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segunda-feira, abril 29, 2013

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS - V DOMINGO DA PÁSCOA

Beata  Teresa de Calcutá - Missionária da Caridade e do Amor


O mandamento novo, diante da iminente partida de Jesus, à comunidade resta só um caminho para continuar unidade a ele: viver o amor.
 Este é o estatuto e a identidade de quem pretende permanecer unido a Jesus.
Amar a quem nos persegue, amar os inimigos, aqueles que não nos saúdam e não nos amam. Amar, isto é, os irmãos por si mesmos e não porque me podem ser úteis.
É a palavra “próximo” que mudou de sentido; o conteúdo desse termo se ampliou de modo a compreender não só o vizinho,  mas todo ser humano do qual tu podes te aproximar (“o bom samaritano”) .
Irmã Dulce com sua total simplicidade e fragilidade mobilizou o nosso tempo e nos sacode diante do exemplo de prática de amor.
Jesus viveu esse amor até as últimas consequências: até amar-nos assim como somos, primeiro, e a se identificar conosco diante do Pai, a nos perdoar e a morrer por nós. Amou-nos de verdade até o fim, onde “fim” não indica somente até o fim da vida, mas também até o extremo limite do possível, a totalidade, o que ele proclamou na cruz quando disse: “TUDO ESTA CONSUMADO”.
Amando-nos assim Jesus nos redimiu; fez-nos também seus irmãos e filhos do mesmo pai; doravante, há algo em nós pelo qual podemos e devemos ser amados; há algo no irmão e em cada pessoa pelo qual podemos e devemos amá-los.

Jesus Cristo, nos amando, nos tornou amáveis, dignos de amor de uns pelos outros. Há um motivo pelo qual cada pessoa, mesmo o mais miserável, pode e deve ser amado. O motivo não é algo contingente (externo); não é pela beleza, pela simpatia, pela juventude , mas pela “realidade”nova criada por Cristo.
Eis por que tal amor novo terá sua manifestação mais genuína não na saudação a quem nos saúda, em convidar a quem nos convida, mas em amar aqueles que têm menos motivos naturais para ser amados: o pobre, o infeliz, o idoso; até o inimigo, exatamente porque, neste caso, é claro que não se ama o irmão por aquilo que tem ou que pode dar, mas somente por aquilo que é aos olhos a fé.

EVANGELHO-Jo 13,31-33a.34-35
Quando Judas saiu do cenáculo, disse Jesus aos seus discípulos: "Agora foi glorificado o Filho do homem
e Deus glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele,
Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora.
Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. 
Dou-vos um mandamento novo:
que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei,
amai-vos também uns aos outros.
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos:
se vos amardes uns aos outros".


SANTA CATARINA DE SENA, VIRGEM E DOUTORA DA IGREJA

CATARINA(ITÁLIA, 1347 – 1380), PADROEIRA DA ITÁLIA JUNTAMENTE COM SÃO FRANCISCO E COPADROEIRA DA EUROPA, ASSUMIU VIDA AUSTERA NA ORDEM TERCEIRA DE SÃO DOMINGOS. FOI MENSAGEIRA DA PAZ NUMA ÉPOCA DE GRAVES CONFLITOS E MESTRA DE VIDA ESPIRITUAL, ESMERANDO-SE NA CARIDADE AOS DOENTES E ABANDONADOS E NO AMOR E FIDELIDADE À IGREJA

Os santos vivem na glória de Deus e são para nós intercessores para invocar e testemunhas para imitar. Com esta profunda convicção aproximamo-nos hoje de Santa Catarina de Sena, no dia da sua festa. Catarina é a "virgem sábia" que voltou para a casa do Pai com a jovem idade de 33 anos, depois de uma existência marcada pela incessante contemplação e pela intensa atividade apostólica. Desde os sete anos, na presença espiritual de Maria Santíssima, deu-se em esposa para sempre a Jesus, plenamente consciente do valor que o voto de virgindade e de amor exclusivo a Cristo comportava, como ela mesma confirmará em seguida ao seu confessor. Tanto é verdade que quando os pais, para a dissuadir do seu propósito, a submeteram a pesados trabalhos domésticos, a pequena Catarina "fabricou na sua alma uma cela interior da qual aprendeu a nunca mais sair". E íntima com Cristo manteve-se até ao último dos seus dias, que foram marcados pelo sofrimento e por provações quer físicas quer morais e místicas. Ao passar deste mundo para o Pai a 29 de Abril de 1380, foi recebida no triunfo das bodas celestes pelo seu Esposo, por Cristo crucificado e ressuscitado, por quem unicamente tinha vivido. Conservar, mesmo no alarido dos eventos humanos, um íntimo e incessante contacto com o seu Esposo divino era o empenho da sua vida.
O segredo da santidade de Catarina de Sena está em ter sido "inflamada de amor divino", como nos recorda a hodierna liturgia, e em ter "unido a contemplação de Cristo crucificado e o serviço à Igreja": uma vida de contemplação e de fervor apostólico. Precisamente porque estava imersa em Deus pôde desenvolver uma enorme quantidade de atividades com iniciativas num amplo raio e intervir com coragem e decisão em situações delicadas; por isso pôde escrever e deixar-nos obras de elevada espiritualidade e mística, que ocupam um lugar significativo na história da literatura com o maravilhoso Diálogo da Divina Providência e, sobretudo, com as 381 Cartas que ela mesma, com impressionante capacidade e velocidade, ditou aos seus secretários. Ela pôde realizar tudo isto somente porque caminhava na luz de Deus, seguindo as pegadas de um grande mestre, São Domingos, do qual se diz como se sabe que falava com Deus ou falava de Deus. "Se caminharmos na luz rezaremos na antífona da comunhão como Deus está na luz, nós estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, purifica-nos de todo o pecado". Esta é a santidade: dom e obra de Cristo e do seu Espírito, e esforço incessante para não deixar "arrefecer" em nós e ao nosso redor aquele amor pelo Senhor do qual brota a autêntica comunhão e a verdadeira paz entre os homens na Igreja e no mundo. Santa Catarina recorda-nos com o seu testemunho que definitivamente a santidade é Amor.
 Quem habita em Cristo, o Amigo, o Mestre, o Esposo, não conhece esmorecimento nem medo; antes, torna-se sólido na fé, fervoroso no amor e perseverante na esperança. Assim aconteceu para a nossa Santa; primeiramente ocorreu aos Apóstolos, às mulheres que no sepulcro, surpreendidas, viram o Senhor ressuscitado, aos discípulos de Emaús, que desconsolados repetiam: "pensávamos que fosse Ele a salvar-nos". Só o Senhor nos salva e nos redime. Ao longo dos séculos, Ele associa à obra da sua redenção os santos, ou seja, aqueles que aceitam a sua vontade e seguem fielmente o seu Evangelho. Como esta jovem, Catarina de Sena, que sonhava com uma Igreja santa, da qual se sentia "filha" e "mãe", com bispos e sacerdotes cheios de zelo. Queria a Igreja desse modo, não por uma visão triunfalista da cristandade, mas para que pudesse ser "fermento" de renovação social, ao comunicar aos homens "o sangue" de Cristo que gera a paz. Santa Catarina, intrépida reformadora dos frades e das monjas da Ordem de São Domingos, à qual era ligada como terciária, nos conduza a uma contemplação cada vez mais íntima dos mistérios insondáveis da vida divina; nos ajude a amar a Igreja com coração grande e apaixonado; nos apoie no nosso empenho quotidiano ao serviço do Evangelho, sempre atentos aos "sinais dos tempos" e à suprema vontade de Deus na qual se encontra a nossa paz. Assim seja.
CARDEAL TARCISIO BERTONE,

Basílica de Santa Maria Maior

Domingo 29 de Abril de 2007
 vatican.va


Abraça Jesus crucificado, amante e amado
"Querida irmã em Jesus. Eu, Catarina, serva dos servos de Jesus, escrevo-te no seu precioso sangue, desejosa que te alimentes do amor de Deus e que dele te nutras, como do seio de uma doce mãe. Ninguém, de fato, pode viver sem este leite!

Quem possui o amor de Deus, nele encontra tanta alegria que cada amargura se transforma em doçura e cada grande peso se torna leve. E isto não nos deve surpreender porque, vivendo na caridade, vive-se em Deus:
“Deus é amor; quem permanece no amor habita em Deus e Deus habita nele”.
Vivendo em Deus, por conseguinte, não se pode ter amargura alguma porque Deus é delícia, doçura e alegria infinita!
É esta a razão pela qual os amigos de Deus são sempre felizes! Mesmo se doentes, necessitados, aflitos, atribulados, perseguidos, nós estamos alegres.
Mesmo quando todas as línguas caluniosas nos metessem em má luz, não nos preocuparemos, mas nos alegraremos com tudo porque vivemos em Deus, nosso repouso, e saboreamos o leite do seu amor. Como a criança suga o leite do seio da mãe assim nós, enamorados de Deus, atingimos o amor de Jesus Crucificado, seguindo sempre as suas pegadas e caminhando com ele pelo caminho das humilhações, das penas e das injúrias.
Não procuramos a alegria se não em Jesus e fugimos de toda a glória que não seja aquela da cruz.
Abraça, portanto, Jesus Crucificado elevando a ele o olhar do teu desejo! Toma em consideração o seu amor ardente por ti, que levou Jesus a derramar sangue de todas as partes do seu corpo!  
Abraça Jesus Crucificado, amante e amado e nele encontrarás a verdadeira vida, porque ele é Deus que se fez homem. Que o teu coração e a tua alma ardam pelo fogo do amor do qual foi coberto Jesus cravado na cruz!
Tu deves, portanto, tornar-te amor, olhando para o amor de Deus, que tanto te amou, não porque te devesse obrigação alguma, mas por um puro dom, impelido somente pelo seu inefável amor.
Não terás outro desejo para além daquele de seguir Jesus! E, como que inebriada do Amor, não farás caso se te encontras só ou acompanhada: não te preocuparás com tantas coisas mas somente de encontrar Jesus e segui-lo!
Corre, Bartolomea, e não estejas a dormir, porque o tempo corre e não espera nem um momento!
Permanece no doce amor de Deus.
Doce Jesus, amor Jesus."
Das “Cartas” de Santa Catarina de Sena (1347-1380) (carta n.165 a Bartolomea, esposa de Salviato da Lucca)






domingo, abril 28, 2013

PAPA FRANCISCO AOS JOVENS: "ARRISQUEM A VIDA POR GRANDES IDEAIS"


O Papa Francisco celebrou a Eucaristia do V Domingo da Páscoa na Praça de S. Pedro onde crismou 44 fieis representantes dos cinco continentes. Na sua homilia proferida para uma multidão de largas dezenas de milhares de peregrinos o Santo Padre acentuou 3 pontos fundamentais. 
No primeiro ponto salientou a leitura em que São João nos sugere a visão de um novo céu e uma nova terra e, em seguida, a Cidade Santa que desce de junto de Deus. Tudo é novo, transformado em bondade, em beleza, em verdade; não há mais lamento, nem luto... 
Tal é a ação do Espírito Santo - diz-nos o Papa - Ele traz-nos a novidade de Deus; vem a nós e faz novas todas as coisas, transforma-nos. 
E a visão de São João lembra-nos que todos nós estamos a caminho para a Jerusalém celeste, a novidade definitiva para nós e para toda a realidade, o dia feliz em que poderemos ver o rosto do Senhor, poderemos estar para sempre com Ele, no seu amor. 

"Vedes?! A novidade de Deus não é como as inovações do mundo, que são todas provisórias, passam e procuram-se outras sem cessar. A novidade que Deus dá à nossa vida é definitiva; e não apenas no futuro quando estivermos com Ele, mas já hoje: 
Deus está a fazer novas todas as coisas, o Espírito Santo transforma-nos verdadeiramente e, através de nós, quer transformar também o mundo onde vivemos. Abramos-Lhe a porta, façamo-nos guiar por Ele, deixemos que a ação contínua de Deus nos torne homens e mulheres novos, animados pelo amor de Deus, que o Espírito Santo nos dá. Como seria belo se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje na escola, em casa, no trabalho, guiado por Deus, realizei um gesto de amor por um colega meu, pelos meus pais, por um idoso."
No segundo pensamento o Papa recorda a leitura dos Atos dos Apóstolos em que Paulo e Barnabé afirmam que "temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus". 
 O caminho da Igreja e também o nosso caminho pessoal de cristãos não são sempre fáceis, encontramos dificuldades, tribulações. 
"Seguir o Senhor, deixar que o seu Espírito transforme as nossas zonas sombrias, os nossos comportamentos em desacordo com Deus e lave os nossos pecados, é um caminho que encontra muitos obstáculos fora de nós, no mundo onde vivemos e que muitas vezes não nos compreende, e dentro de nós, no nosso coração. 
 Mas, as dificuldades, as tribulações fazem parte da estrada para chegar à glória de Deus, como sucedeu com Jesus que foi glorificado na Cruz; aquelas sempre as encontraremos na vida."

Finalmente num terceiro e último ponto o Santo Padre formula um convite dirijo a todos mas especialmente aos crismandos e crismandas presentes na celebração:

"...permanecei firmes no caminho da fé, com segura esperança no Senhor. Aqui está o segredo do nosso caminho. Ele dá-nos a coragem de ir contra a corrente. Não há dificuldades, tribulações, incompreensões que possam meter-nos medo, se permanecermos unidos a Deus como os ramos estão unidos à videira, se não perdermos a amizade com Ele, se lhe dermos cada vez mais espaço na nossa vida. 
Isto é verdade mesmo, e sobretudo, quando nos sentimos pobres, fracos, pecadores, porque Deus proporciona força à nossa fraqueza, riqueza à nossa pobreza, conversão ao nosso pecado. Tenhamos confiança na ação de Deus! Com Ele, podemos fazer coisas grandes; Ele nos fará sentir a alegria de sermos seus discípulos, suas testemunhas.

Francisco terminou usando a mesma expressão de Papa Wojtyla, em 1978:
“Abramos – escancaremos - a porta da nossa vida à novidade de Deus que nos dá o Espírito Santo, para que nos transforme, nos torne fortes nas tribulações, reforce a nossa união com o Senhor, o nosso permanecer firmes Nele: aqui está a verdadeira alegria”.

Dirigindo-se ainda aos jovens, acrescentou: “Arrisquem a vida por grandes ideais. Apostem em grandes ideais, em coisas grandes; não fomos escolhidos pelo Senhor para ‘coisinhas pequenas’, mas para coisas grandes!”. 

Após a homilia, os jovens se aproximaram do Pontífice para o rito da Confirmação. 

news.va


quinta-feira, abril 25, 2013

SÃO MARCOS, EVANGELISTA



Marcos era filho de Maria de Jerusalém, em cuja casa Pedro se refugiou depois de ser libertado do cárcere (cf. At 12, 12). Era primo de Barnabé. Acompanhou o apóstolo Paulo na sua primeira viagem a Roma (cf. Col 4, 10) e esteve próximo dele durante a sua prisão em Roma (Fm 24). 
Depois, tornou-se discípulo de Pedro, de cuja pregação se fez intérprete no Evangelho que escreveu (cf. 1 Pe 5, 13). 
O seu evangelho é comumente reconhecido como o mais antigo, utilizado e completado por Mateus e por Lucas. Parece que também os grandes discursos da primeira parte do Atos dos Apóstolos são uma retomada e desenvolvimento do evangelho de Marcos, a partir de Mc 1, 15. É-lhe atribuída a fundação da Igreja de Alexandria.

1 Pedro 5, 5b-14
A tradição, segundo a qual Marcos recolheu, no seu evangelho, a pregação de Pedro, apoia-se nesta página, onde Pedro lhe chama “meu filho” (v. 13). Mas as exortações do primeiro dos apóstolos dirigem-se a todos quantos na Igreja têm responsabilidades de guias e mestres.
O verdadeiro pastor deve, antes de mais, ser humilde e consciente de não ser dono de nada, mas ter recebido tudo de Deus. E a humildade é verdade!
Os pastores devem também ser sóbrios e vigilantes. Nestas palavras ecoa o discurso escatológico de Jesus (cf. Mc 13, 1ss.). Pedro dirige aos pastores humildes e fiéis, sóbrios e vigilantes, a promessa de que Aquele Deus que os chamou à vida nova em Cristo os confirmará na graça e os coroará de glória (v. 10).
Veneza - Basílica de São Marcos
Marcos 16, 15-20
Nesta conclusão do evangelho original de Marcos, encontramos o chamado discurso missionário: Jesus envia os seus discípulos a levar o evangelho a todas as criaturas (vv. 15ss.). O missionário do Pai, Jesus, precisa de outros missionários. Aquele que é a Boa Nova confia a Boa Nova aos seus apóstolos: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.” (v. 15).
Depois do mandato missionário, Marcos alude, de modo muito breve, e discreto à ascensão de Jesus ao céu: “O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus.” (v. 19). E conclui afirmando: “Eles, partindo, foram pregar por toda a parte” (v. 20). E assim mudou radicalmente a vida dos apóstolos e de muitas outras pessoas ao longo dos séculos.

São Marcos amava Nosso Senhor sem qualquer reserva; estava maduro para o martírio. Os seus sucessos e os progressos da fé exasperavam os pagãos e em particular os sacerdotes de Serapis. Apoderaram-se de São Marcos durante a solenidade da Páscoa do ano 68. Fizeram-lhe sofrer durante dois dias um horrível suplício, fazendo-o arrastar com cordas por terrenos pedregosos dos subúrbios de Buroles; mas o amor é mais forte do que a morte, e o santo bendizia a Nosso Senhor e dava-lhe graças por ter sido julgado digno de sofrer por seu amor.

 Durante a noite que separou os dois dias de torturas, o santo foi reconfortado por visitas celestes. Foi primeiro um anjo que lhe disse: “Marcos, servo de Deus e chefe dos ministros de Cristo, no Egito, o vosso nome está escrito no livro da vida e as potências celestes virão em breve procurar-vos para vos conduzirem ao céu”. Depois apareceu-lhe o próprio Nosso Senhor, como o tinha conhecido na Galileia: “A paz esteja convosco, Marcos nosso evangelista”; depois desapareceu. Esta palavra de encorajamento bastava. São Marcos foi de novo arrastado e dilacerado pelas pedras, enquanto bendizia a Deus: “Meu Deus, nas vossas mãos entrego a minha alma”. 


“Convertei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 15).

(L. Dehon, OSP 3, p. 479).

terça-feira, abril 23, 2013

SÃO JORGE: MODELO DO GUERREIRO CRISTÃO


Nascido na Palestina, e com alguns registros na Cappadócia  hoje região localizada apenas no centro da Turquia, na segunda metade do século III.  Seu pai, embora rico agricultor parece ter sido também um soldado da alta corte; que morreu deixando-o ainda criança. Jorge vai com a mãe para a terra natal desta: a Palestina. Como tinha muitos bens, sua mãe o educou com esmero, dentro da religião cristã.

Na adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas e logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador, Diocleciano, a lhe conferir o título de Conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia (Ásia Menor) atualmente conhecida como Izmit, na Turquia, que se encontra a aproximadamente 100 km de Istambul (antiga Constantinopla), e tem hoje, pouco mais de 200 mil habitantes.

O perverso Diocleciano, que perseguia implacavelmente os cristãos e já tinha feito muitos mártires, mandou chamar todos os governadores e procuradores do Oriente e outras partes. Estando junto com os senadores, manifestou a crueldade que tinha contra os cristãos dizendo: “...ponde todas as forças para lançar fora de todo o meu império a religião dos cristãos, e eu vos favorecerei com todo o meu poder".
Estátua de São Jorge, patrono de Ossetia. Ossetia norte, Russia.
No dia que o senado confirmou as leis contra os cristãos, Jorge se levanta contra, falando abertamente de sua Fé Cristã. Segue-se a isso um longo e cruel martírio, onde Jorge mostrou-se tão inflexível que a própria mulher do imperador e a filha, também converteram-se ao cristianismo. Esta teria sido a última gota, que fez com que Diocleciano mandasse degolar, não só Jorge, mas também entre muitos outros cristãos. Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua morte.
São Jorge, pintura fresc. de San Zeno, Verona, Itália.
Mais tarde, os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Lydda, em latim) ou Dióspolis (atual Lod, entre Tel-Aviv e Jerusalém) como a sede da veneração de São Jorge e lugar de repouso de seus restos mortais, cidade em que vivera em criança. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino - que depois de vários imperadores anti-cristãos converteu-se e ao Império à religião cristã -  mandou erguer suntuoso oratório onde se encontram suas relíquias, aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.
Carpaccio (1450-1525)
O culto a São Jorge vem do século 4 dC.e se espalhou por todo o mundo, principalmente durante a Idade Média. No século XII, a arte, literatura e a religiosidade popular representam São Jorge, como soldado das cruzadas com manto e armadura com cruz vermelha, sobre um cavalo branco, com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.

Para alguns historiadores, a lenda do dragão pode ter vindo da mitologia germânica, que tinha Sigurd como um caçador de dragões, e que foi sincretizado pela tradição cristã como São Jorge, como forma de combater o paganismo
Assim, as artes divulgaram amplamente a imagem do santo. Em Paris, no Museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael (1483-1520), intitulado "São Jorge vencedor do Dragão". Na Itália, existem diversos quadros célebres; um deles está em Veneza, de autoria do pintor Carpaccio (1450-1525) e outro, não menos notável, pintado por Donatello (1386-1466). A imagem brasileira de São Jorge seria, possivelmente, de autoria de Martinelli.
Túmulo do poderoso São Jorge em Lídia na Turquia.
No Brasil o culto a São Jorge chegou com os portugueses e sua imagem e representação saiam em procissão junto com as comemorações do “Corpus Christi”.
A Primeira procissão do Corpo de Deus foi realizada na Bahia em 1549 trazendo o “Santo mártir” à moda de Lisboa

Em Vila Rica (hoje Ouro Preto, MG) no século XVIII, a Imagem de São Jorge esculpida por Aleijadinho, saía escoltada por quatro estribeiros. No Rio de Janeiro imperial, o desfile de São Jorge provocava tamanho impacto no dia do Santíssimo que se tornara por si só um acontecimento
 São Jorge batalha com o dragão, ano 1350,
Pinacoteca Nazionale, Bolonha, Itália Pintura,
 têmpera sobre madeira.
A ligação de São Jorge com a lua é algo puramente brasileiro, com forte influência da cultura africana. A tradição diz que as manchas apresentadas pela lua representam o milagroso santo, seu cavalo e sua espada pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda. 
hoje, São Jorge é o santo mais popular do Brasil, cantado em versos e prosas, por todas as idades, profissões e classes sociais. É cultuado por diversas religiões através de imagens produzidas em esculturas, quadros, medalhas, camisetas, cartazes, músicas, e até em tatuagens ( é o santo mais tatuado no Brasil ).

Os devotos de São Jorge acreditam na intercessão do santo contra os males do mundo. Para os fiéis, ele é o protetor e defensor na luta contra as tentações, mesmo nos momentos mais difíceis.
Escultura de São Jorge em Zagreb, Croácia.
São Jorge sempre esteve entre os maiores santos da igreja católica. Inúmeras são as lendas em torno de seu nome. As igrejas e mosteiros, bem como a devoção ao santo guerreiro disseminaram-se pelo mundo; assim como muitas orações, arte e musicas de proteção, devoção, e honrando o santo e mártir, glorioso São Jorge, que com sua Fé e Conduta, converteu milhares ao cristianismo.
Paris, Museu do Louvre, Rafael (1483-1520)
É o santo padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, Sérvia, Montenegro, Etiópia, das cidades de Londres, Gênova e Moscou, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião) e da cidade de São Jorge dos Ilhéus, além de ser padroeiro dos escoteiros, e da Cavalaria do Exército Brasileiro. 
Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua morte. Apesar de sua história se basear em documentos lendários e apócrifos (decreto gelasiano do século VI), a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo.

SÃO JORGE ROGAI POR NÓS!!!


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domingo, abril 21, 2013

DOMINGO DO BOM PASTOR - IV DOMINGO DA PÁSCOA


Estes lhe pertencem como ovelhas ao pastor;
guarda-as com cuidado zeloso e lhes é fonte de vida e salvação. “DOU-LHES (ÀS OVELHAS) A VIDA ETERNA, JAMAIS PERECERÃO E NINGUÉM AS ARREBATARÁ DE MINHA MÃO” (Jo 10,28). Privilégio imenso mas que exige
de nós uma condição: “MINHAS OVELHAS RECONHECEM A MINHA VOZ..E
ME SEGUEM.”

Reconhece a voz de Jesus quem aceita o Evangelho e lhe apreende o verdadeiro sentido, quem escuta a voz da Igreja - Papa, bispos, superiores-e
lhes obedece. Através de todas estas vozes ouvidas e traduzidas em vida, em obras, segue o ser humano o Senhor com fidelidade e assiduidade crescentes.

João apresenta Jesus no TEMPLO, como alternativa última para se obter a vida. Nesse sentido, ele é o autêntico redentor, aquele que tem o dever de resgatar as ovelhas da opressão. Ele é o único capaz de libertar os oprimidos, conduzindo-os para fora, para o novo modo de ser, pois ele é a
porta, a única alternativa. Ele inaugura, assim, o novo e definitivo êxodo do povo de Deus.
Quem aceita passar por esta porta será sempre bem acolhido e encontrará a salvação: "QUEM PASSAR POR MIM SERÁ SALVO" (Jo 10,9). Esta atitude de abertura confere à Igreja aquele caráter de universalidade que lhe imprimiu Jesus, seu fundador. Apresenta a segunda leitura a glória eterna do Cordeiro rodeado de "imensa multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua" (Ap 7,9) ; é a confirmação mais bela e confortadora da universalidade da salvação. Ao centro da visão profética de João aparece Jesus sob a figura de CORDEIRO-PASTOR que com seu sangue lavou e alvejou as vestes dos eleitos.

cf. Roteiros Homiléticos Anos A,B e C . Padre José Bortolini , Ed Paulus cf. Intimidade Divina , Gabriel de Santa Maria Madalena, ocd. Ed Loyola




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sábado, abril 20, 2013

A IMAGEM QUE NOS CONFORTA

        INAUGURADO EM 1931, O CRISTO REDENTOR É O MONUMENTO MAIS FAMOSO DA CIDADE, CARTÃO POSTAL DO BRASIL.

        Inaugurado em 1931, o Cristo Redentor é o monumento mais famoso da cidade, cartão postal do Brasil. Depois de cerca de cinco anos de obras, esta enorme estátua, que recebe por dia inúmeros turistas e peregrinos, tornou-se a imagem reveladora da identidade de nosso povo, marca registrada do Rio.
            Vivemos um momento em que os símbolos cristãos vão sendo progressivamente tragados pela onda de modernidade e técnica secularizada que os destrói para transformá-los em espigões de mau gosto; ou que os oculta em benefício do lucro e do concreto armado.  Aqui e agora exatamente é digno e justo celebrar um dos poucos direitos que restaram ao carioca que assiste desolado à progressiva destruição de sua cidade pela violência e pelo tráfico: extasiar-se a cada dia na contemplação dessa estátua, que é o símbolo do Rio e que desde o alto de sua posição privilegiada contempla e abençoa a cidade.  

            Tão forte é o poder de atração do Cristo Redentor que sua beleza foi celebrada por crentes e não crentes, em escritos, música, pinturas, esculturas.  E também charges, tiras humorísticas, desenhos, cartoons, cinema.  Enfim todas ou quase todas as formas que o espírito humano encontra para expressar a beleza, a riqueza da forma, a inspiração que se faz tempo e espaço e assim se imortaliza já voltaram seus olhos para o Cristo Redentor, a fim de retratá-lo, e sobre ele provocar reflexão.

          Aqueles que, como eu, nesta cidade cada dia mais desumanizada por um crescimento urbano desordenado, ainda conseguem ver da janela de seu local de trabalho a figura do Redentor sabem o privilégio que têm e como isso é importante em suas vidas, nas pausas de um ritmo de trabalho às vezes frenético e desintegrador.  Olhar para o Cristo conforta os olhos, a mente e o coração.

          É impossível chegar de avião, de volta de uma viagem – longa ou curta, não importa – sem sentir ressoar nos ouvidos o famoso e belo “Samba do avião”, do maestro Antonio Carlos Jobim: “Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara”...  E quando, de minha janela, olho o Cristo e sinto-me revigorada para continuar a luta cotidiana, tampouco posso deixar de recordar-me de outra canção do Maestro maior da MPB: “... da janela vê-se o Corcovado, o Redentor, que lindo!” E sinto que quero a vida sempre assim.
         Daqui não desejo sair, cidade querida que me viu nascer e  sempre amei.  Apesar da triste insegurança que hoje reina em tuas ruas; apesar da violência; apesar do caos urbano e do trânsito engarrafado; apesar do calor inclemente que nos massacra nove meses ao ano. Olho para o Cristo Redentor e parece-me que ouço saindo de seus lábios a passagem do evangelho de Lucas que Jesus pronuncia dolorosamente sobre Jerusalém: “Ah se tu soubesses nesse dia o que te pode trazer a paz...”.

            E sinto que enquanto o Redentor estiver de braços abertos sobre a Guanabara, haverá redenção, haverá futuro para o Rio de Janeiro, cartão de visita do país, muitas vezes abandonada pelos governantes, mas certamente não esquecida por Deus.

Maria Clara Lucchetti Bingemer, teóloga, professora do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio.

sexta-feira, abril 19, 2013

BISPOS DO BRASIL CARREGAM SÍMBOLOS DA JMJ RIO2013 - 51ª AG DA CNBB


Os símbolos da JMJ adentraram o espaço de eventos ao som da música "Nova Geração" (No peito eu levo uma cruz), na voz dos bispos que num clima de muita alegria entronizaram a Cruz e o Ícone próximos ao palco da plenária. 

Para o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, a presença dos símbolos da JMJ na 51ª Assembleia significa os bispos dizendo:
 "agora, nossa Assembleia continua no Rio de Janeiro com a Cruz e o Ícone, reunidos com a juventude, para que os jovens possam sentir a Igreja presente em suas vidas".
A Cruz e o Ícone permaneceram na plenária da Assembleia Geral até o encerramento que nessa sexta-feira dia 19. 
Na quarta-feira, 17 de abril, dom Orani, apresentou aos bispos da 51ª AG da CNBB um panorama de como estão os trabalhos de preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013.
 O evento que será realizado no período entre 23 a 29 de julho de 2013, com a presença do Papa Francisco, já conta com mais de 200 mil jovens inscritos. 
A menos de 90 dias da jornada, o arcebispo trouxe para a Assembleia dos Bispos, informações importantes sobre as fases de organização do Rio para receber os jovens que virão de outros 160 países e de diversas partes do Brasil.
“Estamos trabalhando com uma estrutura, juntamente com a prefeitura e governo local”, explicou o arcebispo.
Pelo fato da cidade receber diversos eventos esportivos, culturais e sociais durante o ano todo, Dom Orani acredita que a estrutura que está sendo preparada, atenderá as atividades da Jornada.
 Para ele, a escolha do Rio de Janeiro como sede oficial, vem confirmar que a Arquidiocese, em comunhão com a Igreja do Brasil está prestando um serviço à sociedade e a juventude e, isso significa “um ato de investir nos jovens”, não apenas naqueles que são católicos, mas na juventude de todo o mundo que virá participar na jornada. Na semana que antecede o início da Jornada, muitos jovens participarão da Semana Missionária, que oferecerá diferentes atividades de evangelização.


O COL/Rio (Comitê Organizador Local) traz uma novidade para a jornada que é um tipo de organização chamada de “inteligente”. Assim, a cidade foi dividida por idiomas, para facilitar a participação dos peregrinos nas atividades como as catequeses, missas e palestras, etc.
A cidade está em preparação para acolher os peregrinos e uma grande quantidade de famílias se cadastrou para hospedar os jovens de todo o mundo. Também estarão à disposição dos peregrinos, alojamentos em escolas e universidades. As inscrições para a JMJ/Rio 2013 podem ser feitas até as vésperas do evento. A jornada do Rio oferecerá uma programação como cinemas, teatros, exposições, museus, com o objetivo de garantir a participação dos jovens que não professam a fé católica, mas que irão ao encontro.

SOBRE A VINDA O NOVO PONTÍFICE, DOM ORANI TEMPESTA TESTEMUNHA QUE, ESTE, SERÁ “UM GRANDE MOMENTO DA PRIMEIRA VISITA INTERNACIONAL DO PAPA FRANCISCO AO BRASIL”, PARA “FALAR AO MUNDO ATRAVÉS DA JUVENTUDE E PARA A JUVENTUDE”.

CNBB 

terça-feira, abril 16, 2013

"ONDE ESTÁ O PÃO QUE DISTRIBUÍMOS PARA OS POVOS INDÍGENAS?" - 51ª AG DA CNBB

“ESTE GRITO QUE SOBE AOS CÉUS NÃO PODE PASSAR POR NÓS SEM DEIXAR SUA MARCA E NOS COMPROMETER. ISSO TAMBÉM É RESPONSABILIDADE DO ESTADO E PRECISA DE UMA SOLUÇÃO”.


A luta para assegurar os direitos dos povos indígenas foi o tema ao qual se dedicou a Santa Missa da 51ª Assembleia Geral da CNBB desta terça-feira, 16 de abril.

Dom Roque Paloschi, Bispo de Roraima, destacou que ao longo dos últimos 40 anos o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) lutou pelos direitos dos povos indígenas e suas causas.
Ele também agradeceu ao bispo da Prelazia do Xingu (PA), Dom Erwin Kräutler pelas constantes lutas em favor dos indígenas no Brasil.
“Apesar de perseguido, dom Erwin recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Pará em gratidão pela sua luta em defesa dos povos indígenas e pela luta contra construção da Usina de Belo Monte. Convivendo com os povos indígenas a Igreja está sempre presente diante de suas causas”, afirmou.
O título é a maior comenda que a universidade concede a alguém. Desde o início, Dom Erwin abraçou a causa dos povos da Amazônia, envolvendo-se nas lutas concretas dos indígenas, ribeirinhos, operários, e denunciando as injustiças cometidas contra pessoas e povos em situação vulnerável.
Dom Roque afirmou também que esta luta alimenta a esperança de que um mundo mais justo e destacou a exploração de muitos grupos políticos e econômicos que atacam e violam os direitos indígenas.
O bispo chamou atenção para a causa dos índios guaranis kaiowás que estão em pequenas terras e sofrendo ataques.
“Este grito que sobe aos céus não pode passar por nós sem deixar sua marca e nos comprometer. Isso também é responsabilidade do Estado e precisa de uma solução”.
Dom Roque explicou que Jesus multiplica os pães e chamou a atenção para onde está o pão da justiça e paz para os povos indígenas.
“Qual o pão da vida que damos hoje aos povos indígenas? Pois eu respondo que é a coragem profética de lutar por sua dignidade”
A SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS SERVE PARA COMEMORAR A CAUSA INDÍGENA QUE É “UMA CAUSA DO REINO DE DEUS”
Dom Roque presidiu a missa desta terça-feira (16) na 51ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida (SP). A missa foi concelebrada pelos bispos que têm povos indígenas em suas dioceses.

“Cerca de 45 mil índios Guarani-kaiowá vivem confinados em pequenas reservas de terra ou em acampamentos em beiras de estrada. Não bastasse isso, muitos desses acampamentos têm sido covarde e violentamente atacados à bala por jagunços de fazendeiros”.
dom Roque lembra que a causa deve ser tida não somente como a causa de outros, mas uma causa pessoal que entende o significado da corresponsabilidade pela vida no planeta.“Eu responderia: é gratuidade, coragem profética, lucidez e perseverança como diaconia pastoral. Na reciprocidade com os povos indígenas, no dar e receber, nos iniciamos numa ‘Igreja samaritana’, numa vida despojada e pascal. Como advogados da justiça dos povos indígenas defendemos não somente a causa dos outros, defendemos a nossa própria causa e o futuro do planeta Terra”, finalizou. 
Os bispos debatem nesse dia o tema central e ecumenismo e o diálogo inter-religioso. Ainda na pauta do dia, uma palavra da Comissão Episcopal para a animação bíblico-catequética, orientações para as novas formas de Vida Religiosa e Comunidades, criação do Regional do Tocantins, encontros da Vida Monástica e Contemplativa, estudo de um documento sobre os Quilombolas. No final da tarde, o encontro será encerrado com uma celebração ecumênica.
DIA DO ÍNDIO - 19 DE ABRIL
Dia dedicado à valorização da cultura indígena.
Deve ser também um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.
Devemos lembrar também, que os índios já habitavam nosso país quando os portugueses aqui chegaram em 1500. Desde esta data, o que vimos foi o desrespeito e a diminuição das populações indígenas. Este processo ainda ocorre, pois com a mineração e a exploração dos recursos naturais, muitos povos indígenas estão perdendo suas terras.