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domingo, maio 05, 2013

DOM NELSON CELEBRA NO CONDOMINIO VILLAGE SÃO CONRADO E EM VILA CANOAS

Homilia do VI Domingo do Tempo Pascal de
Dom Nelson Francelino Ferreira
Na liturgia deste domingo sobressai a promessa de Jesus de acompanhar de forma permanente a caminhada da sua comunidade em marcha pela história: não estamos sozinhos; Jesus ressuscitado vai sempre ao nosso lado.
Continuamos no contexto da “ceia de despedida”. Jesus, que acaba de fundar a sua comunidade, dando-lhe por 
estatuto o mandamento do amor (Jo 13,1-17;13,33-35), vai agora explicar como é que essa comunidade manterá, após a sua partida, a relação com Ele e com o Pai.
Nos versículos anteriores ao texto que nos é proposto, 
Jesus apresentou-Se como “o caminho” (Jo 14,6) e convidou os discípulos a percorrer esse mesmo “caminho” ( Jo 14,4-5). 

O que é que isso significa? Jesus, enquanto esteve no mundo, percorreu um “caminho” – o da entrega ao homem, o do serviço, o do amor total;é nesse “caminho que o homem”
 – o Homem Novo que Jesus veio criar – se realiza. A comunidade de Jesus tem, portanto, que percorrer esse “caminho”. 
A metáfora do “caminho” expressa o dinamismo da vida que é progressão; percorrê-lo, é alcançar a plena maturidade do Homem Novo, do homem que desenvolveu todas as suas potencialidades, do homem recriado para a vida definitiva.
O final desse “caminho” é o amor radical, a solidariedade total com o homem. Nesse “caminho”, encontra-se o Pai. Os discípulos, no entanto, estão inquietos e desconcertados. Será possível percorrer esse “caminho” se Jesus não caminhar ao lado deles? 
Como é que eles manterão a comunhão com Jesus e como receberão dele a força para doar, dia a dia, a própria vida?
Para seguir esse “caminho” é preciso amar Jesus e guardar a sua Palavra (cf. Jo 14,23). Quem ama Jesus e O escuta, identifica-se com Ele, isto é, vive como Ele, na entrega da própria vida em favor do homem…
Para que os discípulos possam continuar a percorrer esse “caminho” no tempo da Igreja, o Pai enviará o “paráclito”, isto é, o Espírito Santo (vers. 25-26). Trata-se, portanto, de uma presença dinâmica, que auxiliará os discípulos trazendo-lhes continuamente à memória os ensinamentos de Jesus e ajudando-os a ler as propostas de Jesus à luz dos novos desafios que o mundo lhes colocar.
O Espírito garante que o cristão possa continuar a percorrer esse “caminho” de amor e de entrega, unido a Jesus e ao Pai.
A última parte do texto que nos é proposto contém a promessa da “paz”. Aqui O que Jesus pretende é inculcar nos discípulos apreensivos a serenidade e evitar-lhes o temor. 
São palavras destinadas a tranquilizar os discípulos e a assegurar-lhes que os acontecimentos que se aproximam não porão fim à relação entre Jesus e a sua comunidade. 
As últimas palavras referidas por este texto (vers. 28-29) sublinham que a ausência de Jesus não é definitiva, nem sequer prolongada. De resto, os discípulos devem alegrar-se, pois a morte não é uma tragédia sem sentido, mas a manifestação suprema do amor de Jesus pelo Pai e pelos homens.
Portanto, falar do “caminho” de Jesus é falar de uma vida gasta em favor dos irmãos, numa doação total e radical, até à morte. 

 Os discípulos são convidados a percorrer, com Jesus, esse mesmo “caminho”. Paradoxalmente, dessa entrega (dessa morte para si mesmo) nasce o Homem Novo, o homem na plenitude das suas possibilidades, o homem que desenvolveu até ao extremo todas as suas potencialidades.