma tribo, ele e o padre Manuel da Nóbrega foram até uma aldeia. Lá ficaram por um tempo e evangelizaram os indígenas juntos, até que o sacerdote precisou ir embora.

Sem os sacramentos ou um bom livro e em meio a várias ocasiões de pecado, o jesuíta teve que ser como um “lírio entre espinhos”. Para resistir às tentações, intensificou as orações, o jejum e as penitências.

Além disso, prometeu à Virgem Maria que, se Ela lhe guardasse a pureza naquela situação, contaria sua Vida em versos. E assim o fez, compondo mais de 4 mil, dedicados à Nossa Senhora, escritos inicialmente nas areias da praia.

Ordenado padre em 1565, sempre buscava levar os sacramentos a todos. Nas regiões por onde passava, a fé florescia e, cada vez mais, as pessoas buscavam viver uma vida de piedade, com os corações em Deus.

Carregando poucas coisas, o jesuíta andava sertão adentro, desbravando as matas, enfrentando o desconhecido, animais perigosos e nativos ainda não catequizados, alguns dos quais tinham o costume do canibalismo.

Ajudou ainda a fundar cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Com uma firme confiança na Providência Divina, há relatos de que tinha poder sobre os animais e espírito de profecia, além de ter recebido a graça de realizar vários milagres.

Depois de muitos anos de evangelização e após receber o viático, morreu no dia 9 de junho de 1597. No livro “Vida do Venerável p. José Anchieta da Companhia de Jesus”, de Charles Sainte-Foy, conta-se que, nesse dia, houve uma grande tristeza.

“[…] Deu-se em toda aquela região um pranto e consternação geral: europeus, índios, ricos e pobres, grandes e pequenos, todos choravam nele a perda de um conselheiro, guia, apoio, amigo, protetor e pai”.

 

 

 

Amante das artes

 

Como bom amante das artes, o missionário entendia que essa também era uma boa forma de catequizar. Assim, além do poema dedicado à Virgem Maria, escreveu peças de teatro para a evangelização, que eram encenadas nas comunidades que surgiam. As cartas que enviava também se tornaram importantes fontes sobre a história do país.

 

 

 

Canonizado pelo Papa Francisco

 

São  José de Anchieta só foi canonizado mais de 400 anos após sua morte, em 2014, pelo Papa Francisco, primeiro jesuíta a exercer esse papel. Durante a homilia, na missa de ação de graças pela canonização, o Santo Padre destacou a alegria que nasce do encontro com Cristo.

“Também São José de Anchieta soube comunicar o que ele mesmo experimentara com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido dele […]. Era tão grande a alegria que ele sentia, era tão grande o seu júbilo, que fundou uma Nação: lançou os fundamentos culturais de uma Nação em Jesus Cristo.”

Ao padroeiro do Brasil, peçamos que interceda para que as sementes da graça de Deus, plantadas na fundação do país, continuem frutificando nos corações dos brasileiros. Neste período da pandemia de Covid-19, também é possível rezar uma oração direcionada para os períodos de epidemia.

 

 

Oração a São José de Anchieta

São José de Anchieta,

Apóstolo do Brasil,

Poeta da Virgem Maria,

Intercede por nós hoje e sempre.

Dá-nos a disponibilidade de servir a Jesus

Como tu O serviste nos mais pobres e necessitados.

Protege-nos de todos os males

Do corpo e da alma.

E, se for vontade de Deus,

Alcança-nos a graça que agora te pedimos

(pede-se a graça)

São José de Anchieta, rogai por nós!

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória.

 

 

 

Tem um Santuário em sua honra no Brasil

 

O Santuário Nacional de São José de Anchieta está situado na cidade que leva o nome do Apóstolo do Brasil, localizada no litoral sul do Espírito Santo. O município surgiu como a Aldeia de Reritiba, fundada pelo jesuíta e onde o sacerdote morreu.

Composto pela praça da Matriz, o Museu de São José de Anchieta e a igreja de Nossa Senhora da Assunção, construída juntamente com os indígenas, o Santuário é um conjunto arquitetônico. Tombado como patrimônio histórico nacional, recebe milhares de peregrinos anualmente.