MÃE DE DEUS! ESTE É O TÍTULO PRINCIPAL E ESSENCIAL DE NOSSA SENHORA. TRATA-SE DUMA
QUALIDADE, DUMA FUNÇÃO QUE A FÉ DO POVO CRISTÃO, NA SUA TERNA E GENUÍNA DEVOÇÃO
À MÃE CELESTE, DESDE SEMPRE LHE RECONHECEU.
Desde sempre Maria está presente no coração, na devoção e sobretudo no caminho
de fé do povo cristão. “A Igreja caminha no tempo (...). Mas, nesta caminhada,
a Igreja procede seguindo as pegadas do itinerário percorrido pela Virgem Maria” (João Paulo II,
enc. Redemptoris Mater, 2).
O nosso itinerário de fé é igual ao de Maria; por isso, A sentimos particularmente próxima de nós! No que diz respeito à fé, que é o fulcro da vida cristã, a Mãe de Deus partilhou a nossa condição, teve de caminhar pelas mesmas estradas, às vezes difíceis e obscuras, trilhadas por nós, teve de avançar pelo “caminho da fé”
(Conc. Ecum. Vat. II, Const. Lumen gentium, 58).
O nosso caminho de fé está indissoluvelmente ligado a Maria, desde o momento em que Jesus, quando estava para morrer na cruz, no-La deu como Mãe, dizendo:
“Eis a tua mãe!” (Jo 19, 27).
“Eis a tua mãe!” (Jo 19, 27).
Estas palavras têm o valor dum testamento, e dão ao mundo uma Mãe. Desde
então, a Mãe de Deus tornou-Se também nossa Mãe!
Na hora em que a fé dos discípulos se ia quebrantando com tantas
dificuldades e incertezas, Jesus confiava-lhes Aquela que fora a primeira a
acreditar e cuja fé não desfaleceria jamais.
E a “mulher” torna-Se nossa Mãe, no momento em que perde o Filho divino.
O
seu coração ferido dilata-se para dar espaço a todos os homens, bons e maus; e
ama-os como os amava Jesus.
A mulher que, nas bodas de Caná da Galileia, dera a sua colaboração de
fé para a manifestação das maravilhas de Deus na mundo, no Calvário mantém
acesa a chama da fé na ressurreição do Filho, e comunica-a aos outros com
carinho maternal. Assim Maria torna-Se fonte de esperança e de alegria
verdadeira.
Homilia do Papa
Francisco na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus - 01 de Janeiro de 2014
“LUMEN
REQUIRUNT LUMINE”
Esta sugestiva frase dum hino litúrgico da
Epifania refere-se à experiência dos Magos: seguindo uma luz, eles
procuram a Luz. A estrela aparecida no céu acende, nas suas mentes e
corações, uma luz que os move à procura da grande Luz de Cristo. Os Magos
seguem fielmente aquela luz, que os penetra interiormente, e encontram o
Senhor.
Neste percurso dos Magos do Oriente, está simbolizado o destino de cada
homem: a nossa vida é um caminhar, guiado pelas luzes que iluminam a estrada,
para encontrar a plenitude da verdade e do amor, que nós, cristãos,
reconhecemos em Jesus, Luz do mundo.
E, como os Magos, cada homem dispõe de dois grandes “livros” donde tirar os sinais para se orientar na peregrinação: o livro da criação e o livro das Sagradas Escrituras. Importante é estar atento, velar, ouvir Deus que nos fala – sempre nos fala. Como diz o Salmo, referindo-se à Lei do Senhor: “A tua palavra é farol para os meus passos e luz para os meus caminhos” (Sal 119/118, 105). E, de modo especial, o ouvir o Evangelho, lê-lo, meditá-lo e fazer dele nosso alimento espiritual permite-nos encontrar Jesus vivo, ter experiência d’Ele e do seu amor.
Na festa da Epifania, em que recordamos a manifestação de Jesus à humanidade no rosto dum Menino, sentimos ao nosso lado os Magos como sábios companheiros de estrada. O seu exemplo ajuda-nos a levantar os olhos para a estrela e seguir os anseios grandes do nosso coração. Ensinam-nos a não nos contentarmos com uma vida medíocre, sem “grandes voos”, mas a deixarmo-nos sempre fascinar pelo que é bom, verdadeiro, belo... por Deus, que é tudo isso elevado ao máximo!
E ensinam-nos a não nos deixarmos enganar pelas aparências, por aquilo que, aos olhos do mundo, é grande, sábio, poderoso. É preciso não se deter aí. É necessário guardar a fé. Neste tempo, isto é muito importante: guardar a fé.
É preciso ir mais além, além da escuridão, além do fascínio das
Sereias, além da mundanidade, além de muitas modernidades que existem hoje, ir
rumo a Belém, onde, na simplicidade duma casa de periferia, entre uma mãe e um
pai cheios de amor e de fé, brilha o Sol nascido do alto, o Rei do universo.
Seguindo o exemplo dos Magos, com as nossas pequenas luzes, procuramos a Luz e
guardamos a fé. Assim seja!
Papa Francisco
na Solenidade da Epifania do Senhor
Cidade do
Vaticano, 06 de Janeiro de 2014
“A verdadeira paz – como sabemos – não é um equilíbrio entre forças
contrárias; não é uma bela “fachada”, por trás da qual há contrastes e
divisões. A paz é um compromisso de todos os dias, mas a paz é artesanal,
realiza-se a partir do dom de Deus, da graça que Ele nos deu em Jesus Cristo”.
Mensagem Urbi et
Orbi do Papa Francisco
25 de Dezembro
de 2013
“A graça que se manifestou no mundo é Jesus, nascido da Virgem Maria,
verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Entrou na nossa história, partilhou o nosso
caminho. Veio para nos libertar das trevas e nos dar a luz. N’Ele manifestou-se
a graça, a misericórdia, a ternura do Pai: Jesus é o Amor feito carne. Não se
trata apenas dum mestre de sabedoria, nem dum ideal para o qual tendemos e do
qual sabemos estar inexoravelmente distantes, mas é o sentido da vida e da
história que pôs a sua tenda no meio de nós”.
Homilia do Papa
Francisco na Missa do Galo
25 de Dezembro de 2013
“No martírio de Estêvão se reproduz o mesmo confronto entre o bem e o
mal, entre o ódio e o perdão, entre a brandura e a violência, que teve o seu
ponto alto na Cruz de Cristo. A memória do primeiro mártir vem assim,
imediatamente, dissolver uma falsa imagem do Natal: a imagem “mágica” e
“adocicada”, que no Evangelho não existe! A liturgia nos
leva ao sentido autêntico da Encarnação, ligando Belém ao Calvário e
recordando-nos que a salvação divina implica a luta ao pecado, passa pela porta
estreita da Cruz”.
Angelus com Papa
Francisco nas Oitavas de Natal
26 de Dezembro
de 2013
“O nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela
simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem
às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de
reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão
recíproco. Recordemos as três palavras-chave para viver em paz e alegria em
família: com licença, obrigado, desculpa.
Quando em uma família não se é
invasor e se pede “com licença”, quando em uma família não se é egoísta e se
aprende a dizer “obrigado” e quando em uma família um percebe que fez algo ruim
e sabe pedir “desculpa”, naquela família há paz e alegria. Recordemos estas
três palavras. Mas podemos repeti-las todos juntos: com licença, obrigado,
desculpa. Gostaria também de encorajar as famílias a tomar consciência da
importância que têm na Igreja e na sociedade. O anúncio do Evangelho, de fato,
passa antes de tudo pelas famílias, para depois alcançar os diversos âmbitos da
vida cotidiana”.
Angelus: Papa
Francisco - Sagrada Família
29 de Dezembro
de 2013
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