“ENTÃO VAI E FAZ O MESMO” - 15º Domingo do TC - ANO C

JESUS NOS ACOLHE HOJE INDICANDO O BOM SAMARITANO COMO EXEMPLO DE TUDO QUE ELE PREGOU E VIVEU. SABEMOS QUE, EM NOME DE JESUS, MUITAS ATITUDES SÃO PRATICADAS E JUSTIFICADAS. POR ISSO, É TÃO IMPORTANTE PERCEBER O AMOR AO PRÓXIMO, A CARIDADE E A SOLIDARIEDADE COMO CONDIÇÕES PARA SEGUIR JESUS CRISTO.

Pela estrada passou, finalmente, um samaritano. Trata-se de um desses que a religião tradicional de Israel considerava um inimigo, um infiel, longe da salvação e do amor de Deus… No entanto, foi ele que parou, sem medo de correr riscos ou de adiar os seus esquemas e interesses pessoais, que cuidou do ferido e que o salvou.

Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira

Não é necessária uma análise muito profunda para descobrir as atitudes de autodefesa, receio e fuga que adotamos diante das pessoas que possam perturbar a nossa tranquilidade.

 Quantos rodeios para evitar os que nos são molestos ou incômodos. Como apressamos o passo para não nos deixarmos alcançar por aqueles que nos sobrecarregam com seus problemas, dores e desgostos.

Dir-se-ia que vivemos em atitude de guarda permanente contra quem possa ameaçar nossa felicidade.

 E, quando não encontramos outra maneira melhor de justificar nossa fuga diante das pessoas que precisam de nós, sempre podemos recorrer ao fato de que estamos muito ocupados”.

Como é atual a “parábola do samaritano” nesta sociedade de homens e mulheres que correm cada qual para suas próprias reivindicações!

De acordo com Jesus , só há uma maneira de “ser humano”.  E não é a do sacerdote ou do levita, que veem o necessitado e “dão uma volta” para prosseguir seu caminho, mas a do samaritano, que caminha pela vida com os olhos e o coração bem abertos para deter-se diante de quem possa precisar de sua ajuda.

Quando ouvimos sinceramente as palavras de Jesus, sabemos que Ele nos está chamando – a passar da hostilidade – à hospitalidade. 

Sabemos que Ele nos urge a viver de outra maneira, criando em nossa vida um espaço mais amplo para os que precisam de nós. Não podemos esconder-nos atrás de “nossas ocupações” nem refugiar-nos em belas teorias.

Quem compreendeu a fraternidade cristã sabe que todos nós somos “companheiros de viagem” que compartilhamos a mesma condição de seres frágeis, precisando uns dos outros. Quem vive atento ao irmão necessitado que encontra em seu caminho descobre um novo gosto para a vida. 

 De acordo com Jesus, ele “herdará a vida eterna”. A palavra final “então vai e faz o mesmo”, afirma que a nossa única resposta é o envolvimento pessoal. Não se trata de um humanismo generoso e desinteressado 

qualquer, mas de nos colocarmos em sintonia com uma atuação que resume a história e a experiência de um amor infinito, o do Amor feito carne.
Se Jesus é a Palavra que se tornou “próxima”, para que a pudéssemos pôr em 

prática, então “tornar-se próximo” não é já, para nenhum de nós, um meta que está longe, irreal ou inacessível (primeira leitura). 

Se Jesus , o samaritano, Deus me tomou a Seu cuidado e me amou, também eu, curado dos meus males, posso amá-lo com todo o coração e a todos os irmãos e irmãs como a mim mesmo.





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