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quinta-feira, outubro 25, 2012

ODETTINHA – SERVA DE DEUS


Odette Vidal de Oliveira veio ao mundo dia 15 de setembro de 1930 na cidade do Rio de Janeiro e foi ao encontro de Jesus aos 9 anos, dia 25 de novembro de 1939. Foi sepultada no Cemitério São João Batista em Botafogo, no Rio de Janeiro. Seu túmulo fica na quadra 6, número 850.
Seus pais Alice e Francisco eram portugueses e criaram a menina com muito carinho, com amor a Deus. Desde pequenina ouvia os nomes Papai céu, Jesus, Maria. Quando começou a dar os primeiros passos gostava de ir ao jardim. Caminhava no meio das flores e colhia ou pedia lírios para Jesus – “Pai céu” – como dizia.

Os lírios lembravam à menina a Sagrada Eucaristia.  Dizia ao Seu Augusto – o jardineiro: plante lírios, mais lírios, muitos lírios...
Odettinha, como era chamada, transmitia um sentimento de paz e tranqüilidade. No Colégio Sion destacava-se por suas virtudes. Era caridosa, humilde. Na verdade ela possuía, ainda, inúmeras virtudes: pureza, bondade, simplicidade, modéstia, obediência, zelo, paciência... Com gestos simples encantava a todos.

Sua mãe lhe ensinava jaculatórias mas a sua preferida era –
“Meu Jesus eu Vos amo”. Era meiga e tinha muito carinho com os pobres, as crianças, os infelizes desculpando-lhes sempre os defeitos. Amar aos pobres era uma necessidade para ela. Seu amor a Deus era cheio de ardor. Tinha um imenso amor pela Eucaristia. Um dia quando seguia para o Colégio São Marcelo com uma freira encarregada de Eucaristia pegou uma hóstia que o Capelão ia consagrar, pediu licença e formou uma ”coroa de beijinhos” para Jesus encontrá-los na hora da Consagração.
Um dia, esta menina especial, disse  à mãe que precisava de óleo para levar para a Capela de São Marcelo. Ela não queria que faltasse luz para Jesus (ela sabia que ia acabar o óleo da lamparina da Capela).
Quando fez sua primeira confissão tinha cerca de 5 anos. Apreciava o terço que rezava e quando alguém lhe disse um dia que era pouco – ela respondeu: “é pouco – mas é muito”. Ensinava catecismo aos meninos de sua idade e às empregadas de sua casa e seus filhos: catequista aos 5 anos.

D. Alice levou sua filha a concluir que era melhor morrer do que ofender a Deus. Recebia muito carinho e seu amor a Deus era natural no seu coraçãozinho. Na preparação para primeira Comunhão se destacou pelas respostas inteligentes e por seu amor à Sagrada Eucaristia..

No dia da Primeira Comunhão ao entrar na Igreja da Imaculada Conceição, em Botafogo, sua mãe lhe perguntou: Filhinha se Jesus lhe aparecesse agora que lhe diria?  Eu lhe daria um beijinho com todo amor do meu coração e lhe diria: “Jesus eu Vos amo”. Certamente Jesus e Odettinha trocaram lindas palavras e indescritíveis sentimentos. Eram amigos cada vez mais próximos, cada vez mais unidos. Ela estava com o rostinho iluminado nesse dia... Era dia 15 de agosto de 1937. Depois deste dia participou das comunhões diárias e dizia: Oh! Meu Jesus! Vinde agora ao meu coração!

Ao passar diante de um crucifixo sempre dizia: Ah! Se estivesse lá não o teria deixado crucificar! Eu lhe tomaria o lugar! Odettinha queria participar dos sofrimentos de Jesus, se ofereceu a Deus pelo Santo Padre e pela paz do mundo, tinha espírito missionário e quando, já doente, ouviu falar da festa das missões, de orações e sacrifícios escreveu no reverso de um santinho de Nossa Senhora das Dores: “Eu Vos ofereço ó meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas Missões.”

Seu amor pela Comunhão nunca diminuiu. Sua preparação para a Sagrada Comunhão e ação de graças encantavam todas as pessoas. Seu amor a Jesus crescia dia a dia. Esta santa menina amou ao próximo sem fazer nenhuma distinção entre as pessoas e, mesmo quando dizia a alguém – isto não se faz – o fazia com tanta elegância que cativava a todos.

O pouco tempo que aqui viveu  distribuiu grandes benefícios, ensinou, partilhou, orou e amou seu Jesus com ardor, com um amor sem limites. Odettinha: alma pura, santa amou aos pais – que chamava de paizinho e mãezinha , amou aos pobres, às crianças, aos indefesos. Sua delicadeza, seu amor, sua caridade se estendia a todos, sem exceção.
Seu “pai espiritual” – Padre Afonso Germe , da Congregação da Missão , ocupava um lugar muito especial no seu coraçãozinho e depositava nele toda confiança e uma palavra dele era decisão para ela. Um dia disse:
“Mamãe tenho vontade de passar a mão no cabelo do Padre, afagar-lhe a cabeça, apertá-lo a meu coração!... Parece tanto com a cabeça do Eterno Pai!... Não parece, mamãe, não parece...”
Padre Germe é o autor do livro sobre sua vida: Um lírio chamado Odettinha.
Com sua meiguice conseguia trazer conforto a cada um que lhe oferecesse uma oportunidade: dava comida, agasalhos, dava carinho. Tinha um grande amor por Nossa Senhora e dizia que tudo vem por meio dela. Achava injusto São José ser tão pouco honrado...

Ao final da vida,durante 49 dias, sofreu dolorosa enfermidade – paratifo – que suportou com paciência dizendo: “eu Vos ofereço oh! Meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas Missões e pelas crianças pobres”.
No dia de sua morte recebeu a Sagrada Comunhão às 7h30min. E na ação de graças dizia: “Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo.” Morreu serenamente às 8h20min.

Há muitos relatos sobre pessoas que passaram por sua vida. Há os que se regeneraram como, por exemplo, um pobre bêbado chamado Martins a quem atendeu com meiguice, entregou medalhinhas, deu conselhos e disse: nunca se esqueça de Nossa Senhora , reze todos os dias 3 Ave Maria e diga “Jesus eu Vos amo”. Ele assistiu ao seu enterro e tempos depois foi à casa de Odettinha e disse: Madame rezei o tercinho da minha santinha do céu, hoje não venho pedir esmola, rezei conforme ela me ensinou, ela me protegeu, estou colocado, ganho o meu ordenado, estou bem vestido, tenho até alguma economia.
As virtudes de Odettinha foram extraordinárias para uma criança. Seu amor aos pobres e às crianças foi singular. Sua modéstia e seu pudor um sinal da pureza de sua alma.
Seu túmulo está entre os três mais visitados, no dia de finados, no Cemitério São João Batista. Muitas pessoas vão agradecer benefícios espirituais e temporais qua atribuem à sua intercessão junto à Deus.

Símbolos da piedade de Odettinha
O lírio representava para Odettinha a Sagrada Eucaristia.

Tercinho do amor: 
Ela rezava nas contas pequenas: Meu Jesus eu Vos amo.

Nas contas grandes: Quero passar meu céu fazendo bem à terra.

Nas três últimas contas: Meu Jesus, abençoai-me, santificai-me, enchei meu coração de vosso amor!


DOM NELSON FRANCELINO FERREIRA