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quarta-feira, agosto 14, 2013

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


No dia 15 de agosto a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. É a terceira e última solenidade de Maria durante o ano litúrgico. Dia 8 de dezembro ela celebra a Imaculada Conceição e, dia 1º de janeiro, Nossa Senhora, Mãe de Deus. Pelo fato de o dia 15 de agosto não ser feriado, a Igreja celebra esta festa no domingo depois do dia 15. Sua Liturgia é muito rica.

"NA SUA ASSUNÇÃO, MARIA DIZ-NOS AGORA: OLHAI: A MINHA VIDA ERA DOM DE MIM MESMA. E AGORA ESTA VIDA PERDIDA, DE ENTREGA E SERVIÇO, ALCANÇA A VERDADEIRA VIDA: A VIDA ETERNA, A VIDA PLENA, A VIDA REPLETA DE SOL, CIRCUNDADA PELA LUZ DE DEUS".

Foi no ano de 1950 que o Papa Pio XII proclamou o dogma da Assunção. Mas esta celebração é muito mais antiga: já em finais do século IV muitos autores falam de Maria na Gloria de Deus em corpo e alma e, em meados do século V, com o Concílio de Éfeso, em 431, a festa da Mãe de Deus (Theotokos) consolida-se em Jerusalém e passa ser conhecida como festa da dormição, da passagem, do transito, da assunção de Maria, ou seja a celebração do momento em que Maria sai do cenário deste mundo, glorificada de corpo e alma, para o Céu, em Deus.

Para compreender o significado da Assunção devemos olhar para a Páscoa, grande mistério da nossa Salvação, passagem de Jesus para a Glória do Pai através da paixão, morte e ressurreição. Maria que gerou o Filho de Deus na carne é a criatura mais inserida neste mistério. A sua assunção ao Céu é, portanto, o mistério da Páscoa que se realiza plenamente nela. Ela está intimamente ligada ao seu Filho ressuscitado 

“A ASSUNÇÃO É UMA REALIDADE QUE NOS TOCA TAMBÉM A NÓS PORQUE NOS INDICA DE FORMA LUMINOSA O NOSSO DESTINO, O DA HUMANIDADE E DA HISTÓRIA. EM MARIA, CONTEMPLAMOS, COM EFEITO, AQUELA REALIDADE DA GLÓRIA A QUE CADA UM DE NÓS É CHAMADO EM TODA A IGREJA.”

A Assunção da Virgem Maria representa a fé da Igreja na obra da redenção. Entre as formas de redenção a Igreja reconhece uma forma radical de redenção: Unida ao Filho na vida e na morte, a Igreja sabe que Maria foi associada à glória do Filho Ressuscitado.
A Assunção é a Páscoa de Maria. Criatura da nossa raça e condição, Mãe da Igreja, a Igreja olha para Maria como figura do seu futuro e da sua pátria. Só Deus pode dar uma recompensa justa aos serviços prestados aqui na terra; só ele pode tirar toda dor, enxugar todas as lágrimas, encher nossa vida de alegria.
A festa da Assunção de Maria nos faz crer que a vocação da humanidade é chegar à plena realização e à vitória definitiva sobre todas as mortes.

Celebrando a Assunção da Virgem Maria aos Céus, o Senhor renova em nós a aliança e nos dá um novo sentido para a nossa vida.

“SE A ASSUNÇÃO NOS ABRE AO FUTURO LUMINOSO QUE NOS ESPERA, CONVIDA-NOS TAMBÉM, COM FORÇA, A CONFIARMO-NOS AINDA MAIS A DEUS, A SEGUIR A SUA PALAVRA, A PROCURAR E A REALIZAR, TODOS OS DIAS, A SUA VONTADE: É ESTA A VIA QUE NOS TORNA “BEM-AVENTURADOS” NA NOSSA PEREGRINAÇÃO TERRENA E NOS ABRE AS PORTAS DO CÉU.”

Nesse dia solenemente, celebramos o fato ocorrido na vida de Maria de Nazaré, proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pois tem tudo a ver com o mistério da nossa salvação, e sendo a Igreja, assim definiu pelo Papa Pio XII em 1950: "A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial."

Perfeitíssima era a natureza da Virgem Maria. Com efeito, afirma Tertuliano que "se Deus empregou tanto cuidado ao formar o corpo de Adão, pela razão de seu pensamento voar até Cristo, que deveria nascer dele, quanto maior cuidado não terá tido ao formar o corpo de Maria, da qual devia nascer, não de modo remoto e mediato, mas de modo próximo e imediato, o Verbo Encarnado?" 
Ademais, escreveu Santo Antonino, "a nobreza do corpo aumenta e se intensifica em proporção com a maior nobreza da alma, com a qual está unido e pela qual é informado. E é racional, pois a matéria e a forma são proporcionadas uma à outra. Sendo, portanto, que a alma da Virgem foi a mais nobre, depois da do Redentor, é lógico concluir-se que também seu corpo foi o mais nobre, depois do de seu Filho" 
À alma santíssima de Maria, concebida sem pecado original e cheia de graça desde o primeiro instante de sua existência, correspondia, portanto, um organismo humano perfeitíssimo, sem o menor desequilíbrio.
O termo da existência terrena de Maria deveu-se à "força do divino amor e ao veemente desejo de contemplação das coisas celestiais, que consumiam seu coração". A Santíssima Virgem morreu de amor! São Francisco de Sales assim descreve esse sublime acontecimento:
"Quão ativo e poderoso (...) é o amor divino! Nada de estranho se vos digo que Nossa Senhora dele morreu, pois, levando sempre em seu coração as chagas do Filho, padecia- as sem consumir-se, mas finalmente morreu pelo ímpeto da dor. Sofria sem morrer, porém, por fim, morreu sem sofrer. "Oh, paixão de amor!
Oh, amor de paixão!" Se seu Filho estava no Céu, seu coração já não estava n'Ela. Estava naquele corpo que amava tanto, ossos de seus ossos, carne de sua carne, e ao Céu voava aquela águia santa. Seu coração, sua alma, sua vida, tudo estava no Céu: por que haviam de ficar aqui na terra?
"Finalmente, após tantos vôos espirituais, tantos arrebatamentos e tantos êxtases, aquele castelo santo de pureza e humildade rendeu-se ao último assalto do amor, depois de haver resistido a tantos. O amor A venceu, e consigo levou sua benditíssima alma".

E Maria - que quer dizer "Senhora de Luz" - elevou-se em corpo e alma ao Céu, enquanto as incontáveis legiões das milícias angélicas exclamavam maravilhadas ao contemplar sua Soberana cruzando os portões eternos: "Quem é esta que surge triunfante como a aurora esplendorosa, bela como a lua, refulgente e invencível como o sol que sobe no firmamento e terrível como um exército em ordem de batalha?"
E ouviu-se uma grande voz que dizia:

 "EIS AQUI O TABERNÁCULO DE DEUS" (Ap 21, 3). A FILHA BEM-AMADA DO PAI, A MÃE VIRGINAL DO VERBO, A ESPOSA PURÍSSIMA DO ESPÍRITO SANTO FOI COROADA, ENTÃO, PELAS TRÊS DIVINAS PESSOAS PARA REINAR NO UNIVERSO, PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS, "À DIREITA DO REI".




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